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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Evolução do Cristianismo até o Espiritismo e a Umbanda-Parte 1-Marcílio F. da Costa Pereira

Este trabalho é o resultado de pesquisa que proporciona apoio aos estudos dos assuntos abordados. Aqui incluímos também histórico e comentários sobre a Umbanda, no intuito de fornecimento aos expositores espíritas que por falta de fontes confiáveis, lembrando que a mesma não é codificada, algumas vezes acabam expondo pensamentos distorcidos da realidade.  
Equipe da Revista Espírita Dr. Bezerra de Menezes.
13/10/2014.
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Índice
Apostila auxiliar de estudos
A Evolução do Cristianismo até o Espiritismo e a Umbanda
Introdução
I - Breve histórico do Cristianismo
O Cristianismo entre as crianças espirituais
A evolução do Cristianismo de acordo com a evolução do ser humano.
Breves trechos da história do Cristianismo
A crucificação de Jesus Cristo
As primeiras comunidades Cristãs
A Revolta Judaica
Perseguição dos cristãos
Concílio de Nicéia
A importância dos Concílios para o Cristianismo e breves comentários sobre as religiões
Concílio de Constantinopla
Dados históricos
Alguns dos célebres vultos do Cristianismo, no ocidente
II - Espiritismo
A implantação do Espiritismo na Terra
Dança das mesas (Mesas girantes)
Alguns veneráveis nomes defensores do Espiritismo
Consideração Inicial
Expressão filosófica do Espiritismo
Doutrina Espírita - Conceitos e Princípios Básicos
III - Mediunidade
História da Mediunidade
Mediunidade nos povos primitivos
Mediunidade na antiguidade
Detalhando os fenômenos mediúnicos (Dr. Ricardo Di Bernadi)
Trabalhando com a mediunidade (Herculano Pires)
Ectoplasma
Livros indicados


IV - Umbanda
Costumes e tradições no Brasil em 1908
Análise do Brasil em 1908
O Cristianismo abre seus braços a todas as raças
História da Umbanda até os dias atuais - informações históricas
Quem foi Gabriel Malagrida?
Análise Histórica
O Cristianismo abre seus braços a todas as raças
O Cristianismo abre seus braços a todas as raças II
Desmitificando a formação das linhas de trabalho na Umbanda e Prática Mediúnica
Finalizando os estudos sobre a Umbanda - Leal de Souza
V- A evolução inacreditável do Cristianismo
Mensagens psicográficas de Dr. Bezerra de Menezes
Conclusão
Introdução
Jesus
Não é nosso propósito narrarmos à história de Jesus. Apesar de belíssima e que enriquece qualquer trabalho que a contenha.  Nosso intuito é o de colocá-lo em sua exata posição como o Governador Espiritual de todo o planeta Terra.
Ele, o governador de todo o nosso planeta e de todos nós que aqui residimos temporariamente nessa casa escola, pessoalmente veio ensinar-nos a como agir pensar e sentir. De conformidade com os desígnios de nosso Pai, visando a nossa evolução espiritual que tem como objetivo levar-nos a um estado progressivo de felicidade pessoal através de nossa evolução espiritual. Evolução espiritual que apenas atestamos estar conseguindo se retiramos de nós, principalmente, o egoísmo e o orgulho de nossas personalidades. A felicidade verdadeira só a temos quando efetuamos o cumprimento das leis de Deus. 
Mas é pensamento falho por demais o julgarmos que somos nós, moradores de uma parte apenas do planeta os felizardos de termos recebido o Mestre em nosso meio em detrimento a outra parte da Terra que não teve a oportunidade de tê-lo entre eles. Afinal, Jesus é o governador de toda a Terra e não apenas um governador de uma parte do planeta. Se ao longo de sua passagem física pela Terra houve a possibilidade de ele estar entre nós. Pela brevidade de uma existência em comparação a complexidade da tarefa para qual ele veio, que era o de implantar no seio de nosso povo o Cristianismo. Era impossível que estivesse em todos os quatro cantos do mundo. Assim, de uma forma totalmente compreensível, Ele, como governador dos quatro cantos desse planeta coordenou a vinda de seus grandes auxiliares para a implantação no restante do mundo dos conceitos elevados. E assim é que ocorreu o surgimento do Budismo e tantas outras religiões.
A nós que temos compreensão de como é na parte espiritual, cabe-nos uma pergunta: por qual razão senão de forma puramente pedagógica diferenciamos as religiões que intitulamos de Cristãs, das demais? Uma vez que de diferente, apenas, foram “as mãos” pelas quais elas vieram para o nosso planeta. Apenas isso. Pois sabemos que a coordenação foi de uma única personalidade. Jesus. Nosso governador geral.
I - Breve histórico do Cristianismo

O Cristianismo entre as crianças espirituais
Inicialmente, explicando o termo: "O Cristianismo entre as crianças espirituais". Queremos justificá-lo por nos referirmos aos nossos primórdios quando éramos bem mais do que hoje, inferiores. Espíritos ainda mais no início de nossa evolução moral e intelectual graças à lei do progresso que rege a todos.
 A evolução do Cristianismo de acordo com a evolução do ser humano.
No livro: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. No capítulo 1 – Instrução dos Espíritos – A ERA NOVA. Encontramos respaldo a questão da evolução do Cristianismo, na medida certa em relação ao desenvolvimento humano.
Observemos:
9. Deus é único, e Moisés, o Espírito que Deus enviou em missão para se fazer conhecer, não somente pelos Hebreus, mas ainda pelos povos pagãos. O povo hebreu foi o instrumento de que Deus se serviu para fazer sua revelação por Moisés e os profetas. As vicissitudes desse povo eram destinadas a impressionar os olhos e fazer cair o véu que escondia a divindade dos homens. Era, na época, o único povo monoteísta.
Os mandamentos de Deus dados a Moisés trazem o germe da mais ampla moral cristã; os comentários da Bíblia limitavam-lhe o sentido, porque, postos em prática em toda a sua pureza, ela não teria sido, então, compreendida; mas nem por isso, os dez mandamentos de Deus deixaram de permanecer como o frontispício brilhante, como o farol que deveria iluminar a Humanidade no caminho que deveria percorrer. (Moisés pela rudeza do povo foi obrigado a colocar leis suas como, por exemplo: se um animal passar para o seu terreno, ele é seu, ainda outros mandamentos bem materializados).
A moral ensinada por Moisés era apropriada ao estado de adiantamento no qual se encontrava o povo a que ele foi chamado a regenerar. Esse povo, semi-selvagem, quanto ao aperfeiçoamento de sua alma, não teria compreendido que se pode adorar a Deus de outro modo e não pelos holocaustos. Muito menos que se precisasse perdoar a um inimigo. As ideias das artes e das ciências eram muito atrasadas. A moralidade ainda engatinhava e não se teriam convertidos sob o império de uma religião inteiramente espiritual. Era-lhes preciso uma representação semi-material, tal qual lhe oferecia, então, a religião hebraica. Assim, os holocaustos falavam aos seus sentidos, enquanto que as ideias de Deus falavam às suas almas.
O Cristo foi o iniciador da moral mais pura e mais sublime moral evangélico-cristã que deve renovar o mundo, aproximar os homens e torna-los irmãos. Só com Jesus foi criada a palavra perdão que deve fazer jorrar de todos os corações humanos a caridade e o amor ao próximo. Criar entre todos os homens uma solidariedade comum. Moral, enfim, que deve transformar a Terra, e dela fazer dela uma morada para os Espíritos Superiores que a habitarão amanhã. É a lei do progresso em ação...
(Um Espírito Israelita, Mulhouse, 1861)
Breves trechos da história do Cristianismo
O Cristianismo de conformidade com o que até então pensávamos de uma forma restritiva e imperfeita  é a religião predominante na Europa, América, Oceania e em grande parte de África e partes da Ásia.
A História do cristianismo remonta mais de 2014 anos de história da religião cristã e suas Igrejas, principiando-se no ministério de Jesus e seus apóstolos, até a atualidade. Iniciado no primeiro século d.C. em Jerusalém. Baseada nos ensinamentos deixados por Jesus, que são de cunho monoteísta. Durante a Era dos Descobrimentos ocorridos entre os séculos XV ao XVII, o cristianismo se expandiu para o mundo. Ao longo da sua história os cristãos tem se dividido por disputas teológicas que resultaram em muitas igrejas distintas.
A crucificação de Jesus Cristo
Segundo a religião judaica o Messias iria um dia restaurar o Reino de Israel.
Jesus, que era judeu, ao pregar uma nova doutrina e atrair seguidores acabou aclamado como o Messias. Mas, não aceito por seu próprio povo. Considerado por apóstata pelas autoridades judaicas. Condenado por blasfêmia e executado pelos romanos pela acusação de ser um líder rebelde.
Com a morte e a ressurreição de Jesus, os apóstolos reúnem-se numa comunidade religiosa composta principalmente por judeus, em Jerusalém, seguindo as orientações deixadas por Jesus. Praticavam a comunhão dos bens, administrava o batismo aos novos convertidos e celebravam a "partilha do pão" em lembrança da última refeição tomada por Jesus.
De lá os apóstolos partiram para pregar a nova mensagem, anunciando a nova religião. Filipe prega aos Samaritanos. Em contato pela primeira vez com os pagãos, em Antioquia, os discípulos entram  e passam a ser denominados de cristãos.
Paulo de Tarso não se contava entre os doze apóstolos. Mas bandeirante do Novo Testamento prega entre os gentios. Entre os anos de 44 e 58 ele fez três viagens que levaram o Cristianismo para a Ásia Menor e a outras regiões da Europa.
As primeiras comunidades Cristãs
Nas primeiras comunidades cristãs a coabitação entre os cristãos oriundos do paganismo e os de origem no judaísmo gerava conflitos. Muitos dos provenientes do judaísmo permaneciam fiéis às restrições alimentares, bem como se recusavam a sentarem à mesa com os pagãos.
A Revolta Judaica
Em Junho do ano 66 inicia-se a revolta judaica. Em Setembro do mesmo ano a comunidade cristã de Jerusalém decide separar-se dos judeus insurrectos, seguindo a advertência dada por Jesus de que enquanto Jerusalém fosse cercada por exércitos a desolação dela estaria próxima. Exilam-se em Pela, na Transjordânia, o que representa o segundo momento de ruptura com o judaísmo.
Perseguição dos cristãos.
As perseguições organizadas contra os cristãos surgem em especial a partir do século II, no ano de 112, quando Trajano volta-se contra os cristãos. Se fossem cidadãos romanos eram decapitados, caso contrário podiam ser atirados às feras ou enviados para trabalhar nas minas.
Durante a segunda metade do século II houve o desenvolvimento das primeiras heresias. Marcião rejeitou o Antigo Testamento, opondo o Deus vingador dos judeus ao Deus bondoso do Novo Testamento, apresentado por Cristo. Elaborou um Livro Sagrado feito a partir de passagens retiradas das epístolas de Paulo  e do Evangelho de Lucas. Tatiano, cristão de origem síria, convertido em Roma, gera uma seita agnóstica que reprova o casamento e que celebrava a eucaristia, com água, e não com o vinho.  O latim passa a ser usado como língua sagrada.
Durante o século III, com o relaxamento da intolerância aos cristãos, a Igreja havia conseguido muitos donativos e bens. Porém, com o fortalecimento da perseguição pelo imperador Diocleciano esses bens foram confiscados. Posteriormente com a derrota de Diocleciano e a ascensão do imperador romano Constantino, o cristianismo foi legalizado pelo Édito de Milão de 313, e os bens da Igreja devolvidos. É de sua própria autoria a ordenação de diversas basílicas e templos e as doou à Igreja. Constantino convocou o Primeiro Concílio de Nicéia em 325, onde se definiu o Credo Niceno, uma manifestação mínima da crença partilhada pelos bispos cristãos.
Concílio de Nicéia
Alguns dos principais pontos discutidos no sínodo foram:
A questão ariana e a profissão de Fé
Excluindo dois seguidores de Ario, todos os demais envolvidos assinaram as atas do Concílio de Nicéia
Profissão de Fé 
"Cremos em um só Deus, Pai todo poderoso, Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis; E em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho de Deus, gerado do Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial do Pai, por quem todas as coisas foram feitas no céu e na terra, o qual por causa de nós homens e por causa de nossa salvação desceu, se encarnou e se fez homem, padeceu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus e virá para julgar os vivos e os mortos; E no Espírito Santo. Mas quantos àqueles que dizem: 'existiu quando não era' e 'antes que nascesse não era' e 'foi feito do nada', ou àqueles que afirmam que o Filho de Deus é uma hipóstase ou substância diferente, ou foi criado, ou é sujeito à alteração e mudança, a estes a Igreja Católica anatematiza".
Os participantes do Cristianismo divergiam quanto à data da Páscoa da ressurreição. Apesar da tentativa efetuada, as diferenças de calendário entre Ocidente e Oriente fez com que esta vontade de festejar a Páscoa em toda a parte no mesmo dia continue não realizado. No concílio de Nicéia decidiu-se a questão estabelecendo que a Páscoa dos cristãos fosse celebrada, sempre,  no domingo seguinte ao plenilúnio após o equinócio da primavera.
* As igrejas da Ásia Menor, que contava com a igreja de Éfeso, celebravam, juntamente com os judeus, no 14º dia da primeira lua da primavera
* As igrejas de Roma e de Alexandria, juntamente com muitas outras igrejas tanto ocidentais quanto orientais, celebravam-na no domingo subsequente ao 14º Nisan. Mas, o ponto mais importante desse concílio, referia-se a Doutrina de Arius.
 Doutrina de Arius
A Doutrina da Cristologia, de Arius, defendia:
·         Que o Logos e o Pai não eram da mesma essência (Opondo-se a Trindade)
·         Que o Filho era uma criação do Pai
·         Que houve um tempo em que o Filho (ainda) não existia
No ano de 318 ocorreram desavenças entre  Arius e o Bispo Alexandre de Alexandria. Uma vez que esse acusava Alexandre de Sabelianismo. Sendo condenado no Concílio.  Arius, contudo, encontrando apoio  de Eusébio de Cesareia bem como outros apoios, espalhou a desavença da Alexandria por todo o Oriente. Para restabelecer a união entre os cristãos o Imperador Constantino I convocou o Primeiro Concílio de Nicéia em 325, onde a doutrina de Arius acabou por ser condenada como herética.
Arius foi expulso tendo, no entanto, a sua banição anulada pela influência do Bispo Eusébio de Nicomédia no ano de 328, na mesma época em que Atanásio se tornou Bispo de Alexandria. No ano de 335 Arius seria supostamente reabilitado. Ele concordou em subscrever a doutrina de Nicéia que havia recusado anteriormente. Contudo, antes de receber a comunhão em Constantinopla, "morreu" subitamente.
A importância dos Concílios para o Cristianismo e breves comentários sobre as religiões
Apesar de inúmeros absurdos absolutamente normais do ponto de vista da evolução da humanidade ter sido efetuado nos Concílios, há uma observação importante sobre eles que devemos efetuar. Sem eles a unidade cristã não se observaria como observamos ao longo da história. Em síntese: podemos concluir que foi um mal necessário.
O Cristianismo, seus ensinamentos, propagava-se entre as comunidades através de diálogos, principalmente. Bem como as comunicações entre as cidades e regiões eram esporádicas e nesse processo rudimentar se espalhava. Normal conceber que foram geradas inúmeras alterações no conteúdo e práticas Cristãs.
Os concílios, em fim, tinham a função de estabelecer uma maior padronização na prática e nos ensinamentos Cristãos. E se isso não ocorresse, poderia gerar a fragmentação do Cristianismo. O que é bem diferente do que historicamente veio a ocorrer foi à formação de inúmeras religiões cristãs.  Visto que a não fragmentação do Cristianismo proporcionou-nos a preservação da Bíblia seguida pelo Catolicismo. Posteriormente, da Bíblia surgiram os denominados protestantes, iniciados por Lutero que se rebelou contra o catolicismo e suas máximas. Quanto ao surgimento de diversas religiões, em nada tem haver com a fragmentação ou não do Cristianismo. Mas, sim, sendo o resultado da aplicação religiosa do Cristianismo para os diversos graus evolutivos dos espíritos encarnados na Terra. Uma vez que os conhecimentos cristãos ampliam-se ou não em cada religião de acordo com a exata capacidade de esses religiosos compreenderem e as praticarem.
Apenas ilustrando o que acima foi dito. Acabo de ter uma breve conversa com a proprietária da pensão onde me encontrava até pouco tempo. E, nessa conversa, em determinado momento ela falou: Toda a minha família seja da parte de meu falecido marido e os meus foram e são extremamente religiosos. Até o presente momento nenhum dos nossos mortos veio contar como é do outro lado e, nem poderiam! Estão dormindo, aguardando a  volta de Jesus. Aliás, eles estão dormindo em seus aposentos. Apesar de nós utilizarmos o nome errado de túmulos. O certo é falarmos em aposentos. 
Essa senhora que aqui não vou declinar o nome, pelo tempo que a conheço posso dizer que é uma excelente praticante do cristianismo. Se eu tentasse impor as verdades que o cristianismo aquilatou para a humanidade através do Espiritismo, estaria sendo um péssimo religioso. Pois, se há condições de compreender mais coisas do que essa senhora, também sou obrigado a reconhecer que o grau evolutivo, intelectual, espiritual dela é outro. Portanto, suas considerações devem ser ouvidas e respeitadas. Sem uma ação inútil e equivocada de gerar uma discussão que apenas eu conseguiria magoa-la se tentasse expor que o que ela está a dizer não é o que  verdadeiramente ocorre. Que os espíritos de seus entes queridos se encontram em outra dimensão e muito vivos, totalmente livres da matéria.
Por fim, necessário expor uma grande diferença entre a evolução espiritual e a evolução intelectual-espiritual que não depende da evolução intelectual acadêmica. A primeira sendo a mais importante permite-nos ao morrer sermos merecedores de estarmos em regiões espirituais mais elevadas. Pois, quem tem determinada evolução espiritual mais apurada faz a prática do bem. Já quem tem apenas a evolução intelectual-espiritual tem maiores condições de compreender as novas revelações Cristãs. (Revelações e não inovações ou descobertas.) Mas, infelizmente, entre ter condições de compreender e colocá-la em prática em suas vidas, há uma grande diferença e nem sempre o fazemos. O ideal é que tenhamos as duas evoluções. Para, como dizia em suas palestras meu pai: podermos voar mais alto, com a utilização das duas asas. A asa do conhecimento e a asa da prática do bem que Jesus e todos os seus colaboradores de alta hierarquia espiritual vieram nos ensinar. 
Concílio de Constantinopla
Édito de Justiniano: “Se alguém diz ou sustenta que as almas humanas preexistiram na condição de inteligências e de santos poderes; que, tendo-se enojado da contemplação divina, tendo-se corrompido e, através disso, tendo-se arrefecido no amor a Deus, elas foram, por essa razão, chamadas de almas e, para seu castigo, mergulhadas em corpos, que ele seja anatematizado!”
O Concílio de Constantinopla realizado na cidade de Constantinopla (Istambul, Turquia), de cinco de maio a dois de junho do ano 553. Foi realizado pelo imperador romano Justiniano e participado principalmente por bispos orientais. Sendo apenas seis bispos ocidentais, justamente como manobra para se obter os votos necessários para os interesses de Justiniano. Foi neste concílio que a preexistência da alma deixou de ser aceita e pregada dentro da Igreja Católica, sendo declarada como herética. Afinal, manter a preexistência da alma faria admitir, por exemplo, a possibilidade de que o imperador e sua família, em outra existência, poderiam nascer ou já terem sido pessoas do povo. Além do mais, Justiniano casou-se com Teodora, que era uma prostituta, sendo que ao longo do tempo suas antigas amigas tendo em vista a sua jornada de êxito começaram a se insuflar, e ela, diante do fato, e até para procurar apagar seu passado, mandou matar cerca de 500 outras prostitutas. Depois disso o povo começou a dizer que ela ia pagar na outra vida o crime hediondo realizado. Então ela pediu ao marido  para que ele banisse a reencarnação das crenças populares. Coisa que o orgulho de suas posições não admitia, jamais. Por outro lado, há de se justificar de o Papa haver assinado esse banimento no Catolicismo das realidades da preexistência da alma visto que se opusesse a vontade do imperador certamente ele estaria colocando o seu poder em perigo, e sua própria vida, uma vez que não estaria atendendo aos interesses políticos de Justiniano que o mantinha no controle da Igreja Católica Apostólica Romana. Na reunião final deste concílio participaram cerca de 165 bispos. Dos quais, 159 bispos orientais. Algo totalmente planejado para o êxito de seus propósitos.
Como consequência desse Concílio observamos que o cristianismo que na época representava-se, na Terra, através da Igreja Católica Apostólica Romana, aboliu a preexistência da alma. Sendo que, o mais curioso, foi o fato de os cristãos terem aceitado. Entretanto, nada mais natural. Afinal, nessa época éramos crianças espirituais. E, como tais, facilmente manipuláveis por alguns poucos. Felizmente essa é uma realidade que deixamos para trás. Afinal, hoje, nossa sociedade não admite tal acontecimento ocorrer impunemente. Isso é uma evolução de nossa sociedade. De cada um de nós, Graças a Deus!
Finalmente concluímos que se a árvore do Cristianismo foi mutilada através desse Concílio, nada mais foi do que o arrancarmos um de seus galhos que nos orienta. Mas que em momento oportuno, quando a humanidade encontrou-se mais evoluída, assim como ocorre em uma árvore que a mutilamos através da poda, torna-se mais bela e frondosa expondo para nós toda a sua força e beleza.
Dados históricos
Em 500 d.C., “criou-se” o purgatório. O que demonstra a modificação dos ensinamentos do Cristianismo através da Igreja Católica Apostólica Romana.
Em 1074 d.C, estabeleceu-se o celibato clerical, que é um atentado à natureza humana ocasionando inúmeros sacrifícios, sofrimentos e desvios de religiosos de todos os tipos. 
Alguns dos célebres vultos do Cristianismo, no ocidente.

