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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dádivas Espirituais–Francisco Cândido Xavier

Nota do Blog: Apesar de estar integralmente apresentado. Esse livro ainda não está totalmente formatado nesse blog, para uma leitura mais prazerosa

Caro Amigo:
Se você gostou do livro e tem condições de comprá-lo faça-o pois assim ajudaras a diversas instituições de caridade, que é para onde os direitos autorais das obras espíritas são destinadas.
Que Jesus o abençoe.

DÁDIVAS ESPIRITUAIS

ESPÍRITOS DIVERSOS

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER.

ALEXANDRE JOSÉ DE SOUZA

Querida mãezinha Vera e querido papai Jarbas, estou compartilhando

das preces com que me lembram e agradeço-lhes o carinho pedindo para que me

abençoem.

Venho até aqui com a vovó Modesta, que me incentivou à experiência

que estou empreendendo.

Ignorava que pudesse escrever-lhes assim qual faço, tomando um braço

amigo, como se fosse meu por alguns momentos.

*

Estou assombrado e feliz ao mesmo tempo, tudo que é novo em nós é

motivo para indagações e toda indagação nos impele a saber algo mais da vida.

*

Não posso divagar, recomenda-me à vovó Modesta, é preciso ganhar

tempo. Nosso objetivo é o de trazer-lhes notícias. E felizmente, queridos pais, estou

melhor.

Tenho sido tratado na condição de um doente rico, tamanha é a bondade

com que sou defrontado aqui.

*

Não posso ocultar aos dois que chorei muito em me reconhecendo

separado do meu corpo e longe dos meus. O único reconforto que pude descobrir em

meio a tantos pesares foi a certeza de me achar livre de sondas e agulhas no corpo

sensível e dolorido.

Sei que nossos médicos amigos tudo fazem para garantir-nos o retorno à

saúde mas no íntimo, estava convencido de que não me seria possível sobreviver com

tantos tratamentos e medicações que não me supriam as dores.

*

Disso me livrei, mas da saudade, Mãezinha Vera, creio que não serei

liberado, porque a saudade é um laço forte demais para que nos sintamos a cavaleiro

da angústia.

*

Haver deixado o nosso ambiente doméstico, foi algo de muito aflitivo

para mim. Agora vou seguindo para as melhoras precisas. Enquanto que, a ambos,

peço para que não se sintam desolados. Tudo começa de novo. E os queridos irmãos

Marcelo José, Andréa e o Gilberto José, estão aguardando-nos no caminho da

esperança. Os irmãos necessitam de nós e, de minha parte farei o possível para

conservar-me no lugar próprio daqueles que devem trabalhar sem serem vistos.

*

Graças a Deus falo-lhes aqui ao modo de um mero convalescente no

parque de recuperação a que fui trazido, e rogo-lhes me lembrem tal qual eu era; sem

as deformidades da desencarnação.

Agradeço-lhes as orações que fizeram por mim e contarei com os pais

queridos de modo a fortalecer-me cada vez mais para aprender a conjugar por aqui o

verbo servir. Deus nos auxiliará, Mãezinha Vera, não se aflija.

Caminhemos para diante, qual se eu estivesse ai porque isto não é

suposição, porque estou mesmo.

*

Muito grato por tudo o que fazem e continuam fazendo por minha paz. E

porque não devo estender-me em palavras outras que apenas lhes repetiria a minha

declaração de saudade e de amor, com as flores que a vovó Modesta lhes trouxe,

deixo-lhes o meu coração em forma de saudade, mas, como sempre, continuam em

mim a tranqüilidade e alegria, já que sou o filho que não os esquece, sempre mais

afetuosamente.

Alexandre.

(mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, no dia 19/02/83, em Uberaba,

Minas).

Esclarecimentos:

Alexandre José de Souza (Alex)

Nascido em 15.08.63

Desencarnado em 17.02.82

Pais:

Vera Cecília Domingues de Souza

Jarbas José de Souza

Irmãos:

Marcelo, Andréa e Gilberto.

Vovó Modesta, sua tataravô, desencarnada em 30.06.1921.

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

-Digitado por: Lúcia Aydir

CARLOS ALBERTO DOS SANTOS DIAS

Papai Antero e Mãezinha Adade; abençoem-me. Não sou insistente, mas sim

desejo segui-los nos bons exemplos de trabalho que sempre me deram enquanto junto

ai.

*

O Maurício está comigo e estamos na campanha da Mamãe Adade pela

aquisição de odontologia em favor das crianças em Vila Formosa, no “Jesus Redivivo”.

Mãezinha, o Chá projetado será um começo substancioso e, com o amparo de Jesus,

esse gabinete odontológico para socorro aos companheiros necessitados, há de

aparecer, e os odontólogos virão também, tangidos pela inspiração dos mensageiros

do Bem.

*

Não podemos esperar pela moeda das administrações públicas, “sumamente”

ocupadas com a própria manutenção. É impossível convidar autoridades para verem

cárie desfigurando centenas de bocas pequeninas que necessitam de amparo, a fim de

serem os veículos da voz que se pronuncie a benefício geral. Esse trabalho é nosso e

não perderemos tempo com palanques.

*

O Maurício e eu estamos batendo às portas de inúmeros corações amigos e de

parcela em parcela, o Chá Beneficente se fará realidade.

*

Peço aos Pais queridos dizerem ao Dilé, ao Arná, à querida prima, ao Rená e à

Pi que as nossas saudades são também grandes, mas procuramos trabalhar quando se

nos faça possível para que as boas obras não esmoreçam.

*

Em casa dos nossos amigos Wilson e Chiquinha, ouvimos dizer que o nosso

grupo aí gostaria de saber quantos de nós estamos envolvidos no caso da assistência

dentária aos nossos colegas. Somos muitos, mas não podemos esquecer que o Dudu é

um excelente companheiro agindo conosco na campanha, e as nossas benfeitoras

Francisca Molina, Meimei, Marisa Lovena Babini, o Tio Delálio e muitos outros corações

devotados ao bem do próximo estão entrelaçados no movimento que consideramos de

mais alto alcance para aquela família tão grande e tão bonita que encontramos com a

nossa irmã Isabel Mazzucati, não por acaso, mas sim para protege-la, na medida de

nossas possibilidades.

*

Não queremos assaltar o bolso de ninguém e sim chegar até o coração de cada

pessoa capaz de colaborar sem sacrifício, a fim de encontrarmos a precisa realização.

*

Não sei onde pude colocar em mim mesmo tanta vontade de auxiliar. Pareceme

hoje, querida Mãezinha Adade, que muita gente morre para viver e deixa a Terra

comum para entender o imperativo de cooperar no auxílio aos outros.

*

Ainda sei pouco de minha nova vida, mas se a minha desencarnação foi um ato

da vida para me abrir os olhos a fim de não perder tempo com inutilidades, embora as

muitas saudades dos pais queridos e dos queridos irmãos, primos e companheiros, a

morte me beneficiou de modo substancial.

*

Sei que não posso consertar o mundo, mas reconheço que posso ser pequenina

migalha de apoio no serviço do bem. E isso muito nos reconforta, ao Maurício e a mim

mesmo. Mais tarde falaremos da sopa interrompida. Aqueles amigos nossos não

ficarão sem nossos apelos e não ficarão sentadinhos esperando as ocorrências

aparecem para ver como ficarão os nossos problemas. No entanto, preciso terminar e

reúno-me aos irmãos e aos primos queridos, reservando para os queridos pais o

abraço especial com muitos beijos do filho sempre mais agradecido.

Beto

Carlos Alberto dos Santos Dias.

(Mensagem recebida pelo médio Francisco Cândido Xavier, no Grupo Espírita da Prece,

na noite de 27/01/84, em Uberaba, Minas).

Esclarecimentos

Carlos Alberto dos Santos Dias

Nasceu: 1o de abril de 1958

Desencarnou: 19 de junho de 1981

Maurício (amigo): desencarnou no mesmo dia que Carlos Alberto.

Pais: Antero dos Santos Dias e Adelaide dos Santos Dias

Rua Marechal Barbacena, 389, Vila Regente Feijó – CEP 03333-000

São Paulo-SP.

Irmãos: Arnaldo dos Santos Dias (Arná)

Antero dos Santos Dias Júnior (Dilé)

Wilson e Chiquinha – pais do Dudu (amigo desencarnado).

Izabel Mazzucati – Presidente do Centro “Jesus Redivivo”, da Vila

Formosa.

Primos: Carlos Renato Fortunato (Rená)

Renata Rodrigues da silva (Pi)

Benfeitores no Plano Espiritual:

Francisca Molina – avó do Dudu.

Meimei – Benfeitora.

Marina Lorena Babini – amiga da família.

Delálio – tio do Dudu.

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

-Digitado por: Lúcia Aydir

CELSO MAEDA

Querida Sílvia e querida Mãezinha Delfina, o Todo Misericordioso nos abençoe.

Tivemos, enfim, a oportunidade de enviar à querida família um recado e

mensagem. No entanto, hoje consigo expressar-me com mais facilidade e amplitude.

Lamento que meu Takayuki não esteja presente, mas a querida Mãezinha dará

a ele notícias nossas.

*

Creio que nesta sala ninguém poderá compreender o que seja a longa tortura

dos navegantes do ar. O que se sofre na expectativa da queda do veículo que nos

serve à condução é indescritível.

O que será? Como será?

Ninguém sabe.

A máquina sob a orientação do piloto, baila na atmosfera agressiva, e dentro

dela somos pigmeus suplicando um socorro que sabemos não se faz possível.

*

Viajamos tranqüilos sob a perícia do nosso amigo Hélio, quando nos

aproximamos mais propriamente do Sul. Começou, porém, uma ventania fantástica

que nos movimentava no ar, qual se fôssemos crianças desajeitadas à frente de um

perigo.

Francisco, meu irmão, olhava para mim ansiosamente. Para trás haviam ficado

nossos pais, nossas esposas e nossos filhos...

Aqueles olhares de meu irmão gelavam minh´alma.

O que fazer, não sabíamos.

Telepaticamente; nos entendemos que a oração aprendida em nossa casa era o

derradeiro recurso, enquanto o avião parecia um gigante pensante a fazer reviravoltas

que nos apavoravam.

*

O Hélio nos pedia calma. Entretanto, de que modo resguardar a própria

serenidade se a saudade dos momentos queridos começou a fustigar-nos, obrigandonos

a pensar no pior que nos poderia acontecer?

*

Meu Deus, haverá suplício maior para as criaturas da Terra? Não sei.

*

Estávamos à mercê dos acontecimentos que o furacão nos impunha. O piloto e

o companheiro que o assessorava estavam pálidos, agravando-nos as dúvidas e o

desconforto de que nos sentíamos possuídos.

Debalde procurávamos alguma nesga de céu azul. Achávamo-nos como que

trancados por dentro de uma nuvem que parecia guardar o vento furioso que não

encontrava uma saída a fim de expandir-se.

*

Instantes de pavorosa angústia exerceram sobre a nossa ansiedade quando o

Hélio fez um sinal para o aeroporto mais próximo. Pedíamos pouso, no entanto,

debalde a máquina se inclinou para baixo, como se procurasse conscientemente algum

lugar para agasalhar-nos. O meu coração batia apressado.