(1320 — 31 de dezembro 1384) Professor da Universidade de Oxford, teólogo e reformador religioso inglês. Precursor das reformas religiosas que sacudiram a Europa nos séculos XV e XVI. Trabalhou na primeira tradução da Bíblia para o idioma inglês, entregando a tradução da Bíblia aos padres. Acreditava que essa deveria ser um bem comum de todos os cristãos e precisaria estar disponível para uso cotidiano, na língua nativa das populações. "a joia do clero tornou-se o brinquedo dos leigos". A influência dos escritos de Wyclif foi fundamental em outros movimentos reformistas, como  o movimento  liderado por Jan Huss e Jerônimo de Praga.
Na Boêmia, Na Universidade, aplicou-se nos estudos de teologia, filosofia e legislação canônica. Tornou-se sacerdote e depois serviu como professor no Balliol College, ainda em Oxford. Por volta de 1365 tornou-se bacharel em teologia e, em 1372, doutor em teologia. Como teólogo destacou-se pela firme defesa dos interesses nacionais contra as demandas do papado, ganhando reputação de patriota e reformista. Wycliffe afirmava que havia um grande contraste entre o que a Igreja era e o que deveria ser e por isso defendia reformas. Suas idéias apontavam a incompatibilidade entre várias normas do clero.  Uma destas incompatibilidades era a questão das propriedades e da riqueza material do clero. Ele pregava o retorno da Igreja à primitiva pobreza dos tempos dos evangelistas, algo que, na sua visão, era incompatível com o poder temporal do papa e dos cardeais. Para ele o Estado deveria tomar posse de todas as propriedades da Igreja e encarregar-se diretamente do sustento do clero. Logo a cátedra deixou de ser o único meio de propagação de suas idéias, ao iniciar a escrita de seu trabalho mais importante, a Summa theologiae. Entre as idéias mais revolucionárias desta obra está a afirmação de que, nos assuntos de ordem material, o rei está acima do papa e que a Igreja deveria renunciar a qualquer tipo de poder temporal. Sua obra seguinte, De civili dominio, aprofunda as críticas ao Papado de Avignon (onde esteve a sede provisória da Igreja de 1309 até 1377), com seu sistema de venda de indulgências e a vida perdulária e luxuosa de muitos padres, bispos e religiosos sustentados com dinheiro do povo. Wycliffe defendia que era tarefa do Estado lutar contra o que considerava abusos do papado. A obra contém 18 teses que vieram a público em Oxford, no ano de 1376.
Em 22 de maio de 1377, o Papa Gregório XI, que em janeiro havia abandonado Avignon para retornar a sede da Igreja a Roma, expediu uma bula contra declarando que suas 18 teses eram errôneas e perigosas para a Igreja e o Estado. Mas o apoio de que Wycliffe desfrutava na corte e no parlamento tornaram a bula sem efeito prático, pois era geral a opinião de que a Igreja estava exaurindo os cofres ingleses.

Seus pais eram checos de poucas posses materiais. Esse reformador  boêmio, deorigem da cidade de Husinec, teve seu nascimento  no dia 6 de Julho de 1369. ( data provável).  Morreu queimado na cidade de Constança, no dia  6 de Julho de 1415.
Estudou em Praga, onde esteve por volta dos anos 80. Foi grandemente influenciado por Stanislav ze Znojma, que mais tarde se tornaria seu amigo íntimo e finalmente um grande inimigo.  Nos seus escritos usava frequentemente citações de John Wyclif.  Em 1393 fez  Bacharelado em Letras, em 1394 o Bacharelado em Teologia, e em 1396, finalmente o Mestrado. Em 1400 foi ordenado padre, tornando-se em 1401 reitor da faculdade de Filosofia. No ano seguinte foi reitor da Universidade Carlos. Em 1402, nomeado pregador na Igreja de Belém em Praga, onde pregava em língua checa. Não em latim, como costume de sua época. Uma afronta aos costumes de época.
A sua inclinação para as reformas eclesiásticas foi despertada pelos escritos teológicos de Wyclif. O que ficou denominado de Hussismo das primeiras décadas do século XV, não era mais do que Wyclifismo transplantado para solo Boémio. Os escritos teológicos de Wycliffe espalharam-se rapidamente pela Boêmia, trazidos em 1402 por Jerônimo de Praga, e que, mais tarde, tornou-se amigo e seguidor de Huss. Esses escritos causaram profunda impressão em Hus. A Universidade decretou-se contra as novas doutrinas. Sob a tutela do Arcebispo Zbyněk Zajíc, Hus gozou nos primeiros tempos de boa reputação e proteção. Em 1405 ele estava ativo como pregador sinodal, mas o bispo foi forçado a depor contra ele devido aos ataques dele contra o sacerdócio.
Hus pregava o Sacerdócio Universal dos Crentes, no qual qualquer pessoa pode comunicar-se com Deus sem a mediação sacramental e eclesial. Antes de ser queimado, Hus expôs as seguintes palavras ao carrasco: "Vocês hoje estão queimando um ganso (Hus significa "ganso" na língua boêmia), mas dentro de um século encontrar-se-ão com um cisne. E este cisne vocês não poderão queimar." Identificamos nessas palavras a vinda de Martinho Lutero, com esta profecia. Pois, 102 anos depois, Lutero pregou suas 95 teses em Wittenberg.
Martinho Lutero nasceu em Eisleben, no dia 10 de novembro de 1483. Morrendo também em Eisleben, em 18 de fevereiro de 1546. Desenvolveu tradução da Bíblia em outros idiomas gerando um impacto violento tanto na Igreja quanto na cultura germânica. E, também, o que fez desse livro mais acessível e ao alcance de mais pessoas. Seu casamento com Catarina von Bora estabeleceu padrão para a prática do casamento clerical, permitindo o matrimônio dos pastores protestantes. Seus hinos incentivaram a prática do ato de cantar em igrejas.  Era padre e professor de teologia. Iniciador da Reforma Protestante. Opôs-se fortemente as compras de indulgências praticada pela Igreja Católica Apostólica Romana. Apresentou suas 95 teses no ano de 1517. E sua recusa em retirar seus escritos em cumprimento ao pedido do Papa Leão X, em 1520, e do Imperador Carlos I de Espanha, na Dieta de Worms, no ano de 1521.  Provocou a sua excomunhão pelo papa e a condenação como um fora-da-lei pelo imperador. Ele pregava que a salvação não provia de bons feitos, mas de um livre presente de Deus, recebida apenas pela graça através da fé em Jesus como um redentor do pecado. Sua teologia desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana por ensinar que a Bíblia é a única fonte de conhecimento divino e opôs-se ao sacerdotalismo, por considerar todos os cristãos batizados como um santo e natural sacerdócio.
Consideração necessária: No desenvolvimento do Cristianismo, Lutero representa um dos momentos mais importantes dessa evolução. Notemos, contudo, que sua obra representa o fruto de contínua evolução de muitos que o antecederam, em cumprimento dos desígnios de Deus. Entretanto, para os que não visualizam esses acontecimentos, reportando-se as épocas em que ocorreram, lembramos que ele rompeu no iniciar do século XVI, com práticas seculares da Igreja Católica. Exigir naquela época mais realizações e mudanças, impossível. Afinal, a nossa evolução nesse período não comportaria.
Nota: Quando falamos em desenvolvimento do Cristianismo, subtende-se que não é ele propriamente dito, que evolui. Mas, sim, o ser humano em seu progresso incessante, como espírito imortal, que lentamente permite ao Cristianismo retirar os véus que antes estavam ocultando verdades que sempre existiram. Mas que o progresso dos espíritos encarnados e desencarnados, na Terra, ainda não permitia que nós tivéssemos acesso a essas informações. Utilizando uma linguagem figurada: O Cristianismo, ao longo da história da humanidade mede a intensidade de seu brilho de conformidade com a nossa capacidade de ver e trabalhar com essa luz. E, na atualidade dos nossos desenvolvimentos, quantas verdades ainda não têm condições de compreendermos no atual estágio evolutivo em que estamos?  Certamente, dentro de cem ou duzentos anos a mais, quantas coisas teremos condições de saber dessa árvore generosa e que hoje, simplesmente, não temos condições de compreender? Há, contudo, uma exposição que não se pode comprovar. Mas é provável que se antigamente houvesse a necessidade de séculos serem gastos para que pudéssemos ter condições de ampliar nossos conhecimentos em alguma coisa, o período atual em que nos encontramos e dai em diante, permitirá que maiores informações sejam fornecidas pelo Cristianismo, em um menor período de tempo.
Nascido em família católica com tradição profissional na advocacia e na  magistratura. Efetuou estudos na Escola de Pestalozzi,  Suíça. País de formação religiosa tipicamente protestante. Tornando-se um dos seus mais distintos discípulos e ativo propagador de seu método, que influenciou na reforma do ensino na França e na Alemanha.
Em 1824, de volta a França, publicou um plano para aperfeiçoamento do ensino público. No dia 6 de fevereiro de 1832 desposou Amélie Gabrielle Boudet. Tinha profundo domínio da língua alemã, traduzindo para este idioma algumas obras de educação e de moral, com destaque para as obras de François Fénelon. Conhecia a fundo os idiomas francês, inglês e holandês, alemão, italiano e espanhol. De 1834 em diante passou a lecionar e a publicar diversas obras sobre educação. Tornando-se membro da Real Academia de Ciências Naturais.
Como pedagogo dedicou-se à luta para uma maior democratização do ensino público. Entre 1835 e 1840, residiu na rua de Sèvres. Onde ministrava cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia, Astronomia; entre outras matérias.  As matérias que lecionou como pedagogo foram: Astronomia, Química, Matemática, Física, Fisiologia, Retórica, Anatomia Comparada e Francês. Sobre a utilização do pseudônimo "Allan Kardec", segundo biografias, foi adotado pelo Prof. Rivail a fim de diferenciar a Codificação Espírita dos seus trabalhos pedagógicos anteriores.
Natural do distrito de São Gonçalo/RJ. Extremamente jovem no ano de 1908, então com dezessete anos de idade. Preparando-se para o ingresso na carreira militar na Marinha de Guerra Brasileira. Foi acometido por inexplicáveis problemas não debelados pela medicina daquela época, certo dia ergueu-se no leito declarando: "Amanhã estarei curado!"  No dia seguinte  levantou-se normalmente e voltou a caminhar, como se nada houvesse ocorrido. Sendo, dessa forma, que acabou fundando a Umbanda. Religião de origem 100% nacional.
Casou-se com  Isabel de Moraes e teve duas filhas, Zélia e Zilméia. Faleceu no dia 3 de outubro de 1975 em Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro.
Sua atividade profissional era como comerciante. Sendo que no ano de 1924, tornou-se vereador. Três anos depois foi reeleito e trabalhou como secretário do Legislativo Gonsalense. No poder público dedicava-se, em especial, à difusão de escolas públicas. Tal a sua preocupação que criou escola gratuita, de curso primário, em seu centro religioso para atender as crianças de Neves.
Francisco Cândido Xavier nasceu em Pedro Leopoldo/MG, Brasil. Em dois de abril de 1910. Morreu em 30 de Junho de 2002. Considerado o médium do século e o maior psicógrafo de todos os tempos. Através, em especial, dos livros produzidos pelo espírito André Luiz, trouxe significativos avanços para os conhecimentos Espíritas. Durante sua existência  psicografou 451 livros. Cedeu todos os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de caridade. Vendeu mais de 50 milhões de exemplares em português, com traduções em espanhol, italiano, inglês,  mandarim, sueco, russo, japonês, esperanto, romeno e braile.
II - Espiritismo

A implantação do Espiritismo na Terra
Irmãs Fox
A família Fox
Em 11 de dezembro de 1847, a família Fox, de origem canadense, instalou-se em uma casa modesta na povoação de Hydesville, no estado de Nova Iorque.
A família Fox, compunha-se da Sra. Margareth Fox e seu marido. Sr. John D. Fox. Além de suas filhas, Kate e Margareth, respectivamente com 11 e 14 anos de idade. A mais conhecida e divulgada fonte sobre o ocorrido em Hydesville, com a família Fox,  é o depoimento da Sra. Margareth Fox que encontra-se no livro História do Espiritismo de Arthur Conan Doyle. Abaixo exposto.
O casal possuía mais filhos e filhas. Entre estas, Leah, mais velha, que escreveria um livro, "The Missing Link" (New York, 1885), no qual abordou às supostas faculdades paranormais de seus antepassados.
O fato ocorreu, inicialmente, apenas com Margareth e Kate. Depois, Leah juntou-se a elas e teve participação ativa nos acontecimentos ao de Hydesville.

Depoimento da Sra. Margareth Fox
"Na noite da primeira perturbação, todos nos levantamos, acendemos uma vela e procuramos pela casa inteira, enquanto o barulho continuava e era ouvido quase que no mesmo lugar. Conquanto não muito alto, produzia um certo movimento nas camas e cadeiras a ponto de notarmos quando deitadas. Era um movimento em trêmulo, mais que um abalo súbito. Podíamos perceber o abalo quando de pé no solo. Nessa noite continuou até que dormimos. Eu não dormi até quase meia-noite. Os rumores eram ouvidos por quase toda a casa. Meu marido ficou à espera, fora da porta, enquanto eu me achava do lado de dentro, e as batidas vieram da porta que estava entre nós. Ouvimos passos na copa, e descendo a escada; não podíamos repousar, então conclui que a casa deveria estar assombrada por um Espírito infeliz e sem repouso. Muitas vezes tinha ouvido falar desses casos, mas nunca tinha testemunhado qualquer coisa no gênero, que não levasse para o mesmo terreno.
Na noite de sexta-feira, 31 de março de 1848, resolvemos ir para a cama um pouco mais cedo e não nos deixamos perturbar pelos barulhos: íamos ter uma noite de repouso. Meu marido aqui estava em todas as ocasiões, ouviu os ruídos e ajudou a pesquisa. Naquela noite fomos cedo para a cama – apenas escurecera. Achava-me tão quebrada e sem repouso que quase me sentia doente. Meu marido não tinha ido para a cama quando ouvimos o primeiro ruído naquela noite. Eu apenas me havia deitado. A coisa começou como de costume. Eu o distinguia de quaisquer outros ruídos jamais ouvidos. As meninas, que dormiam em outra cama no quarto, ouviram as batidas e procuraram fazer ruídos semelhantes, estalando os dedos. Minha filha menor, Kate, disse, batendo palmas: "Senhor Pé-Rachado, faça o que eu faço". Imediatamente seguiu-se o som, com o mesmo número de palmadas. Quando ela parou, o som logo parou. Então Margareth disse brincando: "Agora faça exatamente como eu. Conte um, dois, três, quatro" e bateu palmas. Então os ruídos se produziram como antes. Ela teve medo de repetir o ensaio. Então Kate disse, na sua simplicidade infantil: "Oh! mamãe! eu já sei o que é. Amanhã é primeiro de abril e alguém quer nos pregar uma mentira".
Então pensei em fazer um teste de que ninguém seria capaz de responder. Pedi que fossem indicadas as idades de meus filhos, sucessivamente. Instantaneamente foi dada a exata idade de cada um, fazendo uma pausa de um para o outro, a fim de os separar até o sétimo, depois do que se fez uma pausa maior e três batidas mais fortes foram dadas, correspondendo à idade do menor, que havia morrido.
Então perguntei: "É um ser humano que me responde tão corretamente?" Não houve resposta. Perguntei: "É um Espírito? Se for dê duas batidas." Duas batidas foram ouvidas assim que fiz o pedido. Então eu disse: "Se foi um Espírito assassinado dê duas batidas". Estas foram dadas instantaneamente, produzindo um tremor na casa. Perguntei: "Foi assassinado nesta casa?" A resposta foi como a precedente. "A pessoa que o assassinou ainda vive?" Resposta idêntica, por duas batidas. Pelo mesmo processo verifiquei que fora um homem que o assassinara nesta casa e os seus despojos enterrados na adega; que a sua família era constituída de esposa e cinco filhos, dois rapazes e três meninas, todos vivos ao tempo de sua morte, mas que depois a esposa morrera. Então perguntei: "Continuará a bater se chamar os vizinhos para que também escutem?”A resposta afirmativa foi alta.
Meu marido foi chamar Mrs. Redfield, nossa vizinha mais próxima. É uma senhora muito delicada. As meninas estavam sentadas na cama, unidas uma à outra e tremendo de medo. Penso que estava tão calma como estou agora. Mrs. Redfield veio imediatamente, seriam cerca de sete e meia, pensando que faria rir às meninas. Mas quando as viu pálidas de terror e quase sem fala, admirou-se e pensou que havia algo mais sério do que esperava. Fiz algumas perguntas por ela e as respostas foram como antes. Deram-lhe a idade exata. Então ela chamou o marido e as mesmas perguntas foram feitas e respondidas.
Então, Mrs. Redfield chamou Mr. Duesler e a esposa e várias outras pessoas. Depois, Mr. Duesler chamou o casal Hyde e o casal Jewell. Mr. Duesler fez muitas perguntas e obteve as respostas. Em seguida, indiquei vários vizinhos nos quais pude pensar, e perguntei se havia sido morto por algum deles, mas não tive resposta. Após isso, Mr. Duesler fez perguntas e obteve as respostas: Perguntou: "Foi assassinado?" Resposta afirmativa. "Seu assassino pode ser levado ao tribunal?" Nenhuma resposta. "Pode ser punido pela lei?" Nenhuma resposta. A seguir, disse: "Se seu assassino não pode ser punido pela lei dê sinais." As batidas foram ouvidas claramente. Pelo mesmo processo Mr. Duesler verificou que ele tinha sido assassinado no quarto de leste, há cinco anos passados, e que o assassínio fora cometido à meia-noite de uma terça-feira, por Mr.; que fora morto com um golpe de faca de açougueiro na garganta; que o corpo tinha sido levado para a adega; que só na noite seguinte é que havia sido enterrado; tinha passado pela despensa, descido a escada, e enterrado a dez pés abaixo do solo. Também foi constatado que o motivo fora o dinheiro.
"Qual a quantia: cem dólares?" Nenhuma resposta. "Duzentos? Trezentos?" etc. Quando mencionou quinhentos dólares as batidas confirmaram.
Foram chamados muitos dos vizinhos que estavam pescando no ribeirão. Estes ouviram as mesmas perguntas e respostas. Alguns permaneceram em casa naquela noite. Eu e as meninas saímos. Meu marido ficou toda a noite com Mr. Redfield. No sábado seguinte a casa ficou superlotada. Durante o dia não se ouviram os sons; mas ao anoitecer recomeçaram.  Diziam que mais de trezentas pessoas achavam-se presentes. No domingo pela manhã os ruídos foram ouvidos o dia inteiro por todos quantos se achavam em casa.
Na noite de sábado, 1º de abril, começaram a cavar na adega; cavaram até dar n'água; então pararam. Os sons não foram ouvidos nem na tarde nem na noite de domingo. Stephen B. Smith e sua esposa, minha filha Marie, bem como meu filho David S. Fox e sua esposa dormiram no quarto aquela noite.
Nada mais ouvi desde então até ontem. Antes de meio-dia, ontem, várias perguntas foram respondidas da maneira usual. Hoje ouvi os sons várias vezes.
Não acredito em casas assombradas nem em aparições sobrenaturais. Lamento que tenha havido tanta curiosidade neste caso. Isto nos causou muitos aborrecimentos. Foi uma infelicidade morarmos aqui neste momento. Mas estou ansiosa para que a verdade seja conhecida e uma verificação correta seja procedida. Ouvi as batidas novamente esta manhã, terça-feira, 4 de abril. As meninas também ouviram.
Garanto que o depoimento acima me foi lido e que é a verdade; e que, se fosse necessário, prestaria juramento de que é verdadeiro."
Assinado Margareth Fox.
Construindo uma rudimentar combinação alfabética, com as pancadas produzidas. Foi possível que as irmãs Fox, obtivessem o nome do espírito que era o causador dos sons. E foi dessa forma, que descobriram que seu nome era a do mascate, de 31 anos. De nome Charles B. Rosma. Assassinado há quatro anos, naquela casa e enterrado na adega. E por deduções, que seu assassino era antigo inquilino. Sr. Bell.  Interessados em esclarecer o caso, algumas pessoas escavaram a adega, em busca de encontrar os restos mortais do suposto assassinado. Não sendo nenhuma prova cabal encontrada. E, por essa razão foram suspensas. Depoimentos já haviam ocorridos. Mais houve em especial um depoimento, com muitos detalhes, de quem se lembrava da passagem pela região de um certo mascate na mesma data em que o suposto espírito indicou como sendo o do seu assassinato. Nesse depoimento descreveu o comportamento dos antigos proprietários da residência em Hydesville, o Sr. Bell e a esposa que, sozinhos, teriam recebido o mascate.
No Verão de 1848,o irmão mais velho da família. David Fox. Retomou a busca. Mas a opinião de muitos é que os resultados encontrados, não eram originais. Uma armação.  Nessa busca, a uma profundidade das escavações de um metro e meio, encontrou-se inicialmente,  uma tábua. Aprofundando o buraco, encontraram cabelos, restos de carvão, cal e alguns fragmentos de ossos que, segundo Doyle, foram reconhecidos por um médico como pertencentes a um esqueleto de um ser humano.
Equivocadamente, Margareth e Kate chegaram a ser separadas e afastadas do lar paterno.  David Fox ficou com Margareth. E Kate ficou com Leah. Mas essa separação das irmãs não foi suficiente para que os fenômenos deixassem de ocorrer. E, no caso da irmã mais velha, Lea Fish, passou a também apresentar fenômenos catalogados como mediúnicos. Sendo esse episódio narrado no livro História do Espiritismo:
"Era como uma nuvem psíquica, descendo do alto e se mostrando nas pessoas suscetíveis. Sons idênticos foram ouvidos em casa do Reverendo A. H. Jervis, ministro metodista residente em Rochester. Poderosos fenômenos físicos irromperam na família do Diácono Hale, de Greece, cidade vizinha de Rochester. Pouco depois a Sra. Sarah A. Tamlin e a Sra. Benedict de Auburn, desenvolveram notável mediunidade (...)."
Dança das mesas (Mesas girantes)
No século XIX ocorreu na Europa e nos Estados Unidos esse fenômeno, mais conhecido como as mesas girantes. A sociedade mundial, inicialmente, apenas levava esses acontecimentos, para o campo do entretenimento. Mas o que desconheciam era que isso ocorria para, justamente, chamar atenção da humanidade. Consistindo no movimento de mesas e outros objetos pesados, sem causa física, em torno dos quais se reuniam nos salões pessoas de todas as classes sociais e culturais. Sem que a princípio fosse levado esse acontecimento em suas reais proporções. Pois, durante sua fase inicial, até meados de 1870. As mesas girantes foram objeto unicamente de curiosidade e divertimento, em especial nos países europeus. Mas, através da seriedade do professor e pedagogo Hippolyte Léon Denizard Rivail - "Allan Kardec”. Culminou no estudo e sistematização de conhecimentos que construíram  a Doutrina Espirita.
O professor Rivail foi convidado pelo amigo Fortier, a verificar o fenômeno das mesas girantes com a disposição de observar e analisar os fenômenos que despertavam curiosidade no século XIX.
As primeiras manifestações tidas como mediúnicas aconteceram por meio de mesas se levantando e batendo, com um dos pés, um número determinado de pancadas e respondendo, desse modo, sim ou não, segundo fora convencionado, a uma questão proposta.
Analisando esses fenômenos, Allan Kardec, concluiu que não havia nada de convincente neste método para os céticos, pois se podia acreditar num efeito elétrico, cujas propriedades eram minimamente conhecidas pela ciência de então. Foram então utilizados métodos para se obter respostas mais desenvolvidas por meio das letras do alfabeto: o objeto móvel, batendo um número de vezes corresponderia ao número de ordem de cada letra, chegando, assim, a formular palavras e frases respondendo às perguntas propostas. Sociedades Científicas de diversas partes do mundo foram criadas para a  investigação dos fenômenos. O mundo científico acordou para analisar esses acontecimentos. Personalidades como  Oliver Lodge, Friedrich Zöllner, William CrookesMichael Faraday, Camille FlammarionAlfred Russel Wallace.  Foram umas dos nomes da ciência a confirmarem esses acontecimentos. Bem como o criminologista Cesare Lombroso. Kardec concluiu que a precisão das respostas e sua correlação com a pergunta não poderiam ser atribuídas ao acaso. O ser misterioso que e respondia, quando perguntado sobre sua natureza, declarou que era um espírito, fornecendo o seu nome e forneceu outras informações a seu respeito. Apresentando ao mundo, dessa forma, a imortalidade da alma. Que apenas troca, por motivos que o Espiritismo veio ao mundo explicar, a sua existência espiritual pela material.
Nota: Construído entre 1900 a 1903, houve um registro cinematográfico sobre este acontecimento: Современный спиритуализм/Spiritisme abracadabrant (1900) 1:14 (tradução literal: Espiritismo Moderno / Espiritismo abracadabra).

ALGUNS VENERÁVEIS NOMES DEFENSORES DO ESPIRITISMO

Johann Karl Friedrich Zöllner (Berlim, 8 de Novembro de 1834 — Leipzig, 25 de Abril de 1882). Astrônomo e físico germânico. Membro da Imperial Academia de Ciências Físicas e Naturais de Moscou, da Royal Society, da Sociedade Científica de Estudos Psíquicos de Paris, da Real Sociedade Astronômica de Londres. Além de membro honorário da Associação de Ciências Físicas de Frankfurt. Em 1860, apresentou ao mundo a ilusão de ótica que leva o seu nome: a chamada ilusão de Zöllner. Em 1872 passou a ocupar a cadeira de Astrofísica na Universidade de Leipzig.
Zöllner efetuou diversas reuniões com pesquisadores famosos e médiuns no século XIX, em sua própria residência, em Leipzig. Dentro do Espiritismo, desenvolveu a "teoria da quarta dimensão". Com isso, os fenômenos espíritas perdem a sua característica mística e ingressam no campo da Física. Conhecimento esse que defendeu apoiado em posições teóricas e experiências práticas. Por essa teoria, o universo teria uma quarta dimensão até então não visualizada pela física. Através da qual explicam-se os fenômenos de ordem mediúnica. Essa quarta dimensão é uma extensão da própria matéria, apesar de invisível e imperceptível aos sentidos físicos humanos.
Faleceu sem conseguir publicar sua segunda obra, que abordava sobre os fenômenos pesquisados. Em reconhecimento de seu trabalho, uma cratera na Lua recebeu o seu nome: a cratera de Zöllner.
(Verona, 6 de novembro de 1835 — Turim, 19 de outubro de 1909). Médico, cientista e cirurgião italiano.
Nasceu em Verona, proveniente de família de posses, que lhe permitiu efetuar os estudos. Estudou Medicina na Universidade de Pavia, no ano de 1858, formou-se. Em 1859, em Cirurgia. Na Universidade de Gênova. Indo para Viena, onde apurou seus conhecimentos, alinhando-se com o pensamento positivista.
Desde os vinte anos demonstra a sua linha de interesses, com um estudo sobre a loucura. Servindo como oficial médico, publicou em 1859 estudos sobre os ferimentos das armas de fogo, considerado um dos mais originais. Entre os anos de 1871 a 1876, dirige o manicômio de Pádua. Vindo a ser aprovado para a cadeira de Higiene e Medicina Legal da Universidade de Turim. Também em 1876 publicou "O Homem Delinqüente" - sua primeira obra sobre criminologia, onde faz-se presente a influência da "frenologia”.
Referente a mediunidade, estuda o fenômeno sob o aspecto positivista de comprovação factual - tal como fizeram outros cientistas da época, noutras partes. Ao final conclui pela comprovação científica dos fenômenos e doutrina  estudados. Tornando-se um fervoroso defensor do Espiritismo na Itália de seu tempo, juntando-se a várias correntes do movimento positivista da época.
William Crookes (Londres, 17 de junho de 1832 — Londres, 4 de abril de 1919). Físico e químico inglês.
Em 1861, descobriu um elemento químico ao qual deu o nome de tálio. Posteriormente identificou a primeira amostra conhecida de hélio, em 1895. inventor do radiômetro de Crookes. Bem como desenvolveu os tubos de Crookes, investigando os raios canal. Foi um pioneiro na construção e no uso de tubos de vácuo para estudar os fenômenos físicos. Igualmente um dos primeiros cientistas a pesquisar o que hoje é chamado de plasmas. Desenvolveu um dos primeiros instrumentos para estudar a radioatividade nuclear, o que acabou denominado de espintariscópio. No ano de 1870, Crookes concluiu que a ciência tinha o dever de estudar os fenômenos associados com o Espiritualismo. Sua forma de condução de sua investigação sempre foi de forma imparcial e descreveu as condições que ele impunha aos médiuns da seguinte forma: "Deve ser na minha própria casa e com minha própria seleção de amigos e espectadores, sob minhas próprias condições e podendo eu fazer o que achar melhor quanto a dispositivos" (Doyle, 1926: volume 1, 177). Entre os médiuns que ele estudou estavam Florence Cook e Kate Fox.
William Crookes, através de seus pareceres favoráveis aos fatos espiritualistas, chegou ao ponto de ter o seu nome cancelado da filiação à Royal Society. Apenas não o sendo, pois, tornou-se mais cauteloso. Uma vez que a sociedade científica da época não concordava com as suas afirmações, que comprovavam o espiritualismo. Razão de seu silêncio. Mas, no ano de 1898, em seu discurso de posse na presidência da British Association for the Advacement of Science (Associação Britânica pelo Avanço da Ciência), abordou sobre o assunto: "Já se passaram trinta anos desde que publiquei um relatório dos experimentos tendentes a mostrar que fora de nosso conhecimento científico existe uma Força utilizada por inteligências que diferem da comum inteligência dos mortais ... Nada tenho a me retratar. Confirmo minhas declarações já publicadas. Na verdade, muito teria que acrescentar a isto". (Crookes, 1898).
Nicolas Camille Flammarion. Nasceu em Montigny-le-Roi, em 26 de fevereiro de 1842. Falecendo em Juvisy-sur-Orge, em 3 de junho de 1925). Astrônomo francês.
Instruiu-se em Langres e,  por quatro anos, entre 1862 até 1866. Trabalhou no Observatório de Paris. De 1866 em diante, começa a escrever vários livros sobre Astronomia que acabaram traduzidos para outras línguas. E, mais tarde, também sobre Física. Fundou o observatório de Juvisy-sur-Orge, dirigindo-o até sua morte. Onde incentivava o trabalho de observadores amadores. No ano de 1887, funda a Sociedade Astronômica da França. Sendo no ano de 1922, agraciado com o premiado da Legião da Honra, graças ao seu trabalho de popularização  da Astronomia. Seu apoio as realidades espiritualistas, era total. E,como exemplo, temos a sua entrevista na The International Psychic Gazette, em 1917. Onde textualmente expôs:"Nunca tive jamais qualquer ocasião para modificar minhas ideias a respeito. Estou perfeitamente satisfeito com o que eu disse nos primeiros dias. É absolutamente verdadeiro que uma conexão foi estabelecida entre este mundo e o outro". (Fodor, N. - Encyclopaedia of Psychic Science, U.S.A.: University Books, 1974, p.70).
Conheceu a Doutrina Espírita quando do lançamento da tradução em língua portuguesa de O Livro dos Espíritos (sem data, em 1875), através de um exemplar que lhe foi oferecido com dedicatória pelo seu tradutor, o também médico Dr. Joaquim Carlos Travassos. Sobre o contato com a obra, o próprio Bezerra registrou posteriormente:
"Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, Deus! Não hei de ir para o inferno por ler isto… Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas.

Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!… Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no 'O Livro dos Espíritos'. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença."
Contribuiu para a sua adesão o contato com as "curas extraordinárias" obtidas pelo médium João Gonçalves do Nascimento (1844-1916), em 1882.
Com o lançamento do periódico Reformador, por Augusto Elias da Silva em 1883, passou a colaborar com a redação de artigos doutrinários.
Após estudar por alguns anos as obras de Allan Kardec, em 16 de agosto de 1886, aos cinquenta e cinco anos de idade, perante grande público (estimado, conforme os seus biógrafos, entre mil e quinhentas e duas mil pessoas) no salão de conferências da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, em longa alocução, justificou a sua opção em abraçar o Espiritismo. O evento chegou a ser referido em nota publicada pelo "O Paiz".
No ano seguinte, a pedido da Comissão de Propaganda do Centro da União Espírita do Brasil, inicia a publicação de uma série de artigos sobre a Doutrina em O Paiz, periódico de maior circulação da época. Na seção intitulada "Spiritismo - Estudos Philosophicos", os artigos saíram regularmente aos domingos, no período de 23 de outubro de 1887 a dezembro de 1893, assinados sob o pseudônimo "Max".
 Na década de 1880 o incipiente movimento espírita na capital (e no país) estava marcado pela dispersão de seus adeptos e das entidades em que se reuniam. Já havia também uma clara divisão entre dois "grupos" de espíritas: os que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso (maior grupo, o qual se incluía Bezerra) e os que não aceitavam o Espiritismo nesse aspecto.
Em 1889, Bezerra foi percebido como o único capaz de superar as divisões, vindo a ser eleito presidente da Federação Espírita Brasileira. Nesse período, iniciou o estudo sistemático de "O Livro dos Espíritos" nas reuniões públicas das sextas-feiras, passando a redigir o Reformador; exerceu ainda a tarefa de doutrinador de espíritos obsessores. Organizou e presidiu um Congresso Espírita Nacional (Rio de Janeiro, 14 de abril), com a presença de 34 delegações de instituições de diversos estados. Assumiu a presidência do Centro da União Espírita do Brasil a 21 de abril e, a 22 de dezembro de 1890, oficiou ao então presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, em defesa dos direitos e da liberdade dos espíritas contra certos artigos do Código Penal Brasileiro de 1890.
 De 1890 a 1891 foi vice-presidente da FEB na gestão de Francisco de Menezes Dias da Cruz, época em que traduziu o livro "Obras Póstumas" de Allan Kardec, publicado em 1892. Em fins de 1891, registravam-se importantes divergências internas entre os espíritas e fortes ataques exteriores ao movimento. Bezerra de Menezes afastou-se por algum tempo, continuando a frequentar as reuniões do Grupo Ismael e a redação dos artigos semanais em "O Paiz", que encerrou ao final de 1893. Aprofundando-se as discórdias na instituição, foi convidado em 1895 a reassumir a presidência da FEB (eleito em 3 de Agosto desse ano), função que exerceu até à data de seu falecimento. Nesta gestão iniciou o estudo semanal de "O Evangelho segundo o Espiritismo", fundou a primeira livraria espírita no país e ocorreu a vinculação da instituição ao Grupo Ismael e à Assistência aos Necessitados.
Foi em meio a grandes dificuldades financeiras que um acidente vascular cerebral o acometeu, na manhã de 11 de abril de 1900. Não faltaram aqueles, pobres e ricos, que socorreram a família, liderados pelo Senador Quintino Bocaiúva. No dia seguinte, na primeira página de "O Paiz", foi lhe dedicado um longo necrológio, chamando-o de "eminente brasileiro". Recebeu ainda homenagem da Câmara Municipal do então Distrito Federal pela conduta e pelos serviços dignos.
Ao longo da vida acumulou inúmeros títulos de cidadania.