Você, querida Sílvia, e nossas crianças, nossos queridos Milton, Marcelo e a

irmãzinha pareciam vivos dentro de mim. Eu daria tudo o que possuíamos na vida

material para que o avião pudesse encontrar o apoio desejado.

*

Nossas esperanças, porém, foram frustradas. A aterrisagem não se fazia

possível. O aeroporto em Curitiba não tinha condições para receber-nos. Devíamos

buscar algum processo de arremeter-nos de novo, para cima, o que foi feito com muita

segurança dentro de nossa própria insegurança, por nosso Hélio que tentou a manobra

ante a impossibilidade de pousar.

*

Subimos céus acima ou tentamos subir... Não era fácil raciocinar ante o perigo

que se aproximava. Tentou –se a elevação da máquina, mas o vento prosseguia

implacável qual se fosse um conjunto de forças maléficas interessadas em derrubarnos.

Meu irmão devia estar pensando no mesmo angustioso problema que

principiava a sufocar-nos. Havíamos trabalhando tanto para erguer um edifício

econômico que nos assegurasse a paz no futuro, no entanto, a ventania nos furtava

qualquer possibilidade de escape. Vendo o sofrimento no rosto de nosso Hélio que tudo

fazia para salvar-nos, confesso à Mãezinha Delfina e à querida Sílvia, que chorei

prevendo a queda próxima.

*

O ciclone prosseguia avançando sobre nós, até que depois do esforço supremo

do piloto e do companheiro, tendo conseguido voar até pequena distância, vimos o

mar que se afigurava um outro inimigo a vigiar-nos.

Um sopro de esperança nos aqueceu por dentro, durante alguns instantes e o

piloto julgou que a praia nos oferecia refúgio, mas ao invés de descer, caímos sobre as

águas...

*

Por dentro éramos a aflição de quem não se eximiu da morte compulsória e por

fora de nós vimos claramente que um enorme banco de areia nos aguardava,

asfixiando-nos a todos.

Sei que apenas pude endereçar uma prece ansiosa, implorando a proteção de

Deus e de nossos Maiores e mais nada.

*

A água marinha encharcada de areia nos penetrava os pulmões e quando me vi

totalmente esmagado nada sabendo de meu irmão e dos companheiros que nos

guardavam a viagem, quando no auge do meu desespero íntimo, vi que uma senhora

caminhava naturalmente sobre as águas e, ao abraçar-me, solicitou-me concentrar na

fé em Deus e me disse.

“Meu filho, você está conosco. Sou a sua avó Ai, que venho retira-lo da areia.

Seu avô Tsunezaemon retirará seu irmão. Haverá socorro para vocês todos. O pilo e o

co-piloto serão resguardados”.

*

Depois de pronunciar estas palavras, aquela mulher que me parecia tão frágil

me carregou nos braços, colocando-me em terra firme. Francisco chegou depois ao

mesmo local em companhia do avô. Os dois companheiros da orientação estavam

amparados por parentes que não cheguei a conhecer.

Em seguida, conduzidos nos braços dos queridos avós, não sei ainda por quais

processos, fomos transportados por outro avião mais complexo até um abrigo

hospitalar que nos recebeu com espírito de inesperada beneficência, onde estamos até

hoje em reajustamento, mas com a possibilidade de visitar as nossas famílias e

confortar os nossos entes amados.

*

Esperamos para bom tempo a matrícula em uma legião de trabalhadores na

Seara do Bem.

Querida Mãezinha Delfina e querida Sílvia, vocês queriam notícias nossas,

notícias que fossem tão claras, quanto possível.

Aí estão as nossas informações relativamente a mim e ao Francisco e

esperamos que as nossas famílias nos auxiliem com a paz e com a paciência perante

os Desígnios de Deus.

*

Agradecemos aos nossos amados pais o que fazem por nós, amparando-nos os

entes queridos que ficaram.

E peço a todos nos recebam o carinho e a saudade. Carinhos de muito amor e

paciência de forma a compreendermos que a Misericórdia Divina está junto de nós e

sobre nós, na Terra e nos Céus.

Com muita confiança e ternura pela querida Mãezinha e pela querida Esposa, e

por todos os nossos, sou como sempre o filho, o esposo e o companheiro de todos os

dias.

Celso Maeda

(página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião da noite de 26 de

fevereiro de 1993, em Uberaba, Minas).

Esclarecimentos

Celso Maeda

Nascido em 23 de janeiro de 1953 (Ituverava-SP).

Desencarnado em 18 de agosto de 1992 (Navegantes-SC)

devido a acidente aéreo.

Pais:

Takayuki Maeda e Delfina Tornie M. Maeda

Rua José Moreira Coimbra no. 1162 (ou 4462) – CEP 14500-000

Ituverava-SP.

Esposa: Sílvia Manjiro Maeda

Rua Sebastião Cursino no. 88 – CEP. 75503-360

Itumbiara-Go.

Filhos: Marcelo, Flávia e Milton.

Irmãos: Francisco Maeda, Deixou esposa, Hilda e quatro filhos:

Lígia, Angélica, Júlia e Fernando.

Avó paterna: Ai Maeda, desencarnada em 06 de maio de 1968.

Avô paterno: Tsunezaemon Maeda, desencarnado em 27 de junho

de 1982.

Piloto e co-piloto: Hélio Lourenço Almenara e Wilson José da

Silva. Ambos desencarnados no acidente.

*

“A partida inesperada dos irmãos deixou um enorme vazio e profunda tristeza

no seio familiar, social e profissional”.