Fonte: Wikpédia.

Nascido em 1º de maio de 1880, na pequena cidade de Sacramento, Estado de Minas Gerais, e desencarnado na mesma cidade, aos 38 anos de idade, em 1º de novembro de 1918.
Logo cedo manifestou-se nele profunda inteligência e senso de responsabilidade, acervo conquistado naturalmente nas experiências de vidas pretéritas.
Era ainda bem moço, porém muito estudioso e com tendências para o ensino, por isso foi incumbido pelo seu mestre-escola de ensinar aos próprios companheiros de aula. Respeitável representante político de sua comunidade, tornou-se secretário da Irmandade de São Vicente de Paula, tendo participado ativamente da fundação do jornal "Gazeta de Sacramento" e do "Liceu Sacramentano". Logo viu-se guindado à posição natural de líder, por sua segura orientação quanto aos verdadeiros valores da vida.
Através de informações prestadas por um dos seus tios, tomou conhecimento da existência dos fenômenos espíritas e das obras da Codificação Kardequiana. Diante dos fatos voltou totalmente suas atividades para a nova Doutrina, pesquisando por todos os meios e maneiras, até desfazer totalmente suas dúvidas.
Despertado e convicto, converteu-se sem delongas e sem esmorecimentos, identificando-se plenamente com os novos ideais, numa atitude sincera e própria de sua personalidade, procurou o vigário da Igreja matriz onde prestava sua colaboração, colocando à disposição do mesmo o cargo de secretário da Irmandade.
Repercutiu estrondosamente tal acontecimento entre os habitantes da cidade e entre membros de sua própria família. Em poucos dias começou a sofrer as consequências de sua atitude incompreendida. 
Persistiu lecionando e entre as matérias incluiu o ensino do Espiritismo, provocando reação em muitas pessoas da cidade, sendo procurado pelos pais dos alunos, que chegaram a oferecer-lhe dinheiro para que voltasse atrás quanto à nova matéria e, ante sua recusa, os alunos foram retirados um a um.
Sob pressões de toda ordem e impiedosas perseguições, Eurípedes sofreu forte traumatismo, retirando-se para tratamento e recuperação em uma cidade vizinha, época em que nele desabrocharam várias faculdades mediúnicas, em especial a de cura, despertando-o para a vida missionária.
Um dos primeiros casos de cura ocorreu justamente com sua própria mãe que, restabelecida, se tornou valiosa assessora em seus trabalhos.
A produção de vários fenômenos fez com que fossem atraídas para Sacramento centenas de pessoas de outras paragens, abrigando-se nos hotéis e pensões, e até mesmo em casas de famílias, pois a todos Barsanulfo atendia e ninguém saía sem algum proveito, no mínimo o lenitivo da fé e a esperança renovada e, quando merecido, o benefício da cura, através de bondosos Benfeitores Espirituais.
Auxiliava a todos, sem distinção de classe, credo ou cor e, onde se fizesse necessária a sua presença, lá estava ele, houvesse ou não condições materiais.
Jamais esmorecia e, humildemente, seguia seu caminho cheio de percalços, porém animado do mais vivo idealismo. Logo sentiu a necessidade de divulgar o Espiritismo, aumentando o número dos seus seguidores. Para isso fundou o "Grupo Espírita Esperança e Caridade", no ano de 1905, tarefa na qual foi apoiado pelos seus irmãos e alguns amigos, passando a desenvolver trabalhos interessantes, tanto no campo doutrinário, como nas atividades de assistência social.
Certa ocasião caiu em transe em meio dos alunos, no decorrer de uma aula. 
Voltando a si, descreveu a reunião havida em Versailles, França, logo após a 1ª Guerra Mundial, dando os nomes dos participantes e a hora exata da reunião quando foi assinado o célebre tratado.
Em 1º de abril de 1907, fundou o Colégio Allan Kardec, que se tornou verdadeiro marco no campo do ensino. Esse instituto de ensino passou a ser conhecido em todo o Brasil, tendo funcionado ininterruptamente desde a sua inauguração, com a média de 100 a 200 alunos, até o dia 18 de outubro, quando foi obrigado a cerrar suas portas por algum tempo, devido à grande epidemia de gripe espanhola que assolou nosso país.
Seu trabalho ficou tão conhecido que, ao abrirem-se as inscrições para matrículas, as mesmas se encerravam no mesmo dia, tal a procura de alunos, obrigando um colégio da mesma região, dirigido por freiras da Ordem de S. Francisco, a encerrar suas atividades por falta de frequentadores.
Liderado a pulso forte, com diretriz segura, robustecia-se o movimento espírita na região e esse fato incomodava sobremaneira o clero católico, passando este, inicialmente de forma velada e logo após, declaradamente, a desenvolver uma campanha difamatória envolvendo o digno missionário e a doutrina de libertação, que foi galhardamente defendida por Eurípedes, através das colunas do jornal "Alavanca", discorrendo principalmente sobre o tema: "Deus não é Jesus e Jesus não é Deus", com argumentação abalizada e incontestável, determinando fragorosa derrota dos seus opositores que, diante de um gigante que não conhecia esmorecimento na luta, mandaram vir de Campinas, Estado de S. Paulo, o reverendo Feliciano Yague, famoso por suas pregações e conhecimentos, convencidos de que com suas argumentações e convicções infringiriam o golpe derradeiro no Espiritismo.
Foi assim que o referido padre desafiou Eurípedes para uma polêmica em praça pública, aceita e combinada em termos que foi respeitada pelo conhecido apóstolo do bem.
No dia marcado o padre iniciou suas observações, insultando o Espiritismo e os espíritas, "doutrina do demônio e seus adeptos, loucos passíveis das penas eternas", numa demonstração de falso zelo religioso, dando assim testemunho público do ódio, mostrando sua alma repleta de intolerância e de sectarismo.
A multidão que se mantinha respeitosa e confiante na réplica do defensor do Espiritismo, antevia a derrota dos ofensores, pela própria fragilidade dos seus argumentos vazios e inconsistentes.
O missionário sublime, aguardou serenamente sua oportunidade, iniciando sua parte com uma prece sincera, humilde e bela, implorando paz e tranquilidade para uns e luz para outros, tornando o ambiente propício para inspiração e assistência do plano maior e em seguida iniciou a defesa dos princípios nos quais se alicerçavam seus ensinamentos.
Com delicadeza, com lógica, dando vazão à sua inteligência, descortinou os desvirtuamentos doutrinários apregoados pelo Reverendo, reduzindo-o à insignificância dos seus parcos conhecimentos, corroborado pela manifestação alegre e ruidosa da multidão que desde o princípio confiou naquele que facilmente demonstrava a lógica dos ensinos apregoados pelo Espiritismo.
Ao terminar a famosa polêmica e reconhecendo o estado de alma do Reverendo, Eurípedes aproximou-se dele e abraçou-o fraterna e sinceramente, como sinceros eram seus pensamentos e suas atitudes Barsanulfo seguiu com dedicação as máximas de Jesus Cristo até o último instante de sua vida terrena, por ocasião da pavorosa epidemia de gripe que assolou o mundo em 1918, ceifando vidas, espalhando lágrimas e aflição, redobrando o trabalho do grande missionário, que a previra muito antes de invadir o continente americano, sempre falando na gravidade da situação que ela acarretaria.
Manifestada em nosso continente, veio encontrá-lo à cabeceira de seus enfermos, auxiliando centenas de famílias pobres. Havia chegado ao término de sua missão terrena. Esgotado pelo esforço despendido, desencarnou no dia 1º de novembro de 1918, às 18 horas, rodeado de parentes, amigos e discípulos.
Sacramento em peso, em verdadeira romaria, acompanhou-lhe o corpo material até a sepultura, sentindo que ele ressurgia para uma vida mais elevada e mais sublime.
Fontes: Paulo Alves de Godoy - Os Grandes Vultos do Espiritismo (www.autoresespiritasclassicos.com)

Consideração Inicial
Quando expomos nesse trabalho que o Cristianismo, em seu princípio, por motivo de interesses políticos e através da Igreja Católica Apostólica Romana, em determinado momento no Concílio de Constantinopla, no ano de 553, deixou de pregar a reencarnação e as suas causas e consequências. Isso foi possível, mais uma vez é colocado nesse trabalho, pois a humanidade daquela época muito mais do que hoje, deve ser considerada composta por crianças espirituais fáceis de serem manipuladas. Mas, apesar dessa realidade, como toda verdade que por algum motivo é encoberta. Um dia, ela reaparece, dessa vez para ficar conosco e nos nortear para sempre! E para tornar-se inquestionável como vimos até o presente nesse trabalho, sendo comprovada por pessoas do mais alto nível intelectual. E, abertamente, em todos os tempos, a disposição de todos nós para a comprovação de suas realidades, como pura verdade. A beleza do Cristianismo, quanto mais à ciência humana se desenvolve mais fica comprovado! 
O Cristianismo, através do Espiritismo, como o Consolador prometido veio restabelecer a verdade. Veio com essa função através de Allan Kardec. Na prática, a implantação definitiva dos conhecimentos espirituais em nosso planeta, representa um fato da mais alta importância, pois, representa o Cristianismo ampliando os horizontes da humanidade. No caminho inquestionável da imortalidade do espírito e de seu destino que é o de galgar em rumo de sua própria evolução, através de múltiplas encarnações. 
Proveniente de fenômenos ocasionados por espíritos, como aqui vemos, a humanidade foi chamada a atenção. Mas, se essa mesma humanidade na época, apenas via esses acontecimentos como interessantes para divertimento, isso não ocorreu quando o professor Rivail se deparou com esses intrigantes fenômenos. Rapidamente constatando que havia por detrás desses um princípio inteligente. E através de seu caráter nobre e amante da verdade acabou sendo peça fundamental para a implantação do Espiritismo na Terra.
O Consolador prometido veio no momento certo, quando a humanidade possuía o mínimo exigido de maturidade para assimilar os conhecimentos que através do Espiritismo, o Cristianismo estava a nos dar. Bem como demonstra a infinita bondade de Deus e nossos orientadores espirituais, incansáveis. Que no momento propício, trazem novamente para a face da Terra o eminente espírito de  Jan Huss. Reencarnando, agora,  como Hippolyte Léon Denizard Rivail.   Para através de sua sólida coordenação material, os espíritos superiores conseguirem implantar na Terra, o Espiritismo.
O Espiritismo informa dês de seu início para todos nós, que ele irá ampliar os conhecimentos que através dele a humanidade conhecerá. De acordo com a nossa possibilidade de compreender e colocar em prática, essas verdades. Como exemplo disso vimos no século passado, através do inesquecível médium brasileiro, Francisco Cândido Xavier, que serviu como ferramenta mediúnica para que o espírito de André Luiz ampliasse os nossos conhecimentos sobre o mundo espiritual e diversos assuntos, de forma impressionante.
Para encerrar esses comentários iniciais. Disponibilizamos, na íntegra, matéria publicada em HARMONIA – REVISTA ESPÍRITA Nº 64 – FEVEREIRO/2000.
 EXPRESSÃO FILOSÓFICA DO ESPIRITISMO
O lastro experimental, com a apresentação de fatos comprobatórios, ainda é uma necessidade, pois estamos muito longe, por enquanto, daquele estágio evolutivo em que a mediunidade ficará no puro domínio da intuição , como diz a própria Doutrina. Será uma expressão muito elevada em função, porém do tempo e do melhoramento espiritual do ser humano. Claro que a prática mediúnica, como geralmente falamos, precisa de condições básicas: honestidade pessoal, perseverança, lucidez e prudência do verdadeiro espírito científico. A mediunidade exercitada a esmo, embora bem intencionada, como acontece muitas vezes, tem os seus riscos.
Então, sem perder de vista o valor do estudo filosófico, a que Kardec atribui influência decisiva, é lógico entender que o aspecto mediúnico sempre teve e tem o seu momento de necessidade e relevância, seja pelo consolo das mensagens, seja pelos elementos de estudo e reflexões que oferece. Mas o Espiritismo não se contém todo ele no campo mediúnico, conquanto este lhe tenha servido de ponto de partida, como se sabe. O fenômeno por si só não nos levaria a consequências profundas, ou seria apenas objeto de observação ou motivo de deslumbramento, sem a formulação filosófica. Justamente por isso - repetimos Kardec - "a força do Espiritismo está em sua filosofia". E por que não está no fato mediúnico? Porque o fato prova e convence objetivamente, não há dúvida, porém não elucida os problemas mais graves de nossa vida, por si mesmo, se não tomar a direção filosófica que conduz à inquirição das causas, dos porquês e das consequências.
A comunicação dos espíritos demonstra praticamente a sobrevivência da alma "após a morte". É o elemento básico. Mas é preciso partir daí para as indagações que compreendem essencialmente o destino humano e as consequências morais do Espiritismo. A esta altura já é esfera da filosofia e a força do Espiritismo - não faz mal insistir neste ponto - está exatamente nesse corpo de princípios em cuja homogeneidade e coerência e encontramos respostas às mais complexas e momentosas questões de nossa vida: a existência de Deus, a justiça divina e as desigualdades morais, intelectuais e sociais, livre arbítrio e determinismo, a reparação do mal pelas provas, o reajuste de compromissos do passado através das experiências reencarnatórias. São temas de reflexão filosófica. Entretanto, a Doutrina estaria incompleta e não decorressem daí as consequências morais com que nos defrontamos a cada passo.
Quem, por exemplo, gosta apenas de ver sessões mediúnicas, porque acha interessante ouvir os conselhos dos espíritos ou conversar com os médiuns, mas não vai além desse hábito, que se transforma em rotina com o decorrer do tempo, naturalmente não tem uma visão global do ensino Espírita. Conhece o Espiritismo apenas pela parte fenomênica, que é muito rica de lições e sempre tem o que oferecer para estudo e meditação, porém não abre horizonte mais amplo a respeito das leis e causas, a que o fenômeno está sujeito. Há pessoas, por exemplo, que se interessam muito pelo lado experimental do Espiritismo e fazem realmente estudos sérios, mas encaram o fenômeno do intercâmbio entre dois mundos com a mesma neutralidade ou frieza com que os especialistas lidam com os fenômenos da Física ou da Eletrônica, e assim, por diante. A preocupação é exclusivamente com o fenômeno puro e simples. E daí?... Que resulta de tudo isso? Sim, o fenômeno da comunicação entre vivos e mortos é neutro até certo ponto, uma vez que sempre ocorreu no mundo, muito antes das civilizações e, portanto, do Espiritismo. E pode ser observado e registrado em ambientes não espíritas como também pode ser discutido à luz de critérios diversos, nas áreas da Parapsicologia, Psiquiatria, Antropologia, etc., sem nenhuma cogitação quanto às causas e consequências. Se o psiquiatra se volta para a procura da anormalidade, já o antropólogo vê o fenômeno dentro de um contexto cultural sem implicações de ordem transcendental, como se costuma dizer.
Quando, porém, o fenômeno está situado no contexto espírita, já não é tão neutro, porque assume um valor moral muito especial e, por isso mesmo, não pode ser considerado indiferentemente, como se estivesse em laboratório de Física ou Química. O fato de o espírito entrar em comunicação com o nosso mundo pela via mediúnica já pressupõe muita responsabilidade para o médium e também para quantos tenham de lidar com esse tipo de trabalho. Há necessidade, portanto, de um preparo moral indispensável. Já se vê que a situação, agora, é bem diferente. E porque, finalmente, o Espiritismo engloba o fato mediúnico numa contextura filosófica de consequências tão acentuadas? Exatamente porque a verificação de que os mortos continuam vivos e vêm até nós, identificando-se, interferindo-se, interferindo em nossos atos, "chorando as suas mágoas" ou trazendo alegria e esperança, confirma a tese capital de que a vida continua no tempo e no espaço. Partimos daí, desse princípio essencial, para a especulação filosófica das origens e do chamado sobrenatural. O próprio impulso da sede de saber nos leva a propor questões dessa natureza: que significa esse intercâmbio em nossa vida? Qual o ponto inicial, a causa primária dessa força ou inteligência aparentemente misteriosa? Que benefício poderá esse tipo de conhecimento trazer para a humanidade? Começamos a sentir o conteúdo ético e filosófico do Espiritismo desde o momento em que lhe avaliamos a profundidade e a integridade como Doutrina capaz de corresponder às nossas preocupações com o desconhecido e o nosso destino.
Mas a especulação filosófica, embora necessária e valiosa, ainda não é suficiente para atender satisfatoriamente às necessidades do ser humano quando desperta para os problemas espirituais; torna-se necessário, senão indispensável, além deste passo no conhecimento, procurar as consequências dos princípios espíritas na vivência individual e coletiva. E aí, principalmente, que se sente força do Espiritismo em sua filosofia.
DOUTRINA ESPÍRITA - CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS
PRINCÍPIOS BÁSICOS
·         Existência de Deus;
·         Imortalidade da Alma;
·         Comunicação entre o mundo espiritual e o mundo material Reencarnação;
·         Evolução Universal e Infinita.
O Espiritismo não possui dogmas, bem como nenhum ritual. Fundamentando-se na razão e nos fatos. Sendo uma Doutrina Tríplice, estruturada na Ciência, Filosofia e Religião.
1-   Ciência:
Enquanto fundamentada na parte experimental.  Formou-se idéias organizadas a partir dos fatos, dos fenômenos mediúnicos e das manifestações em geral.
2-   Filosofia:
Sua temática abrange essencialmente objetos de conhecimento que estão além dos sentidos.
Tais como:
·         A existência de Deus;
·         As Leis Morais;

Os Princípios formadores do Universo.
3-   Religião
A sua função de “religare”, como elemento de ligação entre Criador e Criatura. Ensinando a renovação definitiva do homem para a grandeza e evolução de seu imenso futuro espiritual.