“Aproveitamos a oportunidade para agradecer o júbilo que o nosso querido

Chico Xavier nos proporcionou, rogando a Jesus que o fortaleça, a fim de que possa

continuar sua vida de dedicação e amor ao próximo”.

“Família Maeda”.

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

-Digitado por: Lúcia Aydir

DÁDIVAS ESPIRITUAIS

Emmanuel

Recomendou-nos Jesus:

- “Quando fizerdes um festim, convidai para ele os pobres, os estropiados, os

coxos e os cegos, e estareis felizes, porque não terão meios para vô-lo retribuir;

porque isso vos será retribuído na ressurreição dos justos”. – (São Lucas, Cap. XV, v.

de 12 a 15).

*

E em verdade, a beneficência hoje é uma iniciativa mundial de socorro aos que

trazem os estigmas da fome e do sofrimento físico.

Jesus, porém, não se esqueceu dos que choram espoliados e infelizes.

Foi Ele mesmo que incluiu no Sermão da Montanha a promessa aos

desventurados:

- “Bem –aventurados os que choram porque serão consolados”. –(São Mateus,

Cap. V, v.4).

*

Entre os aflitos, no entanto, registramos sobretudo, os corações sensíveis que

perderam entres queridos, que lhes deixaram o convívio pelos impositivos da

transferência desses mesmos entes queridos, para a Vida Espiritual.

Cada Mensagem dos comunicantes, assinalada neste volume, reconfortando os

familiares que ficaram no mundo físico, equivale a valioso conjunto de refeições aos

companheiros em penúria, que tantas vezes, contemplam inutilmente as vitrines de

uma panificadora comum.

*

Este volume é especialmente dedicado aos irmãos que choram a ausência de

seres amados que os precederam na Grande Mudança.

Pais desalentados; mães agoniadas pela saudade e pela dor; filhos

desajustados pela falta dos genitores que os amavam e defendiam; jovens golpeados

pela angústia perante a ausência de criaturas queridas que os orientavam nos

tumultos da existência; viúvas que sofrem a separação dos companheiros dignos que

lhes tutelavam a vida e viúvos que se sentem lesados nos mais íntimos sentimentos

com a saudade das companheiras que os deixaram a sós nas dificuldades e

vicissitudes, do estágio terrestre, encontrarão nestas páginas a consolação e a fé na

Imortalidade, capazes de lhes reconstruir a esperança e refazer as energias.

Agradecemos a Jesus, nosso Divino Mestre e Senhor, as dádivas espirituais

deste livro, e que Ele, Nosso Amado Companheiro, nos inspire e abençoe.

EMMANUEL

Uberaba, 12 de setembro de 1993.

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

-Digitado por: Lúcia Aydir

DENIZE FREIRE VALENÇA

MENSAGENS: I – II e III

MENSAGEM I

Querido Papai Djayr e querida Mãezinha, Deus nos abençoe e nos fortaleça.

Estou muito sensibilizada com as nossas saudades mútuas e compreendo a

razão pela qual me esperam as notícias.

Com a vovó Emilia, venho até aqui abraça-los e pedir-lhes para que não

venham a esmorecer. Queridos pais, tenho procurado esquecer a mim própria no

serviço a que me empenhei, pensando nos exemplos de amor ao próximo que sempre

me proporcionaram.

*

A visão quase permanente dos enfermos não me permite sonhar, à margem do

caminho. Sei que os nossos amigos, Graças a Deus, são muitos e alguns indagam

sobre as minhas atividades atuais.

Digam que, felizmente, reconheci a minha desvalia e que a desencarnação me

abriu o peito novas fontes de serviço e de esperança. Se houvesse permanecido na

vida física e, sou grata aos pais queridos pelo bem que me desejaram, mas se

houvesse ficado, repito, estaria talvez segregada num certificado de competência,

presa em atividades unilaterais que talvez me induzissem ao orgulho de ser essa ou

aquela autoridade em determinado assunto; mas, sem a libertação dos laços físicos

que me prendiam aos conceitos e convenções do mundo, embora respeitáveis, eu não

entraria nas áreas dos doentes menos felizes, aonde venho obtendo a minha mudança

para melhor.

*

Precisei despersonalizar-me para adquirir a personalidade que hoje me

caracteriza.

E falem aos nossos amigos da nossa sociedade de doar atenção, ou mais

atenção, aos desvalidos. Um prato de refeição, uma fatia de bolo, uma xícara de leite

ou uma pela agasalhante, mesmo usada, criam benefícios para nós mesmos, cuja

extensão não podemos entender por agora.

*

Aproveite nossos companheiros o tesouro de saúde e dividam o coração, quanto

possível, com esses nossos irmãos na experiência e na dor.

Não estou fazendo o papel de camelô da beneficência. A caridade não precisaria

de mim. Ela vale por si mesma. Eu é que preciso pedir-lhe permissão para colaborar

em suas atividades.

Muitos esperam grandes somas ou a chamada “sorte grande” para se

entregarem ao início desse apostolado, mas sou eu que, atualmente deste outro lado

da vida, peço a eles, os nossos companheiros que me buscam a palavra, para que se

valham da riqueza da saúde para algo realizarem de bom, antes do tempo em que o

corpo, abatido ou doente, não mais lhes permita semelhante possibilidade à procura do

amor de Deus naqueles que se desiludiram dos interesses afetivos do mundo.

*

Não ignoro que os pais queridos estão trabalhando na sementeira do amor ao

próximo, fazendo pelos outros quanto se lhes faz possível, e espero que continuem

nessa abençoada construção de valores para a vida de Cá.

*

Pais queridos, teremos sempre aquilo que damos e, por isso, lhe desejo muita

felicidade e êxito nas tarefas que empreendem.