III - Mediunidade

HISTÓRIA DA MEDIUNIDADE
No oriente e ocidente sempre observamos ao longo da história a comunicabilidade de nós, encarnados, com o mundo espiritual. Servindo como exemplos claros dessa comunicabilidade, o Código de Manu e o Código de Vedas. Igualmente, são exemplos vivos de personalidades tais como: Hermes, Buda, Sócrates, Platão e Pitágoras,  que plenamente foram favoráveis sobre os fenômenos mediúnicos. Outros exemplos de conhecimento de todos, tais como, Joana D´Arc foi que atuou em prol da Franca, como grande médium.
 MEDIUNIDADE NOS POVOS PRIMITIVOS
O xamanismo é a forma mais antiga que a humanidade teve para se conectar com o mundo espiritual. As origens do xamanismo data entre 40.000 a 50.000 anos. Ainda na Idade da Pedra. Sendo caminho de autoconhecimento, através de rituais, cerimônias, preces, meditação e, acima de tudo, vivência.
Povos primitivos e civilizações milenares já praticavam rituais, onde o sacerdote da tribo, geralmente conhecido por  xamã ou pajé, através de estados alterados de consciência, viajava ao mundo dos espíritos, na busca de orientações de ordem espirituais e materiais, de grande importância para a  tribo.
O xamanismo é uma prática espiritual de povos nativos, e para sobreviverem, eram caçadores. Necessitavam, assim,  eliminar vidas a fim de ter meios de garantir suas próprias vidas.
A visão xamânica do equilíbrio cósmico baseia-se na necessidade de pagar pelas almas dos animais abatidos para a sobrevivência de sua aldeia. Esses povos nativos acreditavam em um espírito senhor dos animais, guardião de todas as espécies, representante de sua alma ou essência coletiva. Sendo esse o Grande Espírito que concede a caça aos caçadores. Mas, exigindo em troca, princípios morais a serem seguidos. Cabendo ao xamã, estabelecer essa negociação, visando a perfeita harmonia do cosmo. Sendo considerado o mais antigo conjunto de tradições, crenças,  disciplinas espirituais e métodos de cura de toda a humanidade. É, uma prática espiritual, onde se entra em contato com espíritos ancestrais, através de estados alterados  de consciência, na busca de esclarecimentos das mais diversas ordens.
Historicamente observa-se que o xamanismo não é uma prática exclusiva de povos indígenas. Sendo uma técnica de êxtase à disposição de um grupo considerado “especial” em relação a tudo o que é sagrado, sendo encontrado em muitas religiões.
O Xamã é um intermediário entre o céu e a terra. O mundo dos espíritos ancestrais acreditavam ter influência no mundo dos vivos. Segundo eles, tal como os homens caçam os animais, também os espíritos caçam almas humanas e é exatamente essa perda da alma que caracteriza a doença ou a morte. Cabendo ao xamã, através do uso de certos rituais e objetos sagrados, atingirem estados alterados de consciência e entrar em contato com o mundo dos espíritos, na procura, nem sempre atingida, de resgatar essa alma e devolvê-la, sadia, ao corpo. Resumidamente pode-se concluir que o xamã é o grande especialista da alma humana, uma vez que conhece sua forma e seu destino.
MEDIUNIDADE NA ANTIGUIDADE
CELTAS: Os celtas constituíam-se por um povo altamente avançado. Sua sociedade culturalmente evoluída e estruturada a partir da religião que tinha uma evoluída cosmovisão. Tinham nos druidas, seus sacerdotes. Sendo que esses pregavam o monoteísmo, reencarnação, livre arbítrio, imortalidade da alma, Lei de causa e efeito e o mundo espiritual. Inclusive, não se cultuando as penas eternas.
No primeiro século antes de Cristo esse povo se encontrava na Grã-Bretanha, Galha e Irlanda. Com a invasão romana a Grã-Bretanha teve uma parte pequena de seu território conquistada. Mas a Gália sofreu fortemente com os romanos.
É curiosamente muito semelhante os princípios religiosos dos celtas com os princípios Espíritas. Infelizmente, contudo, pela ausência da prática da escrita, há uma insuficiência de documentos sobre esse maravilhoso povo bem como sua religião e cultura.
EGITO: Igual às práticas religiosas na Índia antiga, as faculdades mediúnicas no Antigo Egito eram efetuadas no interior dos templos sagrados e em total proibição que outras pessoas viessem a saber.  Qualquer indiscrição acarretaria na execução da pena de morte, ao infrator.


Os magos dos faraós, no antigo Egito, eram os que efetuavam a comunicação com os mortos, através de evocações. Sendo essa prática comercializada, comumente. O que obrigou Moisés a proibir tal prática, como consta no Livro do Deuteronômio: “Que entre nós ninguém use de sortilégio e de encantamentos, nem interrogue os mortos para saber a verdade.”  Por saberem manipular os potenciais mediúnicos que possuíam, eram os Sacerdotes os verdadeiros mandatários do  Egito. Visto que eram eles que, verdadeiramente, escolhiam os seus governantes.   Eles conheciam assuntos tais como o sonambulismo, magnetismo, processos de curas através do sono induzido, clarividência. Prática de magias, entre outros. Facilmente concluímos que eram de uma evolução científica extraordinária.

GRÉCIA: A figura da pitonisa encarregada de proferir oráculos evocando os deuses era presença frequente em todos os templos gregos. 






GRECO-ROMANO: Em Roma cultuavam-se os oráculos, que eram conhecidos como ARÚSPICES. Esses interpretavam as respostas dos deuses pelo exame das vísceras de animais sacrificados e os fenômenos da natureza. Na Grécia, o mais famoso oráculo  foi o santuário de Apolo, em Delfos.





ÍNDIA: Sacerdotes brâmanes preparavam pessoas denominadas faquires,  para atingirem os mais diversos fenômenos mediúnicos. Tais como a levitação,  insensibilidade hipnótica para impedir a sensação de  dor,  a evocação dos espíritos.  O primeiro código religioso,  o Código de Vedas, encontram-se registros referentes a existência do mundo espiritual. Como a seguir colocamos nesse trabalho: “Os espíritos dos antepassados, no estado invisível, acompanham certos brâmanes convidados para a cerimônia em comemoração dos mortos, sob uma forma aérea; seguem-no e tomam lugar ao seu lado, quando eles se assentam.”

SUMÉRIA: Na Suméria a medicina era baseada  numa curiosa mistura de ervas e magia, cujas receitas baseavam-se em feitiços para exorcizar os maus espíritos, aos quais se atribuía a causa das doenças.














Detalhando os fenômenos mediúnicos.
As formas de manifestações mediúnicas são diversas. E, para melhor compreensão devem ser divididos em dois grupos. Os denominados de efeitos físicos. E os denominados efeitos intelectuais.
Os de efeitos físicos, os menos comuns de ocorrerem, necessita que ocorra a captação ou doação do médium do ectoplasma. Para que haja condições de ocorrer.


EFEITOS FÍSICOS
O texto abaixo é fragmento do que encontramos publicado pela Revista Cristã de Espiritismo
De aspecto viscoso, semilíquido e esbranquiçado, é uma substância básica e muito importante para os efeitos de materialização de objetos e espíritos
Para a ciência acadêmica, ectoplasma é a parte da célula que fica entre a membrana e o núcleo ou a porção periférica do citoplasma. Para o cientista Charles Richet, é uma substância que se acredita ser a força nervosa e possui propriedades químicas semelhantes às do corpo físico, de onde provém. Apresenta-se sob um aspecto viscoso, esbranquiçado, quase transparente, com reflexos leitosos, bem como esvanescentes sob a luz. É considerada a base dos efeitos mediúnicos chamados físicos, pois é através dele que os espíritos podem atuar sobre a matéria. Entretanto, para os espíritos, o ectoplasma é geralmente conhecido como um plasma de origem psíquica, que se exala principalmente do médium de efeitos físicos e um pouco dos outros. Trata-se de uma substância delicadíssima que se situa entre o perispírito e o corpo físico e, embora seja algo disforme, é dotada de forte vitalidade, servindo de alavanca para interligar os planos físico e espiritual. Historicamente, o ectoplasma tem sido identificado como algo produzido pelo ser humano, que, em determinadas condições, pode liberá-lo, produzindo vários fenômenos.



CONSIDERAÇÕES DO DR. RICARDO DI BERNARDI (www.icefaovivo.com.br)


1- ECTOPLASMA
ALGUMAS TERMINOLOGIAS
Ectoplasmia: Do grego ectós, "fora"; plasma, "coisa formada". Ectoplasmia designa o fenômeno; ectoplasma designa a substância.
Ectocoloplasmia: Termo que foi utilizado para definir a "modelagem" do ectoplasma para formar membros ou partes de pessoas, animais ou objetos.
Fantasmogênese: A produção ectoplasmática de um fantasma de pessoa, animal ou coisa, pelo menos aparentemente inteiro.
Transfiguração: A transformação do próprio corpo do médium por meio do ectoplasma.


2- EFEITOS FÍSICOS
MATERIALIZAÇÃO
É o fenômeno mediúnico no qual um espírito desencarnado ou qualquer objeto, não proveniente do mundo físico, torna-se visível e tangível. Para que um espírito desencarnado consiga materializar o seu perispírito ou um objeto inexistente no mundo físico, ele tem que fazer uso do ectoplasma.
PNEUMATOGRAFIA É a escrita direta do espírito, sem a necessidade de utilização das mãos do médium. Terminologia utilizada por Allan Kardec para denominar esse fenômeno mediúnico.
PNEUMATOFONIA Quando  os sons parecem surgir no ar, por vezes entre os que testemunham o fenômeno, que, quando se trata de palavras ou frases, é também chamado de voz direta.
LEVITAÇÃO É o fenômeno em que, graças à AÇÃO DOS ESPÍRITOS, que se valem dos FLUIDOS de ENCARNADOS e DESENCARNADOS, LEVITAM, suspendem, elevam, total ou parcialmente coisas ou seres humanos ou mesmo animais. (JOÃO TEIXEIRA DE PAULA, in: “DICIONÁRIO DE ESPIRITISMO, METAPSÍQUICA E PARAPSICOLOGIA”).
TRANSPORTE Deslocamento físico de objetos de outra região para outra. Ocorre por força de intensa combinação fluídica dos Espíritos e do médium.
CURA A cura pela ação fluídica se dá pela ação da conjugação de fluidos agindo sobre o perispírito e refletindo no equilíbrio do corpo físico.
TRANSFIGURAÇÃO Mudança do aspecto de um corpo vivo
AGENERE É uma aparição em que o desencarnado se reveste de forma mais precisa, das aparências de um corpo sólido, a ponto de causar completa ilusão ao observador, que supõe ter diante de si um ser corpóreo.
FORMA-PENSAMENTO ("Evolução em dois mundos" Psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira Ditado pelo espírito André Luiz.)
São as ideias projetadas pela mente humana e materializadas no mundo espiritual, construções substanciais na esfera da alma que se mantêm pela força de sustentação de nossos pensamentos.
Considerando que toda e qualquer ação e todo e qualquer pensamento fica registrado na memória vital do espírito e no éter-cósmico, pode-se caracterizar as formas-pensamento como concretizações de pensamentos.
Por exemplo: um homem, num ambiente de trabalho, sente inveja de um colega por este se mostrar mais competente, mais esforçado , portanto, mais solicitado e admirado, a inveja do primeiro cria no éter cósmico uma forma-pensamento própria do sentimento. Essa forma-pensamento pode possuir forma específica, como a de uma faca, de um homem morto, ou pode possuir forma indefinida caracterizando apenas o sentimento pelo qual ela foi gerada. A forma-pensamento pode se depositar no éter cósmico, ou pode colar-se ao indivíduo invejado, no caso do exemplo supracitado, causando-lhe prejuízos psíquicos e até físicos.  Está aí a explicação científica do famoso "mau-olhado", agouro direcionado a uma pessoa que efetivamente, na maioria dos casos logra prejuízos a outros.
Porém as formas-pensamento não se resumem a sentimentos baixos.
Elas podem se originar de sentimentos nobres como o amor ou a benevolência.
Por exemplo: uma mãe, amando profundamente seus filhos, ao assistir o progresso dos mesmos se enche de alegria e envia formas-pensamento benéficas a eles que podem se caracterizar por imagens alegres como um coração, um rosto sorrindo, ou por formas indefinidas, mas de cores vivazes e alegres. 

EFEITOS INTELECTUAIS

PSICOGRAFIA
É o movimento das mãos do médium, escrevendo sob a influência direta dos Espíritos, sem interferência da própria vontade. Agem como máquinas a transmitir do invisível para o mundo material. 
PSICOFONIA
É o fenômeno mediúnico no qual um espírito se comunica através da voz de um médium. 
XENOGLOSSIA
É o fenômeno mediúnico no qual um espírito se comunica através da voz de um médium, em língua que o médium não domina, em seu estado normal. 
VIDÊNCIA MEDIÚNICA
Possibilita a visualização das coisas e ambientes do mundo espiritual. 
AUDIÊNCIA MEDIÚNICA
Quando o médium é capaz de escutar a voz dos espíritos. 
INTUIÇÃO
Essa é uma faculdade mediúnica que todos nós, encarnados, possuímos. Com o conhecimento de sua existência, funcionamento, ou não. Resume-se como sendo a nossa capacidade de captar dos espíritos, sugestões benéficas ou não. Ficando ao nosso critério e responsabilidade, praticá-la ou não.


TRABALHANDO COM A MEDIUNIDADE
Herculano Pires define-a da seguinte forma:  mediunidade é a faculdade humana, natural, pela qual se estabelecem as relações entre os homens e os Espíritos.
Os sintomas mais comuns da mediunidade em desarmonia, ou seja. Quando ainda desenvolvendo o seu potencial,  são: cérebro perturbado, sensação de peso na cabeça e nos ombros, irritação por qualquer motivo, inquietação, insônia, arrepios, sensação de cansaço geral, calor, falta de ânimo para o trabalho e profunda tristeza ou extrema alegria, sem razão aparente.
Inicialmente, faz-se necessário que o médium conheça os fundamentos da mediunidade, através do estudo dessa matéria, através das leituras e frequência nos trabalhos doutrinários. Seja nos Centros Espíritas ou na sua religião, espiritualista.
Cada médium emprega sua mediunidade de acordo com a sua vontade e a sua consciência. Sem, contudo, escapar da inevitável lei da reação a todos os nossos atos, e suas consequências.
A mediunidade é considerada uma faca de dois gumes. Se por um lado é fonte de incontáveis alegrias, por ser uma forma de quitação de pesadas dívidas. Pode ser motivo de grandes quedas. Segundo relato de André Luiz, através de psicografia do médium, Francisco Cândido Xavier. Diz-nos que, infelizmente, apenas 1% dos médiuns que encarnam na Terra, consegue retornar ao mundo espiritual, como vencedores. A maioria, ao retornarem após as suas jornadas terrestres, volta acumulando mais dívidas para com as leis divinas. Por não terem, na Terra, conseguido utilizar a mediunidade como era esperado e totalmente necessário.  Sendo uma oportunidade para o médium, de pagar pesadas dívidas, como já dissemos. E, geralmente, devido a nossa condição de pouca evolução espiritual e muitos débitos. A maioria dos médiuns pediu, suplicou, por essa encarnação dotada com esse dom.  Para, mais rapidamente, conseguir quitar uma quantidade avultada de dívidas que há no pretérito delituoso, de cada um de nós. Através da prática do bem e do amor. E que exige desse, disciplina, retidão de caráter e total comprometimento, para a utilização correta da mediunidade. Há, contudo, um grave e sério risco de nos médiuns imprevidentes e sem estrutura religiosa a lhes orientar, em virem a aceitar serem pessoas especiais, no sentido de supervalorizarem as suas personalidades, pelo fato de serem dotados de uma mediunidade acima do convencional. Nascendo o orgulho e a vaidade. Que são duas ferramentas que prejudicam e complicam ainda mais, o quadro do espírito reencarnante. E que, inclusive, pode levá-lo a terríveis obsessões e mesmo a morte prematura. Pois, ao invés de se elevar, pagando dívidas através da prática correta da mediunidade. Ele, com o orgulho e vaidade. Consegue, sim, aumentar os seus débitos para com as Leis Divinas.
A mediunidade é aquilo que dela fizermos. Uma bênção para alívio da dor, uma fonte de esclarecimento a encarnados e desencarnados ou uma estrada de sofrimentos e maiores comprometimentos espirituais.

Nota da equipe União Fraterna Bezerra de Menezes
·        Devido ao mau uso é possível que a Espiritualidade Superiora possa retirar do médium  suas potencialidades mediúnicas. Pois assim como toda ferramenta que os Desígnios Divinos nos forneceram, perfeitamente poderá a mediunidade ser retirada a qualquer momento que seja útil. ·          
·        Outra consideração, ainda mais dolorosa é quando por punição os potenciais mediúnicos são mantidos, mas utilizados por espíritos inferiores. Gerando ao médium penosas situações de sofrimentos e sérios processos obsessivos.


ECTOPLASMA
Considerações sobre Ectoplasma
Dr Ricardo Di Bernardi     www.icefaovivo.com.br
1) Conceito: Substância ainda pouco conhecida que flui para fora do corpo humano do médium de efeitos físicos; através da sua manipulação, seja pelo inconsciente ou por inteligências externas encarnadas ou desencarnadas, ocorrem fenômenos de ordem paranormal, incluindo a materialização ou ectoplasmia que pode ser parcial ou completa.
2) Sinonímia: (fontes diversas) atmoplasma éter vitalizado, hilê, ideoplasma, paquiplasma, primeira matéria, psicoplasma, teleplasma.
3) Etimologia: do grego Ektós, por fora e plasma: molde ou substância.
4) Ligação do ectoplasma projetado com emissor: O Ectoplasma expelido apresenta-se ligado ao médium emissor ou ao indivíduo projetado fora do corpo físico como um canal de alimentação. Há impulsos vitais bidirecionais, dando a aparência de um cordão umbilical.
5) Interação corpo físico/ corpo astral: O Ectoplasma ao se evidenciar demonstra uma interação constante entre os dois corpos ou veículos da consciência, o corpo biológico mais denso e o corpo astral ou extrafísico menos denso.
6) Forma: Ao exteriorizar-se por aplicação de passes magnéticos sobre o médium (Experiência de Raoul Montandan) tende a reproduzir a forma humana (antropomórfica) Vide Formé Materialise do autor. Há a duplicação do rosto e das demais formas, seguindo a ação dos campos vitais das células do organismo humano ou modelo organizador biológico (perispírito = corpo astral) consciência dupla de curta duração durante os fenômenos.
7) Instabilidade: No ectoplasma emitido por um sensitivo, observa-se certo equilíbrio instável da forma física humana com a forma humanoide (lembrando a figura folclórica do fantasma).
8) Subordinação à Consciência: As manifestações do ectoplasma são condicionadas a fatores psicológicos, derivados da vontade e da emotividade do comando inteligente, direcionador do fenômeno. Inconsciente do médium, inteligência desencarnada ou encarnada. Vide Projeciologia – Valdo Vieira
9) Semelhança a cordão: À observação, costuma-se ver o ectoplasma na forma de fios ou cordões.
10) Raio de ação: Ao contrário do perispírito ou corpo astral que se projeta à longa distância, o ectoplasma tem raio de ação mais ou menos definido, a partir e em torno do corpo humano do médium.
11) Reabsorção: De natureza muito sensível demonstra tendência automática (programação pelos computadores do corpo astral?) de retornar e ser reabsorvido pelas estruturas de onde emanou.
12) Impacto de retorno: Em condições adversas pode retornar abruptamente ou recolher-se repentinamente.
13) Fenômenos de efeitos físicos: O ectoplasma do médium está relacionado à mediunidade de efeitos físicos sendo manipulado pelos Espíritos desencarnados.
14) Psedoconsciência efêmera e dupla: Médiuns relatam sentirem uma espécie de consciência dupla de curta duração durante os fenômenos.
15) Projeção astral: O fluxo externo de ectoplasma pode ocorrer também quando o médium está em desprendimento embora tal fato não seja o mais frequente.
16) Vias de eliminação: A literatura tradicional considera os orifícios de saída do ectoplasma como os naturais do organismo (boca, ânus, nariz, genitais, etc.), no entanto é possível que o mesmo saia por todos os poros do corpo.
17) Coloração: Esbranquiçada variando de tons mais claros a escuros. Já foi descrita até a cor preta, o que não se observa comumente.
18) Elasticidade: O fluxo do ectoplasma, devido à sua elasticidade, pode espraiar-se a algumas dezenas de metros.
19) Reação Térmica: Abaixa a temperatura do ambiente humano de contato imediato.
20) Sensibilidade ao olhar: Descreve-se a influência do olhar dos circunstantes sobre o movimento do ectoplasma, provavelmente, seria uma ação mental dos presentes.
21) Subordinação aos corpos: físico e etérico. Parece haver menor subordinação ao corpo astral (perispírito) do que ao corpo etérico (corpo vital) e corpo físico. A origem física e etérea do ectoplasma o liga mais aos corpos mais densos.
22) Subordinação ao comando mental: Ao contrário do cordão de prata, que não atende sempre ao comando mental do Espírito, o ectoplasma apresenta-se, extremamente, flexível e domesticável.
23) Adesividade de partículas: O ectoplasma pode retornar ao emissor com partículas estranhas que aderem à sua estrutura, podendo causar reações ao médium. Daí todo cuidado que se deve ter nas sessões mediúnicas.
24) Fotossensibilidade: O ectoplasma é sensível à luz branca comum podendo ser por ela modificado. Razão das sessões de ectoplasmia ou materialização de Espíritos ocorrerem melhor em ambientes com menor iluminação.
25) Densidade alternante: Em função dos fenômenos decorrentes de sua exteriorização, (efeitos físicos) pode apresentar de forma sólida, líquida ou gasosa.
26) Aspecto à observação: Frio, gelatinoso, pegajoso, úmido, aspecto gorduroso e viscoso modificando-se para floculante, difuso, leitoso, líquido, gasoso, plasmático e outros assemelhados.
27) Desagradável ao toque: Alguns pesquisadores referem mal-estar ou repulsa ao tocar o ectoplasma.
28) Odor: Pode apresentar um odor lembrando o gás ozônio.
29) Composição Química: Controversa, conforme cada pesquisador. Já foram descritas substâncias albuminoides, glóbulos brancos sanguíneos, células epiteliais, muco, lipídio, etc. Acreditamos que sejam substâncias externas, eliminadas pelos presentes que aderem ao ectoplasma.
30) Elementos mistos: O ectoplasma apresenta-se como uma mistura de elementos do corpo etérico do médium (fluido vital), que é um elemento humano, elementos provindos de vegetais, provavelmente, direcionados por mentes extrafísicas, e outros elementos extrafísicos (fluidos do mundo astral) e até fragmentos moleculares de tecidos de roupa dos presentes.
31) Fragmentabilidade: Podem ocorrer rompimentos do ectoplasma expelido para análise laboratorial.
32) Materialização: Corporifica veículos ou aparências e desenvolve manifestações orientadas pelas mentes do emissor, dos Espíritos ou de outras pessoas encarnadas.
33) Escala de materialidade:
a) corpo biológico;
b) ectoplasma;
c) cordão de prata e corpo etérico;
d) corpo astral (perispírito);
e) corpo mental;
f) espírito (inconsciente).