Quando puderem, organizem um grupo de socorro fraternal em auxílio aos que

sofrem e observarão que o nosso investimento neste mundo será o melhor que

possam efetuar.

Temos muita gente boa no caminho. Reúnam-se-os amigos e, pelo menos uma

vez por semana, visitemos essa ou aquela organização hospitalar, no sentido de

procurar os indigentes que carregam, muitas vezes, a aflição sem esperança.

E estejamos certos de que o amparo de Jesus não nos faltará.

*

Creiam-se sempre ao lado de todos os nossos, insuflando-lhes o trabalho sem

que atualmente me encontram. Que as nossas saudades se transfigurem no serviço

aos semelhantes. Isso é tudo o que eu queria dizer.

*

Trabalhemos no bem, queridos pais, e o Todo-Misericordioso nos abençoará,

hoje e sempre. Muitas saudades, com muitos beijos da filha reconhecida de sempre.

Denize.

Denise Freire Valença.

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do

Grupo Espírita da Prece, na noite de 27.09.86, em Uberaba. Minas).

MENSAGEM (II)

Querida Mãezinha Doralice, desejo felicita-la por seu natalício, mas escrever

refletindo em seu sacrifício seria impossível para mim que lhe devo tanto... Queria

trazer-lhe as flores mais lindas e chamá-la por “minha primavera”, entretanto, tento

arrancar as palavras exatas para isso e não consigo desloca-las da fonte de meu

pranto, de meu pranto de alegria por vê-la com meu pai, sempre mais afável e mais

generosa a cada dia.

*

Mãezinha, muito obrigada pela vida que me deu. Seu exemplo cresceu, dentro

de mim, e já não encontro tempo para permanecer por fora do trabalho do bem puro e

sem fim.

Partilhando as alegrias do papai Djayr, ao vê-lo aniversariando, à feição de uma

estrela brilhando sempre mais, com muitos beijos em sua face querida, sou e serei

sempre a sua filha reconhecida, sempre marcada pela saudade imensa, sempre sua.

Denize Freire Valença.

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, no Grupo Espírita da

Prece, na noite de 18/10/86, em Uberaba, Minas).

MENSAGEM (III)

Querido papai Djayr e querida Mãezinha Doralice, estamos juntos no mesmo

pedido de bênçãos a Jesus, a fim de que possamos caminhar com tranqüilidade.

Pais queridos, venho até aqui especialmente com o objetivo de agradecer-lhes a

festa que fizeram com base em nosso bolo de aniversário.

O nosso regozijo veio por antecipação, no entanto estou feliz por haverem

transferido o 19 para 17. Foi justa e proveitosa a mudança, porque os nossos

convidados, as crianças em dificuldades, se reuniram conosco aceitando um pequeno

pedaço de nossa alegria.

*

Muito obrigada por essa reunião que improvisaram na tarde de hoje, no tapete

de esperança da grama verde sob o azul do Céu.

A quantos amigos isso parece pouco, entretanto, se todos transferíssemos as

nossas festividades domésticas para os lares menos favorecidos, ninguém pode avaliar

o montante de alegria que se ergueria junto de nós, trazendo-nos de volta a felicidade

que pudéssemos distribuir com os nossos pequenos irmãos desajustados.

*

Digo pequenos, sem relacionar o conteúdo espiritual das tendências superiores

de cada criança, ms sim congregando aquelas aves humana no colo de nossas

aspirações voltadas para a construção do Mundo Melhor.

Quero acreditar que começamos em nossas comemorações as comemorações

que nada fiz por merecer, porque em companhia da Vovó Emília, dedicaremos os

próximos dias 18 e 19 aos doentes hospitalizados para tratamento do câncer.

Rogamos por inspiração a algumas senhoras do Rio nos auxiliem na criação de

novo tipo de assistência – a doação de sucos leves e substanciosos aos portadores de

moléstias na garganta, nas enfermarias da indigência, porquanto já sondamos muitos

deles com o desejo de receber algo líquido, não só para se exonerarem dos efeitos do

calor intenso destes dias, mas também para encontrarem um novo agente de

alimentação. Evidentemente, ignoram as nossas benfeitoras que pessoalmente estou

envolvida no assunto, com o natalício desvalioso, mas sinto-me feliz porque as amigas

aceitaram, em pensamento, o nosso pedido e se dispõem a conduzir até os nossos

doentes as doses desse recurso refrigerante e nutriente, compatíveis com as

instruções médicas no tocante ao que possam receber.

*

Mãe querida, isso não é pretensão minha. Acontece que os doentes, mormente

os enfermos esquecidos, me falam de perto ao meu coração.

Penso que os meus pais ficaram satisfeitos ao reconhecerem que a filha que os

ama com tanto carinho, encontrou nos doentes últimos das últimas filas de

tratamento, os filhos do coração que ela própria não pôde conceber, durante a curta

existência na Terra. E a querida avó Purificação será a convidada especial do dia 19,

porque vamos terminar junto dela a nossa visitação.

*

Querido papai Djayr e querida Mãezinha, desculpem as minhas confissões

infantis, confissão de quem se vinculou à enfermagem com muito amor.

Perdoem-me e receba em nosso jardim de saudades, o imenso carinho da filha

que lhes deve tanto, sempre reconhecida.

Denise Freire Valença.

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do

Grupo Espírita da Prece, na noite de 17/01/87, em Uberaba, Minas).

Esclarecimentos

Denize Freire Valença

Nascimento: 19 de janeiro de 1962.

Desencarnação: 24 de maio de 1985

Idade: 23 anos

Pais:

Djayr Gonçalves Valença e Doralice Freire Valença

Rua Nascimento Silva, 7 – apto. 704 – Ipanema – CEP. 22421-020 –

Rio de Janeiro – RJ.

Nota da Editora:

Duas mensagens anteriores de Denize, datadas de 12/7/86 e 09/8/86, integram

o livro A Volta, igualmente de Francisco Cândido Xavier e Espíritos Diversos, IDE, cap.

5 e 6.

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

Digitado por: Lúcia Aydir

ERICSON FÁBIO DINIZ DE OLIVEIRA

Querida Mãezinha Elvira e querido Papai Geraldo, este bilhete é para

tranqüilizar minha avó Altamira a respeito de minha situação.

Não queria contar a ela a brincadeira que me custou tão caro.

*

Ouvindo falar que quando alguém joga o thinner no fogo surge uma grande

explosão, esperei que a casa ficasse em silêncio e fiz a experiência.

Tomei a lata de thinner e coloquei fogo vivo dentro dela.

A explosão de imediato me cobriu de queimaduras dolorosas.

*

Não queria falar nisso à vovó Altamira, mas preciso muda-la de idéia, porque

ela imagina que a esqueci com ingratidão.

Os queridos pais sabem o que sofri com tampões e medicamentos, até que

dormi nos braços de uma senhora que me disse ser dona Antônia, minha avó, mas eu

estava sofrendo tanto que não podia recusar o auxílio que ela me oferecia.

*

Assim fica a querida Vovó Tamira notificada que o neto dela, julgado tão

inteligente, veio a perder o corpo físico pelo excesso de curiosidade e por falta de

orientação que eu poderia ter obtido de qualquer um dos companheiros que tratavam

da limpeza em nossa casa.

*

Querida mamãe Elvira e querido papai Geraldo, a Vovó Tamira desejava minha

informação certa e aqui a tem; estou melhor e penso que terei mais juízo nesta vida

nova a que me trouxeram.

*

Pais queridos, as muitas saudades e o grande carinho do filho que os adora

cada vez mais.

Ericson Fábio Diniz de Oliveira

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, na noite de 18.10.85, no

Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas).

Esclarecimentos

Ericson Fábio Diniz de Oliveira

Nascimento: 19.07.77 em Belo Horizonte, MG.

Desencarnação: 30.07.1984 em Uberaba, MG.

Pais:

Elvira Diniz da Silva Oliveira

Rua Valter Assis Valim, 552 – Cep. 38100-250 – Uberaba-MG.

Geraldo Gomes de Oliveira

Rua Graciela Matias, 12-Br. S. Benedito

Cep. 38020-080 – Uberaba-MG.

Vovó Tamira: Altamira Diniz da Silva

Vovó Antônia: Antônia Maria de Jesus, bisavó materna, desencarnada a

27.11.1976, em Belo Horizonte, MG.

Nota da Editora: a mensagem de Ericson, datada de 26.4.85, integra o livro

Corações Renovados (F.C. Xavier, Espíritos Diversos, IDEAL, S.Paulo,SP,1a. ed. Em

1989).

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

Digitado por: Lúcia Aydir

FÁBIO FREIRE CORRÊA

Querida mãezinha Edir e querido papai Lédio, com a nossa Valéria, peço a Deus

nos abençoe e nos proteja.

Ainda estou um tanto baratinado com o acontecimento. Atacar a traseira de um

ônibus nunca foi propósito que eu alimentasse.

Naquele dia de novembro passado, se não me engano um domingo, saí de casa,

a fim de procurar por certa jovem que me convidara para uma festa de embalo e eu

aceitei.

*

Tinha a cabeça transformada num arsenal de livros, naquele fim de ano, com

muita responsabilidade nas provas a que certamente seria submetido. A estafa

reclamava descontração. Não podia dizer de meu estado ao Papai Lédio, porquanto, de

modo geral, eu já lhe exigia muito além de meu diminuto merecimento.

*

Aliás, se essa ponta de crédito me pertencia era tomada de empréstimo aos

méritos dele mesmo, meu pai, que tudo fazia para nada me faltasse naquele laborioso

quarto ano de Medicina. Cérebro estourado de cansaço, fui para o Rio, à procura do

endereço da jovem com quem tomara conhecimento, dias antes. Procurei, por várias

horas, encontrar o endereço referido, e, por fim, crendo que fora ludibriado por alguma

flor do asfalto, mais sabida do que eu mesmo, coloquei-me na direção de volta à nossa

casa.

*

Não seria lícito perder tempo. Um cinema ou qualquer outra distração, sem a

companhia que eu desejava, não me ganhava a atenção. Desapontado, corria sem

pensar em velocidade, quando esbarrei na traseira da máquina pesada que me arrasou

a pancada das engrenagens. Foi quando vi que estava entrando numa espécie de

exaustão inarredável. Da exaustão ao torpor completo, não gastei mais do que alguns

momentos, até que não mais pude movimentar um dedo sequer.

*

Pelo que já sabia, o fluxo hemorrágico no campo visceral se fazia intenso e não

tive qualquer dúvida. Não guardava pensamentos de culpa sobre ninguém, se houve

erro, esse erro era meu mesmo, nascido da fadiga mental em que me achava. Quis

fazer uma oração. Lembrando os tempos de menino nos braços da Mamãe Edir, no

entanto, não tive recursos para articular idéias nesse sentido. O que faziam de mim,

não se me fazia possível saber.

*

Não sei explicar ainda por que me sentia dois ao mesmo tempo. Eu continuava

pensando nas dificuldades mas agarrado a outro “eu” que jazia inanimado à minha

frente. Minha situação se complicava cada vez mais, quando alguém me apareceu. Era

a vovó Maria Aurélia, que me tomou nos braços, separando-me do corpo que passara à

cor de cera, tanta era a quantidade de forças que perdera. Então, recolhido no colo da

vovó Maria Aurélia, que reconheci sem dificuldade, sobretudo rememorando os nossos

retratos de família, rendi-me ao cansaço e dormi.