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Grupo Marcos
(Fortaleza\CE)
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IV - Umbanda
IV- Umbanda

Conhecendo a História da Umbanda
Fundador da Umbanda, no Brasil: (médium) Zélio Fernandino de Moraes
Nota inicial: a importância de conhecer a verdadeira história da religião umbandista é o de não praticarmos comentários, inclusive em palestras, que não condizem com a verdade. Fato este que lamentavelmente gerou em nossos cotidianos deploráveis situações. Inclusive, pois não raro, e mesmo por indicação dos coordenadores materiais das casas umbandistas, seus frequentadores são incentivados a lerem obras espíritas, bem como a assistirem palestras em nossos centros espíritas.
Zélio Fernandino de Moraes
Fundador da Umbanda
Costumes e tradições no Brasil em 1908
Um grande erro do ser humano é julgar os acontecimentos passados, com os padrões e costumes de sua época.
O que hoje é considerado erro, em verdade, sempre foi erro. Contudo, devido ao estágio evolutivo em que ocorre, as Leis Divinas, levando em conta os costumes e tradições vigentes pode julgá-lo de uma forma mais enérgica ou abrandada. Afinal, assim como não podemos como orientadores de nossos filhos agir perante uma ação equivocada desses sem levar em conta a sua idade mental, a espiritualidade superiora através da orientação do Pai, também assim age conosco. Exemplificando essa linha de raciocínio: nas famílias que cultuam o bom costume de combater o uso de palavrões, os pais ao escutarem um de seus filhos em tenra idade falar. Devem agir diferentemente se isso ocorrer com outro filho, que já com os seus catorze ou quinze anos, igualmente assim proceder. Visto que, no primeiro caso, a criança pode estar dizendo sem nenhuma noção, até mesmo, do que está falando. Cópia, simplesmente, do que pode ter ouvido no colégio, em brincadeiras na rua, em clubes ou em qualquer outro lugar. Até mesmo assistido em um programa televisivo. Já no caso do filho que com maior idade mental procede da mesma forma, a ação corretiva deve ser totalmente diferente, visto ser mais consciente de seus atos. Tem maior responsabilidade sobre eles.  E é dessa forma que devemos analisar os acontecimentos históricos. Pois, somos nós mesmos que ao longo da história da humanidade igualamo-nos a essas crianças que, paulatinamente, encontram em evolução ininterrupta. E, por essa razão, o que antes eram até classificados como fruto de costumes e tradições de uma sociedade mais bárbara. E, portanto, as individualidades que assim procediam devemos julgá-las com menor rigor do que se essas mesmas ações, hoje, fossem praticadas. Uma vez que, na atualidade, nossa sociedade já se encontra mais amadurecida.
Nossos comentários sobre esse assunto não se aplicam apenas na parte moral de nossa sociedade. Mas, como uma verdade, essa norma é plenamente aplicável em todos os demais setores. Como exemplo, no campo da administração. Como querer julgar os pensamentos e práticas dos primeiros administradores, que de uma forma mais apurada começaram a revolucionar a prática administrativa. Se julgarmos de conformidade com os conhecimentos atuais que temos. Conhecimentos, que não são novos. Adquiridos como uma somatória de todos os acontecimentos e estudos que a humanidade ao longo dos tempos foi adquirindo. Taylor, o pai da administração científica, se julgado nos padrões atuais, sem as devidas considerações, certamente será considerado um imbecil, como administrador. Mas, se nos reportarmos a sua época, veremos que ele foi um gênio.
Procurando ir ao foco desse assunto, nesse trabalho. A necessidade de julgarmos acontecimentos passados de acordo com a época em que ocorreu é totalmente necessária. Como último exemplo, agora no campo médico. Meu avô materno, aos trinta e seis anos morreu. Morreu de tuberculose. Isso há pouco mais de setenta anos atrás. Se não levasse em conta o grau evolutivo em que a medicina se encontrava há sete décadas. Certamente, hoje, diríamos que foi um acontecimento de negligência médica e familiar. Da mesma forma que se os nossos filhos ou netos, em futuro próximo, não julgarem levando em conta o grau evolutivo de nossa medicina atual, as mortes que hoje ocorrem, devido a AIDS e a tantas outras, que AINDA não conhecem os seus métodos de cura. 

Em mil novecentos e oito, no Brasil, vivíamos em uma sociedade caótica.
Nossa economia baseava-se quase que exclusivamente no setor primário e comandada através de uma forma administrativa totalmente rudimentar, para não corrermos o risco de erradamente dizer: inexistente. Onde a educação formal, acadêmica, era não cultuada entre as famílias e pouco valorizada pela sociedade.  Nessa época mulher estudar era quase que proibido e uma afronta aos costumes vigentes. Afinal, ainda imperava a tradição e o costume de ver a função da mulher para o casamento e procriação. E era tradição de nosso povo, considerado totalmente uma prática normal, que ao homem fosse dado o direito de ter casos fortuitos fora de casa. Os meios de comunicação, dificílimos. Fazendo com que o que ocorria em uma parte do Brasil levava tempo para que a outra parte viesse, a saber.
Na política tínhamos quatro classes:
1-   Os verdadeiros republicanos, desiludidos com os rumos que a república brasileira havia tomado. Não era para ver a bagunça e total desordem que imperava que eles verdadeiramente haviam lutado;
2-   Os monarquistas que ainda sobravam vivos, deplorando o que presenciavam;
3-   Uma imensa massa de nosso povo amargando penúria, totalmente alheia do que verdadeiramente ocorria;
4-   Os republicanos oportunistas e seus descendentes que serviram à causa republicana como meio de atingir D. Pedro II, que havia, apoiando decisão de sua filha, instituído no Brasil o fim da escravatura. Lhes retirado o trabalho escravo e, em muitos casos, levando-os a falência.
Nessa época, no Brasil, assim como a própria administração empresarial, no mundo. Essa era orquestrada através de tradições. Ou seja, diziam: – Meus antepassados procediam dessa forma e que aprendi com meu pai. E, por consequência, assim vou fazer agora. E ensinar aos meus filhos a também fazer igual.
Nesse quadro monstruoso é fácil de identificar em nossa sociedade todo o preconceito e racismo existente contra os negros e os silvícolas.
Apenas em 1888 é que os negros conseguiram a sua merecida liberdade. Apesar de uma forma equivocada, mas que aqui não trataremos sobre esse assunto. Apenas diremos que, do ponto de vista espiritual, para os sofrimentos que tivemos e temos de passar foi correta a forma com que aconteceu. Contudo, em uma análise administrativa, foi um erro. Pois a liberdade conseguida foi falha, visto que os retirou das algemas da escravatura para lançá-los para as algemas da miséria absoluta, inicialmente. Levando-os para as favelas, onde todos os tipos de privações conheceram.
Os costumes, a moda de nossa sociedade era a de procurarmos nos assemelhar, copiar os europeus. França era tida como o centro do mundo como até bem pouco tempo, infelizmente, tínhamos os EUA. E nessa concepção o ser humano de origem branca era o centro do mundo. Cabendo o lugar de primitivos e totalmente desprezíveis aos negros e índios.
Não teriam oitenta, noventa anos completos as personalidades que passaram por nossas existências, enriquecendo-nos com seus exemplos, que apesar de guardarmos extremadas boas recordações delas, ainda as escutamos falar em nossas lembranças: - "Menino faça a coisa direita. Faça um trabalho de branco!". Bem como as suas auto modificações ao longo do tempo. Muitas, em determinado momento de suas vidas, pararam e chegaram à conclusão de que nunca mais deveriam utilizar essa ou aquela expressão. Por serem de cunho racista. Apesar de em seus cotidianos não praticarem o racismo. Mas essas expressões vinham com elas dês da meninice, sendo até o momento de suas reflexões, extremamente normais.
O quadro acima exposto, atualmente para nós assemelha-se a obra "Divina Comédia" de Dante Alighieri, quando ele retratou o inferno. Ao mesmo tempo, serve-nos como alento. Pois, ao vermos o Brasil que vivemos acreditamos que se possa dizer que hoje já estamos no purgatório de Dante.
Parece inacreditável: o que hoje sofremos é muito pouco, em relação ao nosso pretérito recente.
O Cristianismo abre seus braços a todas as raças
Foi de extrema importância o movimento apresentado na Terra pelo espírito de Padre Gabriel Malagrida, através do médium e fundador da Umbanda: Zélio Fernandino de Moraes. Que após ser reconhecido por um médium vidente em reunião mediúnica da Federação Espírita Estadual, situada na época em Niterói\RJ. como jesuíta,  intitulou-se como Caboclo das Sete Encruzilhadas.  Sem uma visão histórica, a importância desse acontecimento perde grande parte de seu significado.
Como exposto no capítulo: "Costumes e tradições no Brasil em 1908. Nosso povo  encontrava-se totalmente com os conceitos e tradições do Brasil escravocrata. Sem alteração alguma. Se, nessa data, já tinha vinte anos em que não mais se podia botar os negros nas senzalas ou surrá-los, isso não queria dizer em hipótese alguma que houvesse ocorrido alguma mudança nos conceitos da população, na questão do falso conceito da superioridade da raça branca sobre as demais.
A forma, para a época, afrontosa para os costumes vigentes com que tudo ocorreu, certamente foi efetuada para gerar impacto perante a sociedade. Através da Umbanda o Cristianismo veio naquela época estremecer os nossos costumes e tradições seculares, informando a todos e colocando em prática, que dentro do Cristianismo todos são úteis e iguais.




História da Umbanda até os dias atuais - Informações Históricas
História da Umbanda - Caboclo das Sete Encruzilhadas
Pesquisa: Lucilia Guimarães e Eder Longas Garcia

Escrever sobre Umbanda sem citarmos Zélio Fernandino de Moraes é praticamente impossível. Ele, assim como Allan Kardec, foram os intermediários escolhidos pelos espíritos para divulgar a religião aos homens. Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio de Janeiro. Aos dezessete anos, quando estava se preparando para servir as Forças Armadas através da Marinha, aconteceu um fato curioso: começou a falar em tom manso e com um sotaque diferente da sua região, parecendo um senhor com bastante idade.
A princípio, a família achou que houvesse algum distúrbio mental e o encaminhou ao seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, Diretor do Hospício de Vargem. Após alguns dias de observação e não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica, sugeriu à família que o encaminhassem a um padre para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estivesse possuído pelo demônio. Procuraram, então, também um padre da família que após fazer ritual de exorcismo não conseguiu nenhum resultado.
Tempos depois Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os médicos não conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num ato surpreendente Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: "Amanhã estarei curado". No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida, figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio.
Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas rezas lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a caridade. O Pai de Zélio de Moraes, Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não frequentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura de literatura espírita. No dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói. Chegando à Federação e  convidados por José de Souza, dirigente daquela Instituição, sentaram-se à mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do culto realizado, Zélio levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde se realizava o trabalho.
Tendo-se iniciado uma estranha confusão no local, ele incorporou um espírito e simultaneamente diversos médiuns presentes apresentaram incorporações de caboclos e pretos velhos. Advertidos pelo dirigente do trabalho, a entidade incorporada no rapaz perguntou:
" Por que repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens? Seria por causa de suas origens sociais e da cor?"
Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava perguntou:
" Por que o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome meu irmão?"
Ele responde:
Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."
O vidente ainda pergunta:
" Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?"
Novamente ele responde;
Colocarei uma condessa em cada colina que atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei."
Depois de algum tempo todos ficaram sabendo que o jesuíta que o médium verificou pelos resquícios de sua veste no espírito, em sua última encarnação foi o Padre Gabriel Malagrida.
No dia 16 de novembro de 1908, na rua Floriano Peixoto, 30 · Neves · São Gonçalo · RJ, aproximando-se das 20:00 horas, estavam presentes os membros da Federação Espírita , parentes, amigos e vizinhos e do lado de fora uma multidão de desconhecidos. Pontualmente às 20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas desceu e usando as seguintes palavras iniciou o culto:
Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria, e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A prática da caridade no sentido do amor fraterno será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo".
Após estabelecer as normas que seriam utilizadas no culto e com sessões diárias das 20:00 às 22:00 horas, determinou que os participantes deveriam estar vestidos de branco e o atendimento a todos seria gratuito. Disse também que estava nascendo uma nova religião e que chamaria Umbanda. O grupo que acabara de ser fundado recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse as seguintes palavras:
Assim como Maria acolhe em seus braços o filho, a tenda acolherá aos que a ela recorrerem as horas de aflição; todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai".
Ainda respondeu perguntas de sacerdotes que ali se encontravam em latim e alemão. Caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que havia neste local, praticando suas curas. Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras: "- Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá". Após insistência dos presentes fala:
Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nêgo".
Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:
Minha caximba, nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá".
Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de"Guia de Pai Antonio".
No outro dia formou-se verdadeira romaria em frente a casa da família Moraes. Cegos, paralíticos e médiuns que eram dado como loucos foram curados. A partir destes fatos fundou-se a Corrente Astral de Umbanda. Após algum tempo manifestou-se um espírito com o nome de Orixá Malé, este responsável por desmanchar trabalhos de baixa magia, espírito que, quando em demanda era agitado e sábio destruindo as energias maléficas dos que lhe procuravam.
Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, recebendo ordens do astral, fundou sete tendas para a propagação da Umbanda, sendo elas as seguintes:

·         Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia
·         Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição
·         Tenda Espírita Santa Bárbara
·         Tenda Espírita São Pedro
·         Tenda Espírita Oxalá
·         Tenda Espírita São Jorge
·         Tenda Espírita São Jerônimo



     As sete linhas que foram ditadas para a formação da Umbanda são: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Iansã, Xangô, Oxossi e Exu. Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das acima mencionadas. Zélio nunca usou como profissão a mediunidade, sempre trabalhou para sustentar sua família e muitas vezes manter os templos que o Caboclo fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitar a ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele. O ritual sempre foi simples.
Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou quaisquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje. As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se manifestavam. A preparação dos médiuns era feita através de banhos de ervas e do ritual do amaci, isto é, a lavagem de cabeça onde os filhos de Umbanda fazem a ligação com a vibração dos seus guias.
Após 55 anos de atividade, entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zilméia, as quais até hoje os dirigem.
Mais tarde, junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo, fundaram a Cabana de Pai Antonio no distrito de Boca do Mato, Cachoeira do Macacú·RJ. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu. Faleceu aos 84 anos, no dia 03 de outubro de 1975.