*

Foi um sono de pedra, tão grande foi o desligamento de tudo o que me poderia

tomar a atenção. Estive assim, por muitos dias, e despertei, estremunhado, sem

possibilidades para sustentar o mínimo diálogo. Minha avó veio comigo e leu para mim

diversos trechos de elevação espiritual, confortando-me, qual se me tratasse às feridas

interiores e, depois de alguns dias, restaurara-se-me a voz para a troca de idéias.

*

Lamentava profundamente o meu insucesso na direção, entretanto, minha avó

consolou-me dizendo que os pais queridos saberiam me desculpar. É o que estou

fazendo aqui, lastimando as somas que despendi com os estudos, todas elas

provenientes do boldo do papai, com quem contraí enorme dívida, que, um dia, Deus

me auxiliará a resgatar.

*

Peço-lhes, assim, me perdoem a leviandade e saibam o quanto os amo.

*

Soube que, por aqui, eu encontrarei meios de prosseguir em meus estudos,

mas não tenho ainda a certeza clara no assunto. Espero, porém, que essa bênção virá.

Prometo aos pais amigos e à nossa Valéria fazer o possível para melhorar-me e

recuperar o tempo que perdi, se alguém pudesse recompor o tempo que corre à nossa

frente, sem que tenhamos a oportunidade de acompanha-lo. Mesmo assim, peço-lhes

perdão a fim de que eu tenha a paz necessária.

*

Querido Papai Lédio, querida Mãezinha Edir, em outra ocasião, permitindo

Jesus, conseguiria escrever um tanto mais. Por agora, recebam muitos beijos do filho

reconhecido de sempre.

Fábio Freire Corrêa.

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do

Grupo Espírita da Prece, na noite de 16.05.86, em Uberaba, Minas).

Esclarecimentos

Fábio Freire Corrêa, estudante de Medicina, desencarnado em 17/’’/’985.

Pais:

Lédio Cruz Corrêa

Edir Corrêa

Rua Paliére, 45 – Bairro Fátima – Cep. 24070-140 – Niterói – Rj.

Fone (021) 719.0466.

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

Digitado por: Lúcia Aydir

FERNANDO QUERIN SICHETTI

Querida Mãezinha Luíza:

Associando meu pai à nossa alegria desta hora, peço a Deus nos abençoe.

Estou escrevendo este comunicado, para dizer ao seu coração querido que o

tempo não me altera os sentimentos. Sou o seu filho sempre vinculado à sua alma

querida.

A criatura pode ter muitas amizades e ligações, no entanto, Mãe é uma só. Não

julgue que a minha ausência de notícias se deva a qualquer descaso meu.

Acontece que vivemos, na Vida Espiritual, num sistema de vibrações diferentes,

e apenas sabemos que isto ocorre, através das Leis de Deus, que examinam a

existência de cada pessoa, dando-lhe uma espécie de trabalho. As surpresas são

muitas, porque cada um é compelido a receber o contrário (*) ou a continuidade da

vida que experimentou, ou a que se deu na Terra.

*

Mas não venho até aqui para isto. Estudos existem que nos defrontam, quer

queiramos ou não, no Plano Espiritual.

*

Estou aqui a fim de dizer-lhe que estamos sempre juntos pelo sem-fio do

pensamento. Continuo recebendo a assistência da vó Clotilde e do avô Antônio. Tenho

uma vida de estudos que são os meus primeiros deveres de cada dia, com vistas no

futuro, quando integrarei equipes de trabalho de maior responsabilidade.

Da existência física, ficou escasso material sem minha memória; entretanto,

posso afirmar-lhe que a sua preciosa vida e o amor de meu pai e das irmãs continuam

por dentro de mim.

*

A vida aqui é muito semelhante à nossa na Terra: os que nascem ou renascem

no mundo começam uma luta de tal modo intensa para a conservação de si mesmos,

que as recordações da Grande Espiritualidade de que procedem se esbatem e quase

desaparecem. Isso não chega ao total desinteresse, por exemplo, das minhas irmãs

Cláudia e Flávia, irmãzinhas que estão sempre comigo em pensamento, e me serão

sempre queridas.

*

Agradeço, muito contente, as suas recordações de mãe que calam no Espírito,

com a brandura de sempre. Sei que tenho um coração de mãe a velar por mim e isso é

muito importante, porque representa um grande estímulo para o trabalho que me

compete.

Digo assim, porquanto aqui o estudo é trabalho árduo que dá pra cansar.

Comparo o que vi no mundo e vejo a diferença. Aí, a pessoa que estuda observa por

demais o exterior de cada componente desse ou daquele material, mas não se

interessa pelas minudências. Aqui somos induzidos a observar os porquês disso ou

daquilo, e isso nos exige o máximo de atenção.

*

Um botânico, para ilustrar os nossos conceitos, estudará uma árvore pelas

características externas, mas, aqui ele será obrigado a ver o que há na intimidade do

tronco e a quantidade de seiva que mantém a vida de cada folha.

*

Nos domínios da psicologia, um rapaz vê certa jovem e poderão ambos trocar

idéias, mas, se quiserem sustentar uma afeição a longo prazo, são impelidos a

conhecerem o próprio íntimo, verificando se desejam as mesmas realizações, se

combinam nas irradiações que emitem, se procuram trabalhar com as mesmas

finalidades e, não se unem, se houver qualquer diversidade nos modos de pensar, ou

nos objetivos por atingir.