Quem foi Gabriel Malagrida?
 Gabriel Malagrida
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Gabriel Malagrida (Menaggio, 5 de dezembro de 1689 — Lisboa, 21 de setembro de 1761) foi um padre jesuíta italiano. Tendo sido missionário no Brasil e pregador em Lisboa, veio a ser condenado como herege no âmbito do Processo dos Távora. Foi garrotado e queimado na fogueira num auto-de-fé realizado no Rossio de Lisboa.
Aos 12 anos de idade foi enviado a estudar com os Padres Somascos em Como e, demonstrando interesse para a vida religiosa, concluídos os estudos secundários foi para Milão, onde ingressou no Colégio Helvético para realizar os estudos de Filosofia e Teologia. Em 1711, querendo tornar-se religioso, aproximou-se da Companhia de Jesus em Como, tendo sido admitido como noviço naquele mesmo ano (23 de outubro). Trabalhou como professor na ilha de Córsega e, após completar os estudos de Teologia em Gênova, pediu ao Superior Geral da Ordem Jesuíta para ser destinado como missionário, para as Índias. Malagrida partiu para as missões no Brasil em 1721.
No Brasil
No Brasil, já ordenado como padre, foi mandado para Belém, a fim de aprender a língua indígena e trabalhar como padre na cidade. Em 1723 foi enviado, pela primeira vez, como missionário aos Caicazes, tribo indígena que habitava ao longo do curso dos rios Itapicuru e Munim, na Capitania do Maranhão. Desta nação indígena passou a outras: os Guanarés e os Barbados, no rio Mearim, onde encontrou dificuldades, quer pela resistência dos feiticeiros da tribo, quer pela epidemia de peste que assolava os indígenas. Até ao ano de 1727 esteve entre os indígenas, onde viveu diversos episódios arriscados. Foi retirado definitivamente da missão indígena por volta de 1729 para ensinar no Colégio de São Luís do Maranhão, a fim de preparar futuros missionários, ensinado Filosofia e Teologia.
A partir de 1735 inicia-se uma nova etapa como "missionário apostólico" ou missionário popular, quando, ao sair de São Luís, se dirige ao sul, via capitania do Piauí, em direção à Bahia, pregando missões populares por todas as localidades em que passou, promovendo a renovação espiritual por meio dos Exercícios Espirituais Inacianos e animando a vida religiosa do sertão da região Nordeste do Brasil, até então desamparado religiosamente. Chegou a Salvador em 1738, onde continuou as suas pregações populares com grandes conversões, em número e qualidade. Nessa capital iniciou um convento para "convertidas" e um Seminário para o clero diocesano.
De 1741 a 1745 andou pelo sertão da capitania de Pernambuco e da capitania da Paraíba, sempre pregando retiros e tomando iniciativas de fundação de Conventos e Seminários. A capela existente até hoje no Colégio Santa Teresa, das Irmãs Dorotéias do Brasil, no Maranhão, também foi fundada por ele, onde existem até hoje objetos pessoais de Malagrida que podem ser vistos mediante autorização das irmãs. Entre esses objetos encontram-se uma santa e um humilde banco de madeira onde ele dormia à época.
De 1746 a 1749 retorna ao Maranhão e Pará onde continua a sua ação de pregador de missões populares, até que concebeu a ideia de ir a Portugal, solicitar a aprovação do Rei, para funcionarem legalmente as suas fundações e conseguir recursos.
Em 2011 foi criada através de ato do Governador do Estado da Paraíba a comenda da Ordem de Mérito "Gabriel Malagrida", publicada no diário oficial do Estado, nº 14.729 de 31 de agosto de 2011, concedida as autoridades civis e militares que tenham prestado notáveis serviços à Casa Militar do Governador daquele Estado.
No Brasil, foi também recentemente realizado um documentário sobre a vida deste jesuíta, pelo realizador Renato Barbieri.
Na visão umbandista o padre Gabriel Malagrida foi uma das encarnações da entidade que se identifica como Caboclo das Sete Encruzilhadas.1
Em Portugal
Malagrida chegou a Lisboa em 1750, tendo aí assistido aos últimos momentos da vida de João V de Portugal. Permaneceu nessa capital até 1751, quando regressou ao Maranhão onde permaneceu até 1754. Nesse ano regressou definitivamente a Portugal, a rogo de D. Mariana de Áustria.
Muito religioso, aproveitou o sismo de Lisboa de 1755 para exortar os lisboetas à reforma dos seus costumes. Acicatado pela explicação das causas naturais da catástrofe, que circulou em folheto mandado publicar por iniciativa do marquês de Pombal, redigiu uma pequena obra chamada "Juízo da Verdadeira Causa do Terramoto" (1756) em que reputava a catástrofe como um castigo divino e onde defendia que o infortúnio dos desalojados se consolava com procissões e exercícios espirituais.
Pombal, contudo, não gostou das ideias expressas por Malagrida, que reputou como um questionamento à autoridade do Estado, e puniu o religioso com o desterro para Setúbal. Nesta cidade, Malagrida era visitado por muitas pessoas, entre as quais membros da família Távora.
O suposto atentado de 3 de setembro de 1758, que culminou no processo dos Távoras, proporcionou a Pombal a ocasião para perseguir Malagrida ainda com mais rigor, acusando-o de colaboração na tentativa de regicídio e denunciando-o à Inquisição como falso profeta, impostor e, o mais grave, de ser um herege, o que equivalia à morte na fogueira pelo tribunal do Santo Ofício. Septuagenário, alquebrado pelos trabalhos passados e pela prisão doentia, Malagrida tornou-se demente, continuando a defender obstinadamente as suas crenças.
Entregue ao Santo Ofício de Lisboa e após um processo, criticado por vários historiadores, foi acusado de heresia e posteriormente condenado ao garrote e fogueira, penas executadas em um auto-de-fé no dia 21 de setembro de 1761, no Rossio, a praça principal de Lisboa. Na opinião do filósofo francês Voltaire na obra "Cândido", "(...) ao excesso de absurdo, juntou-se o excesso de horror".
Em 2005, o escritor português Pedro Almeida Vieira publicou o romance "O Profeta do Castigo Divino", que tem como personagem principal o padre Gabriel Malagrida, incidindo sobre o período anterior ao terramoto de Lisboa de 1755 até à sua morte no auto-de-fé de 1761.
Referências
1.         PINHEIRO, 2004:275-276.
Bibliografia
----, "Un monumento al P. Malagrida" in La Civilità Cattolica (ISSN 0009-8167), IX, serie XIII, pp. 30-43, 414-30 e 658-679. Roma, 1888;
•          Carlos Sommervogel, Bibliothèque de la Compagnie de Jésus, vol. V, pp. 394-95. Bruxelas, 1894;
•          Francisco Butiña, Vida del P. Gabriel Malagrida de la Compañía de Jesús, quemado como hereje por el Marqués de Pombal. Barcelona, Imp. de Francisco Rosal y Vancell, 1886;
•          Francisco Butiña, Pombal y Malagrida : Persecución anti-jesuítica en Portugal. Barcelona, Imprenta de Francisco Rosal y Vancell, 1902;
•          Ilário Govoni, "Gabriele Malagrida martire di ieri, modello per oggi" in La Civilità Cattolica (ISSN 0009-8167), n.º 3368, pp. 119-130. Roma, 1990;
•          Ilário Govoni, Padre Malagrida. O missionário popular do Nordeste (1689-1761). Porto Alegre: Liv. Padre Réus, 1922, 112p.;
•          Marcus Odilon Ribeiro Coutinho, "O livro proibido do Padre Malagrida". João Pessoa: Unigraf, 1986.
Paul Mury, Histoire de Gabriel Malagrida. Paris, 1884 (2.ª edição, Strasburg, 1899; tradução alemã, Salzburg, 1890).
•          PINHEIRO, Robson. Aruanda (pelo espírito Ângelo Inácio). Contagem (MG): Casa dos Espíritos Editora, 2004. 288p. ISBN 978-85-87781-14-7


Análise Histórica
Costumes e tradições no Brasil em 1908
Um grande erro do ser humano é julgar os acontecimentos passados com os padrões e costumes de sua época.
O que hoje é considerado erro, em verdade, sempre foi erro. Contudo, devido ao estágio evolutivo em que ocorre, as Leis Divinas levando em conta os costumes e tradições vigentes julgam de uma forma mais enérgica ou abrandada. Afinal, assim como não podemos, como orientadores de nossos filhos agir perante uma ação equivocada desses, sem levar em conta a sua idade mental. A espiritualidade superiora também assim age conosco.
Exemplificando essa linha de raciocínio.
Nas famílias que cultuam o bom costume de combater o uso de palavrões. Os pais ao escutarem um de seus filhos em tenra idade falar, devem agir diferentemente se isso ocorrer com outro filho, que já com os seus catorze ou quinze anos, igualmente assim proceder. Visto que, no primeiro caso. A criança pode estar dizendo sem nenhuma noção, até mesmo, do que está falando. Cópia simplesmente do que pode ter ouvido no colégio, em brincadeiras na rua, clubes ou em qualquer outro lugar. Até mesmo assistido em um programa televisivo. Já no caso do filho que, com maior idade mental, procede da mesma forma. A ação corretiva deve ser totalmente diferente. Pois é mais consciente de seus atos. Tem maior responsabilidade sobre eles.  E é dessa forma que devemos analisar os acontecimentos históricos. Pois somos nós mesmos que ao longo da história da humanidade, igualamo-nos a essas crianças que, paulatinamente, encontra-se em evolução. E, por essa razão, o que antes eram até classificados como fruto de costumes e tradições de uma sociedade mais bárbara. E, portanto, as individualidades que assim procediam. Devemos julgá-las com menor rigor. Do que se essas mesmas ações, hoje, fossem praticadas. Uma vez que, na atualidade, nossa sociedade já se encontra mais amadurecida.
Nossos comentários sobre esse assunto não se aplicam apenas, na parte moral de nossa sociedade. Mas, como uma verdade, essa norma é plenamente aplicável em todos os demais setores. Como exemplo, no campo da administração. Como querer julgar os pensamentos e práticas dos primeiros administradores que de uma forma mais apurada começaram a revolucionar a administração de sua época? Se julgarmos de conformidade com os conhecimentos atuais que temos. Conhecimentos, que não são novos. Mas, sim, adquiridos como uma somatória de todos os acontecimentos e estudos, que a humanidade ao longo dos tempos foi adquirindo? Taylor, o pai da administração científica. Se julgado nos padrões atuais, sem as devidas considerações. Certamente será considerado um imbecil, como administrador. Mas, se nos reportarmos a sua época. Veremos que ele foi um gênio. Procurando ir ao foco desse assunto, nesse trabalho. A necessidade de julgarmos acontecimentos passados de acordo com a época em que ocorreu. É totalmente necessário.
Em mil novecentos e oito, no Brasil. Vivíamos em uma sociedade caótica. Nossa economia baseava-se quase que exclusivamente no setor primário e comandada por uma forma administrativa totalmente rudimentar, para não corrermos o risco de erradamente dizer, inexistente. Onde a educação formal, acadêmica, era não cultuada entre as famílias e pouco valorizada pela sociedade.  Nessa época, mulher estudar era quase que proibido e uma afronta aos costumes vigentes. Afinal, ainda imperava o costume de ver mulher para o casamento e procriação.  E era tradição de nosso povo, considerado totalmente uma prática normal, que ao homem fosse dado o direito de ter casos fortuitos, fora de casa. Os meios de comunicação, dificílimos. Fazendo com que o que ocorria em uma parte do Brasil levava tempo para que a outra parte viesse, a saber. Na política (administração da coisa pública) tínhamos praticamente quatro classes.
1- Os verdadeiros republicanos, desiludidos com os rumos que a república brasileira havia tomado. Pois, não era para ver a bagunça e total desordem que imperava que eles verdadeiramente haviam lutado;
2- Os monarquistas que ainda sobravam vivos, deplorando o que presenciavam;
3- Uma imensa massa de nosso povo, amargando penúria, totalmente alheia do que verdadeiramente ocorria;
4- Os republicanos oportunistas e seus descendentes que serviram a causa republicana como meio de atingir D. Pedro II. Que havia, através de sua filha, instituído no Brasil o fim da escravatura. Lhes retirado o trabalho escravo e, em muitos casos, levando-os a falência.
Nessa época, no Brasil, assim como a própria administração empresarial no mundo. Essa era orquestrada através de tradições. Ou seja, diziam: – Meus antepassados procediam dessa forma, que aprendi com meu pai. E, por consequência, assim vou fazer agora. E ensinar aos meus filhos a também fazer igual.
Em algumas regiões do Brasil, como no Estado de Santa Catarina. Havia regiões, como as de Joinville, Blumenau e tantas outras, onde o costume era o de se utilizar nas ruas e escolas, o dialeto germânico e outros em menor proporção. Quadro esse que só foi ser combatido pelo governo federal, já no ano de 1930, quando o Brasil entrou na 2ª Guerra Mundial. E a população calou-se. Havia o perigo de um guarda passar e decretar a prisão a todos que estavam falando outra língua.
Nesse quadro monstruoso é fácil de identificar em nossa sociedade todo o preconceito e racismo existentes contra os negros e os silvícolas. Que apenas em 1888, os negros, conseguiram a sua merecida liberdade. Apesar de uma forma equivocada, mas que aqui não trataremos sobre esse assunto.
Apenas diremos que, do ponto de vista espiritual, para os sofrimentos que tivemos e temos de passar. Foi correta a forma com que ocorreu. Contudo, em uma análise administrativa, foi um erro. Pois a liberdade conseguida foi falha, visto que os retirou das algemas da escravatura para lançá-los para as algemas da miséria absoluta. Levando muitos para as favelas onde todos os tipos de privações conheceram.
Os costumes, a moda de nossa sociedade era a de procurarmos nos assemelhar, copiar, os europeus. França era tida como o centro do mundo, como até bem pouco tempo, infelizmente, tínhamos os EUA. E nessa concepção o ser humano de origem branca era o centro do mundo. Cabendo o lugar de primitivos e totalmente desprezíveis aos negros e índios.
Não teriam oitenta, noventa anos completos. As personalidades que passaram por nossas existências enriquecendo-nos com seus exemplos. Que apesar de guardarmos extremadas boas recordações delas, ainda as escutamos falar em nossas lembranças: - "Menino faça a coisa direita. Faça um trabalho de branco!". Bem como as suas modificações, ao longo do tempo. Pessoas que foram na Terra exemplos vivos de bons religiosos e praticantes a toda provam. Muitas, em determinado momento de suas vidas, pararem, e chegarem à conclusão de que nunca mais deveriam utilizar essa ou aquela expressão. Por serem de cunho racista. Apesar de em seus cotidianos não praticarem o racismo. Mas essas expressões, dizeres, vinham com elas dês da meninice. Sendo até o momento de suas reflexões, extremamente normais. Naturais. 
O quadro acima exposto, para nós, hoje, assemelha-se a obra "Divina Comédia" de Dante Alighieri. Quando ele retratou o inferno. Ao mesmo tempo, serve-nos como alento ao vermos o Brasil que vivemos hoje. Acreditamos que se possa dizer que  já estamos no purgatório de Dante. Lutando para a nossa felicidade nos encontrar no tão sonhado céu. Parece inacreditável! Mas, o que hoje sofremos é muito pouco em relação ao nosso pretérito recente.  Para darmos continuidade ao nosso trabalho, houve a necessidade da reflexão histórica.


O Cristianismo abre seus braços a todas as raças
Foi de extrema importância o movimento apresentado na Terra pelo espírito do Padre Gabriel Malagrida, através do médium e fundador da Umbanda. Sr. Zélio Fernandino de Moraes. Que após ser reconhecido por um médium vidente, como jesuíta, intitulou-se como Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Sem uma visão histórica a importância desse acontecimento perde seu significado.
Como exposto no capítulo: "Costumes e tradições no Brasil em 1908”. Nosso povo  encontrava-se totalmente com os conceitos e tradições do Brasil escravocrata. Sem alteração alguma. Se nessa data já tinha vinte anos em que não mais se podiam botar os negros nas senzalas ou surrá-los. Isso não queria dizer, em hipótese alguma, que houvesse ocorrido alguma mudança nos conceitos da população, mesmo que pequena referente à falsa superioridade do branco sobre o negro. Igualmente, sobre o branco em relação aos indígenas.
A forma para a época afrontosa e para os costumes então vigentes, com que tudo ocorreu, certamente, foi efetuada para gerar impacto perante a sociedade.
Através da Umbanda o Cristianismo veio naquela época estremecer os nossos costumes e tradições seculares, informando a todos e colocando em prática que dentro do Cristianismo todos são úteis e iguais. Mas, ao mesmo tempo, na parte moral e religiosa, como não podia ser diferente. A Umbanda manteve os fundamentos morais dos ensinamentos Espíritas e as bases rencarnacionistas e suas consequências. Razão de nas verdadeiras casas religiosas da Umbanda haver incentivos para que todos os participantes leiam e estudem obras literárias espíritas. Em especial as deixadas por Allan Kardec e Francisco Cândido Xavier.


Desmitificando a formação das linhas de trabalho na Umbanda e Prática Mediúnica.
Antes de entrarmos no assunto proposto, muito interessante ler a entrevista abaixo. Posteriormente iremos tecer considerações úteis:
Essa entrevista foi  apresentada no Grupo de Estudos Espírita do ICEF. (Instituto de Cultura Espírita de Florianópolis) Através da participante, Suzana da Cunha Silveira Camargo.
Entrevista: Irene Carvalho
“A promulgação da Lei Áurea foi da mais alta importância, por tratar-se de um planejamento feito pelo plano espiritual”
O IMORTAL – Sabe-se que Princesa Isabel comunica-se como uma preta-velha, a Mãe Isabel, já tão amada pelos frequentadores da Comunhão Espírita de Brasília. Esse fato significa que ela tenha vivido entre escravos?
Irene – Sim! E o seu trabalho libertador de escravos foi a mais alta missão que enfrentou durante a Coroa. Afirma-nos, a própria Mãe Isabel, que foi muito difícil tomar essa decisão, já que eram inúmeras as correntes contrárias.
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A promulgação da Lei Áurea foi planejada antes pelo plano espiritual
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O IMORTAL – Podemos saber qual a avaliação que a ex-Princesa faz a respeito da Lei Áurea, que completa cem anos de existência em 13 de maio próximo?
Irene – Revela-nos ela ter sido de suma importância para o processo de humanização do País e que somente no mundo espiritual pôde avaliar a real grandeza do evento. Ela tem a certeza de ter contado com a ajuda espiritual. Afirma que em sonho era levada às regiões dos Planos mais Altos, onde recebia instruções de como proceder. As palavras que me transmite neste instante são confirmadas por Bezerra de Menezes.
O IMORTAL – Mais de trinta anos antes da Lei Áurea, o Livro dos Espíritos assinalava que a escravidão é um abuso da força, contrária à natureza e à lei de Deus, implicando para os escravagistas sérios compromissos perante o Criador. Essa posição dos Espíritos que assistiam Kardec na codificação da doutrina espírita demonstra sua preocupação com o problema?
Irene – Depois de João Evangelista, escrevendo o Apocalipse, ninguém melhor do que Allan Kardec para receber e transmitir com tanta segurança uma mensagem desse teor. Isso comprova as palavras de Mãe Isabel sobre a preocupação dos Espíritos acerca do assunto.
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“Ao assinar a Lei Áurea, minha mão foi
conduzida por outra mão mais forte”
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O IMORTAL – Neste 13 de maio de 1988, cem anos após a promulgação da Lei Áurea, que aboliu a escravatura no Brasil, se fosse possível à Princesa Isabel dizer-nos alguma coisa, quais seriam suas palavras?
Irene – A mensagem seria dirigida à Nação brasileira. Lembro-me de que Francisco Cândido Xavier disse que, numa ocasião como esta, nós médiuns, para captar a adequada resposta espiritual, temos de esperar que o “telefone toque”. Foi o que fiz. Sem demora apresentou-se à minha mente o telão onde costumo ver mensagens e textos teatrais a mim transmitidos. Acompanhada da abnegada figura de Bezerra de Menezes, Mãe Isabel pediu-nos toda a atenção para que não perdesse nenhuma das palavras que seriam projetadas. Ressaltamos que Mãe Isabel prefere apresentar-se como uma “preta-velha” e não com a envergadura da Princesa Isabel. De uma ou de outra forma, ela é linda e nós a amamos profundamente. Ela nunca erra em suas palavras e está sempre pronta para atender aos que sofrem.
Eis sua mensagem:

“Diletos irmãos,
Abençoe-nos Jesus em Sua Luz.
O momento é de profunda reflexão. Neste instante, ainda ouço o clamor do negro escravo, que mesmo depois de liberto chorava suas dores, sem ter para onde ir. Reporto-me a esses dias com muita emoção.
Ao assinar a Lei Áurea, a minha mão foi conduzida por outra mão mais forte. Uma enorme força brotou dentro de mim e mesmo que eu quisesse não poderia retroceder. Foi um momento de enorme emoção e eu chorei.
O Brasil é sem dúvida um país de grandes dimensões e haverá lugares para todos, se houver, realmente, uma compreensão maior por parte daqueles que o governam. Dirijo-me a eles, em especial, afirmando que a palavra empenhada recebe na Espiritualidade o selo dos grandes compromissos, severamente inadiáveis. Que ninguém se iluda, pois a cobrança dos débitos será sempre feita.
Que a semeadura do Evangelho chegue também aos corações dos políticos e atinja as crianças que percorrem as ruas dos grandes centros em busca do pão e da verdade, escravas da fome e do vício. Para elas a única verdade é fugir do abandono. Alimentá-las não é o suficiente, mas sim possibilitar-lhes um mundo melhor. Uma vida equilibrada para os escravos dos novos tempos só será possível numa sociedade voltada para o bem e a fraternidade.
Quem não recebe amor não o pode dar a outrem. Os que fecham os olhos a essa dura realidade, de adultos e crianças subjugados a condições subumanas, e especialmente os que se comprazem na existência de tal condição, por fazer dela sua base de lucro e promoção pessoal, estes, sem dúvida, podem ser considerados os novos feitores, como os de outrora...
Mãos à obra, brasileiros. Que o anjo Ismael continue a proteger essa terra gigantesca, que dia a dia se destaca das demais, convergindo tantas atenções e atraindo múltiplas famílias estrangeiras que jamais a deixam.
Que o 13 de maio seja lembrado como uma data simbólica, que nos desperte para as mais nobres realizações de libertação do ser humano e não como um grito de angústia.
Dia há de chegar em que todos na Terra se abraçarão como irmãos.
Muita alegria!
Mãe Isabel.”
A entrevista em sua íntegra está no site: www.oconsolador.com.br


Desmistificando a formação das linhas de trabalho na Umbanda
o   O Espírito pode assumir a forma que melhor lhe propicia a execução de uma tarefa.
o   Nenhuma linha de trabalho indica maior ou menor elevação espiritual, uma em relação à outra.
o   Cada linha de trabalho dentro da Umbanda refere-se ao tipo de serviço característico de cada linha, que reúnem espíritos através de suas particulares preferências de trabalho. Não se compreendendo que haja separações destas linhas por motivos de cor de pele.


A Umbanda por ter sido fundada no Estado do RJ em 1908. Lembrando que o Brasil da época tinha a mesma formação moral de 1888 (apenas 20 anos entre a libertação dos escravos e o surgimento desta religião). Ela veio até o solo pátrio para quebrar conceitos da época. Razão, para chamar atenção mesmo, que ela tem em sua base:
1- Preto-velhos: Pois na época o conceito dos preto-velhos no Brasil (aqui estou falando dos antigos escravos) era o de serem reconhecidos como pessoas especialmente dotadas de muito amor, que através de suas rezas e chazinhos ajudavam a todos. (Os verdadeiros, não cobravam. Infelizmente o que não dá para dizer que eram TODOS que assim praticavam. Assim com hoje temos MÉDIUNS E médiuns).  Voltando ao assunto: a linha dos Preto-velhos são os coordenadores das casas umbandistas. Representam o amor/humildade. São espíritos onde o amor é a sua maior característica. (Mas eles podem se apresentar como vermelhos, brancos, amarelos, vermelhos, azuis. Não é a aparência física que eles tiveram na Terra que importa, mas o sentimento que nutrem.)
Para os que verdadeiramente estudam a Umbanda (que Não é codificada) compreende que para fazer parte desta linha de trabalho não há a mínima necessidade de ter passado na Terra como um negro-escravo.
2- Índio (Caboclo: linha de Ogum, Xangô e Oxossi): Os índios no Brasil, inclusive em nossa literatura, representam a FORÇA. Eles, subordinados aos Preto-velhos (gerentes de maior nível hierárquico) são os gerentes (CIO de 2ª ordem) das casas religiosas. Tem muitos índios que na Terra também foram índios. Mas, novamente, para pertencer a esta classe de trabalho não precisam ser todos de pele vermelha. Precisa, sim, se afinizar ao tipo de trabalho.
3- Criança (Erê): Elas simbolizam a pureza, dentro da Umbanda. Apesar de não terem a visão completa que o Espiritismo proporciona sobre os espíritos que no mundo espiritual se mantém na forma infantil.
Esta é à base fundamental da Umbanda: Amor (linha do PV) - Força (linha dos caboclos) - Pureza (linha dos erês). Poderia ao contrário de se denominar: Pretos Velhos e Caboclos. Se denominarem: Linha do Amor\Humildade; Linha da Força. Mas exatamente para combater os preconceitos, ganharam os nomes: Linha dos Preto-Velhos; Caboclos...
Nota: além dos acima citados há outras linhas, mas não na mesma importância destes. Desejamos aqui registrar sobre a questão da linha de Exu: segundo
Há na Umbanda a linha dos religiosos que acreditam que para um espírito ser desta ou daquela linha é necessário na Terra ter tido uma reencarnação nesta ou naquela raça. Respeitamos os que assim acreditam. Mas, a forma que é mais aceita aos que atualmente estudam esta religião é a de que o que faz os espíritos escolherem esta ou aquela linha de trabalho seja a sua afinidade para este ou aquele tipo de trabalho. Apenas isto!
Exemplificando: O que faz uma pessoa escolher entre medicina ou engenharia, não é a sua estrutura física muito menos o seu grau evolutivo. Mas, sim, a sua aptidão a desenvolver esta ou aquela atividade com maior satisfação e perfeição.
Prática Mediúnica
Toda a manifestação mediúnica realizada de forma esdrúxula é devido à formação defeituosa do médium. Jamais sendo exigência das linhas espirituais. Se manifestações com características extravagantes ocorrem é má formação do médium que fornece a estas comunicações traços bizarros e totalmente desnecessários.
O médium educado e de qualidade é todo aquele que exerce a sua função mediúnica com a maior tranquilidade e naturalidade, possível. 
Finalizando os estudos sobre a Umbanda.

Leal de Souza, jornalista carioca, foi um dos frequentadores e também como médium participava ativamente dos trabalhos orientados pelo fundador da Umbanda, diretamente.
Encerramos este módulo de estudo apresentando o último capítulo de seu livro, que não realizado intencionalmente, além de outros assuntos tratou sobre esta religião.



LEAL DE SOUZA - O ESPIRITISMO, A MAGIA E AS SETE LINHAS DE UMBANDA
RIO DE JANEIRO - 1933
XXXV - O FUTURO DA LINHA BRANCA DE UMBANDA
A evolução da Linha Branca de Umbanda e Demanda depende e acompanhará a evolução das populações situadas na zona terráquea de sua ação e influência. Tanto mais decline a magia em suas operações danosas à criatura humana, quanto mais se simplificarão os processos da Linha Branca, obriga a exercê-los de conformidade com as circunstâncias decorrentes da atuação de forcas espirituais e camadas fluídicas maleficamente empregadas. Destinada, também, a quebrar o orgulho mental e mundano de nosso tempo, à medida que o progresso moral dos homens se acentue, a Linha Branca acompanhando-o modificará o caráter, ou a natureza de suas manifestações, adaptando meios novos de servir a Deus, esclarecendo e amparando o próximo. Dia virá, certamente ainda distante no tempo, em que não haverá necessidade de recorrer aos meios materiais para alcançar efeitos espirituais, em que o aparecimento de caboclos e pretos velhos nos terreiros das Tendas apenas ocorrerá esporadicamente, para não deixar perecer a lembrança destas épocas de duro materialismo e pesado orgulho utilitarista, que tão árdua e penosa tornam a missão dos espíritos incumbidos da assistência aos homens, como trabalhadores da Linha Branca de Umbanda.
A Linha, então, terá aprimorado a sua organização atual e, dentro dos quadros do espiritismo, será uma instituição de grande fulgor, regrada pela sistematização severa que a de agora esboça, articulando, cada vez mais, o seu plano terreno no alto plano do espaço, de que é reflexo. Nessa idade, os falquejadores (Quem desbasta, em geral com machado, facão) do grande tronco, como os chama o Caboclo das Sete Encruzilhadas, os humildes presidentes e trabalhadores de Tendas, hoje incompreendidos e injuriados, abençoarão, no espaço, libertos da matéria, os sofrimentos e as calúnias que afrontaram na Terra, no cumprimento de uma tarefa muitas vezes superior aos seus méritos e energia. Quando, porém, raiará o esplendor dessa aurora? Esperemo-lo, confiantes. Por mais que tarde, há de vir e, para quem se coloca na sua ação espiritual no mundo material, sob o ponto de vista espírita, a lentidão das coisas não gera o desânimo, porque o tempo não tem limite e o espírito é imperecível.
Presentemente, as forças maléficas que a Linha Branca tem de enfrentar, na defesa da humanidade, tomam um desenvolvimento assombroso, sob o impulso da exasperação dos piores sentimentos humanos, irritados até a revolta pelas amarguras econômicas oriundas dos erros e crimes do egoísmo de indivíduos e povos, acumulando-se ininterruptamente através de numerosas gerações.
Os institutos mais inferiores, por tanto tempo reprimidos por sentimentos assentes em preconceitos fundamentados em princípios religiosos, derribadas essas convenções pelos abalos sociais dos últimos decênios, irrompem com a fúria das torrentes represadas, ameaçando o mundo de uma subversão moral completa.
A Linha Branca de Umbanda e Demanda é um dos elementos de reação e defesa com que o Espiritismo, ao lado das religiões espiritualistas, tem de dominar essa avalanche tumultuaria e arrasadora, competindo-lhe, a Linha Branca na região terreal de sua influência, a parte mais penosa da Demanda, pois tem de se agir com a flor, que embalsama, e com a espada, que afugenta, entre as hostilidades e as desconfianças de alguns de seus aliados no amor a Deus e na prática do bem.
Esse terrível surto do mal tem de ser quebrantado, e a Linha Branca, que hoje se encapela em ondas espumantes de oceano em tempestade, será, na bonança, o azul lago placidamente refletindo as luzes do céu. E, pois que estas linhas serão publicadas na manhã que nos recorda o  sorriso de Jesus infante, na manjedoura de Belém, seja permitido ao humilde filho de Umbanda enviar saudações e votos de paz no seio de Cristo, aos crentes e sacerdotes de todos os templos, com uma súplica fervorosa pelo bem estar daqueles que se privam do conforto da fé, e desconhecem Deus.



V- A evolução inacreditável do Cristianismo


Observando esse breve histórico de aproximadamente 2014 anos, a humanidade saiu da “idade da pedra” onde se tentava retirar a divulgação, o conhecimento da reencarnação, para o conhecimento de como vivemos, quando no mundo dos espíritos estamos. Mas, reforçando mais uma vez as questões notem que isso não se deu graças à evolução do Cristianismo. Pois, essas realidades sempre existiram. Somos nós que lentamente através de algum esforço pessoal e muita dedicação de nossos orientadores espirituais conseguimos evoluir ao ponto de podermos compreender estas verdades. E através desse conhecimento sabemos hoje os nossos destinos como espíritos imortais que somos. E as nossas responsabilidades, perante o nosso Pai, em nos tornar cada vez melhores. E, com as bênçãos de Deus, merecedores quando no mundo dos espíritos lá voltarmos. Podermos estar em regiões aprazíveis, onde o bem domina a todos e todos trabalham pelo bem. Tudo depende, exclusivamente do esforço de cada um procurar seguir os mandamentos de nosso Divino Mestre, Jesus!
Além de sua mensagem magnífica e que deve ser analisada e sentida por todos nós, deparamo-nos também com a confirmação de que o propósito da primeira parte desse humilde trabalho está certo e validado pelos nossos orientadores espirituais.


“Seus emissários, de Krishna a Bahá’u’lláh, de Moisés a Allan Kardec, de Buda aos peregrinos da não violência, de Maomé aos pacificadores muçulmanos, todos esses, ministros de Jesus, preparam-lhe, através dos milênios, o caminho para que através do Consolador – mesmo sem mudanças de diretrizes filosóficas ou religiosas – predomine o amor. Sejam celebradas e vividas a crença em Deus, na imortalidade, nas vidas ou existências sucessivas, fazendo que as criaturas deem-se as mãos construindo o mundo de regeneração e de paz pelo qual todos anelamos...”

Comentários de Bezerra de Menezes, através do médium, Divaldo Pereira Franco.
NOVAS RESPONSABILIDADES
Filhos da alma: que Jesus nos abençoe.
O século XXI continua guindado à mais alta tecnologia desbravando os infindáveis horizontes da ciência.  Antigos mistérios do conhecimento são desvelados. Enigmas, que permaneciam incompreensíveis, são decifrados e o materialismo sorri zombeteiro das mensagens sublimes do amor.
Paradoxalmente, os avanços respeitáveis dessas áreas do intelecto não lograram modificar as ocorrências traumáticas que têm lugar no orbe, na atualidade. No auge das conquistas das inteligências, permanecem as convulsões sociais unidas às convulsões planetárias no momento da grande transição que passa a Terra amada por todos nós.
De um momento para outro, uma erupção vulcânica arrebenta as camadas que ocultam o magma, e as cinzas – atiradas acima de 10 mil metros da superfície terrestre – modificam toda a paisagem europeia ameaçando as comunicações, a movimentação, enquanto se pensa em outras e contínuas erupções que podem vir assinaladas por gases venenosos ou por lava incandescente... Fenômenos de tal monta podem ser detectados, mas não impedidos, demonstrando que a vacuidade da inteligência não pode ultrapassar a sabedoria das leis cósmicas estabelecidas por Deus.
E Gaia – a grande mãe planetária estorcia, enquanto na sua superfície a violência irrompe em catadupas, ameaçando a estabilidade da civilização: política, econômica, social e, sobretudo, moral, caracterizando estes como os dias das antigas Sodoma e Gomorra das anotações bíblicas...
Poder-se-ia acreditar que o caos seria a conclusão final inevitável, entretanto, a barca terrestre que singra os horizontes imensos do cosmo não se encontra à ........ (complete)
Jesus está no leme e os Seus arquitetos divinos comandam os movimentos que lhe produzem alteração da massa geológica, enquanto se operam as transformações morais.
Iniciada a era nova, surge, neste mesmo século XXI, o período prenunciador da paz, da fé religiosa, da arte e da beleza, do bem e do dever. Assinalando esse período de transformação estamos convidados, encarnados e desencarnados, a contribuir em favor do progresso que nos chega de forma complexa, porém bem direcionada.
Avancemos com as hostes do Consolador na direção do porto do mundo de regeneração. Sejam os nossos atos assinalados pelos prepostos de Jesus, de tal forma que se definam as diretrizes comportamentais... E que todos possam identificar-nos pela maneira como enfrentaremos dissabores e angústias, testemunhos e holocaustos, à semelhança dos cristãos primitivos que viveram, guardadas as proporções, período equivalente, instaurando na Terra o Evangelho libertador, desfigurado nos últimos dezessete séculos, enquanto, com Allan Kardec, surgiu o Consolador trazendo-nos Jesus de volta. É compreensível, portanto, que os Espíritos comprometidos com o passado delituoso tentem implantar a desordem, estabelecer o desequilíbrio das emoções para que pontifique o mal, na versão mitológica da perturbação demoníaca. Em nome da luz inapagável daqueles momentosos dias da Galileia, particularmente durante a sinfonia incomparável das bem-aventuranças, demonstremos que a nossa é a força do amor e as nossas reflexões no mundo íntimo trabalham pela nossa iluminação.
Nos dias atuais, como no passado, amar é ver Deus em nosso próximo; meditar é encontrar Deus em nosso mundo íntimo, a fim de espargir-se a caridade na direção de todas as criaturas humanas.
Trabalhar, portanto, o mundo íntimo, não temer quaisquer ameaças de natureza calamitosa através das grandes destruições que fazem parte do progresso e da renovação, ou aquelas de dimensão não menos significativa na intimidade doméstica, nos conflitos do sentimento, demonstrando que a luz do Cristo brilha em nós e conduz-nos com segurança.
A Eurásia, cansada de tantas guerras, de destruição, da cegueira materialista, dos contínuos holocaustos de raças e de etnias, de governos arbitrários e perversos, clama por Jesus, como o mundo todo necessita de Jesus. Seus emissários, de Krishna a Bahá’u’lláh, de Moisés a Allan Kardec, de Buda aos peregrinos da não violência, de Maomé aos pacificadores muçulmanos, todos esses, ministros de Jesus, preparam-lhe, através dos milênios, o caminho para que através do Consolador – mesmo sem mudanças de diretrizes filosóficas ou religiosas – predomine o amor.
Sejam celebradas e vividas a crença em Deus, na imortalidade, nas vidas ou existências sucessivas, fazendo que as criaturas deem-se as mãos construindo o mundo de regeneração e de paz pelo qual todos anelamos...
Jesus, meus filhos, ontem, hoje e amanhã, é a nossa bússola, é o nosso porto, é a nave que nos conduz com segurança à plenitude. Porfiai no bem a qualquer preço. Uma existência corporal, por mais larga, é sempre muito breve no relógio da imortalidade. Semeai, portanto, hoje o amor, redimindo-vos dos equívocos de ontem com segurança, agora, na certeza de que estes são os sublimes dias da grande mudança para melhor.
Ainda verteremos muito pranto, ouviremos muitas profecias alarmantes, mas a Terra sairá desse processo de transformação mais feliz, mais depurada, com seus filhos ditosos rumando para mundo superior na escalada evolutiva. Saudamo-vos a todos os companheiros dos diversos países aqui reunidos, e em nome dos Espíritos que fazem parte da equipe do Consolador, exoramos ao Mestre inolvidável que prossiga abençoando-nos com Sua paz, na certeza de que com Ele – o amor não amado – venceremos todos os obstáculos.
Muita paz, filhos da alma e que Jesus permaneça conosco.
São os votos do servidor paternal e humílimo de sempre, pelo Espírito Bezerra de Menezes.
Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 09 de maio de 2010, no Encontro do
Conselho Espírita Internacional, reunido em Varsóvia, Polônia.

Conclusão
Nessa parte do trabalho a que nos propomos, conseguimos efetuar uma breve análise histórica da evolução do Cristianismo, de sua formação inicial, na Igreja Católica Apostólica Romana até os dias atuais.
Nessa conclusão, há de se fazer levantar um assunto que vem ser a efemeridade, fruto de nosso grau de inferioridade e ignorância que nos encontramos, ao vermos falsos religiosos brigando com outros religiosos.
 Ou seja, pessoas que em nome de suas convicções religiosas sentem-se obrigadas a guerrearem irmãos apenas por seus princípios religiosos não serem os mesmo. E quando aqui se expõem que são falsos religiosos é pelo fato, independente a qual religião pertença uma pessoa. Essa pessoa, se seguidora fiel dos princípios que comunga, jamais, em tempo algum, levantará suas mãos contra quem quer que seja. Afinal, o Cristianismo é a síntese do amor, do bem e do belo, sejam em suas primeiras manifestações, nas mais rudimentares religiões. Seja nas mais elevadas.
Nota: Elevadas,  exclusivamente, sobre o ponto de vista das lições e informações que passa para os seus seguidores. 
Equipe da Revista Espírita Dr. Bezerra de Menezes.

Fim!