*

Tudo é observado porque, me parece, os Espíritos, qual me acontece, que

devem voltar a Terra, vivem mais no amanhã do que no hoje.

Explico-me, nesse ponto de minhas tarefas, porque o estudo sob a minha

responsabilidade inclui muito esforço de observação.

*

Nada, porém, me separa de seu amor e da dedicação de meu pai e de minha irmã, não

só porque o amor está entre nós, mas porque, para continuarmos uma família, já

trazíamos os fatores da afinidade e da compreensão recíproca, obtidos e cultivados

aqui, na Vida Espiritual, em que me encontro agora.

*

Das minudências do meu regresso, tudo está esquecido. Faço um esforço

enorme para repetir os nomes dos companheiros que se achavam comigo, quando fui

intimado a voltar.

Você, querida mãe, pode avaliar como são diferentes os nossos processos de

vivência. Isso reclama bastante trabalho de nossa parte e somente sucede com os

filhos da Terra que se acolhem a estas paragens, com a vontade firme de evoluir e

trabalhar.

*

Os que não querem serviço mental ficam, como aí acontece, na retaguarda,

dependentes da beneficência de mentores afeiçoados à caridade e ao amor ao

próximo. E quero acrescentar que, todas as pessoas que aí estudam e procuram

penetrar na essência da vida, já entram aqui matriculadas nas escolas de progresso

que nos aguardam.

*

É de se lamentar que tanta gente, que poderia chegar aqui em excelentes

condições de trabalho e de estudo, se deixe amolecer, esperando que os fatos

aconteçam para ver como ficam.

*

Este período em que não lhe pude dar notícias foi gasto, inteiramente , nas

tarefas a que me impus. Nada disso, porém, afeta o amor e devo esclarecer que,

quando me refiro a estudo, esse estudo inclui o serviço de quem se dedica à prática do

bem, porque, seja amparando um doente ou vestindo uma criança necessitada, a

pessoa, sem querer, embora, está observando valores culturais de alta valia, porque,

saindo de si própria a fim de auxiliar alguém, já está caminhando para frente, em

matéria de aprendizado.

*

Peço-lhe continuar entendendo o papai, que sente, ainda muita dificuldade para

aceitar o meu regresso à Vida espiritual, quando a minha nova existência estava

começando. A ele, o meu abraço, extensivo à Cláudia e Flávia, queridas irmãs, e a

todos os nossos que, de momento, eu não conseguiria lembrar.

*

Sei quanto vem lutando para equilibrar-se no setor da saudade, que não se

apaga, mas creia que estamos unidos cada vez mais. Pedindo a Deus por sua saúde e

paz, encorajamento e alegria, com o meu beijo de gratidão e carinho em seu coração,

sou o seu filho de ontem, de hoje e sempre.

Fernando Querin Sichetti.

(Mensagem recebida pelo médio Francisco Cândido Xavier, em 14/05/87, em Uberaba,

Minas).

Esclarecimentos

Fernando Querin Sichetti

Nascimento: 30.9.64

Desencarnação: 20.8.83, de acidente de carro, quando cursava o 2o. Ano

do Colégio Objetivo.

Pais:

Laurentino Roque Sichetti

Luíza Querin Sichetti

Endereço: Rua Bento Araújo, 149 – apto. 103 – Bloco A – Bairro

Tucuruvi – Fone 203.6385 – Cep. 02345-040 – São Paulo-SP.

Irmãs:

Flávia Querin Sichetti

Cláudia Querin Sichetti

Avó Clotilde – Avó materna, desencarnada em 04/05/1979.

Avô Antônio – Bisavô paterno, desencarnado em 28/8/1944.

(Outra mensagem de Fernando foi publicada no livro Lar-Oficina, Esperança e

Trabalho, Ed. IDEAL, S. Paulo,SP).

(*) - o contrário = o adversário.

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

Digitado por: Lúcia Aydir

FLÁVIA CANZI BIONDI

Querido Papai,

Peço a bênção.

Estou escrevendo com o auxílio de minha Vó Luíza.

Estou na escola aprendendo,. Isso tem um ano inteiro. Só para escrever ao

senhor e à minha mãe pedindo para ficarem tranqüilos.

*

Não sei explicar como é isto, mas cresci bastante.

Penso estar na idade de Sandrinha, porque não tenho tido muita dificuldade

para aprender aqui.

*

Papai, eu vi como choraram.

Fiquei tão assustada quando minha vó me levou em casa e ninguém me

reconhecia.

Chorei também muito, mas estou numa escola onde nos ensinam a confiar em

Deus,

*

Minha vó e as professoras diziam: “Flavinha, você não pode chorar mais”.

E explicavam que o senhor e a minha mãe, com minha avó Ana, choravam

porque me viam em lágrimas.

Custei a entender, papai, que a saudade foi nos dois lados da vida.

*

Um dia, falei com vó Luíza que o senhor e mamãe estavam separados de mim

por rio de lágrimas, porque ouvia o que falavam, me chamando, e gritava

respondendo, sem que me ouvissem.

Minha avó achou graça no que eu dizia, mas me falou que é assim mesmo.

Para não sofrer assim, só se nós não tivéssemos tanto amor.

*

Agora, papai, tudo está melhorando.

Mamãe e o senhor estão com muita fé em Deus e isso me auxilia muito.

Tenho até ficado por algumas horas em nossa casa de São Caetano, quando vó

Luíza vai trabalhar com o senhor e minha mãe no serviço de Jesus pelos outros.

*

A Sandra tem me visto algumas vezes mas faço força para que isso não

aconteça para que não se assuste,

*

Papai, peço a você e mãezinha continuarem fortes na confiança em Deus.

Não pensem que o sarampo se agravou por descuido.

Já fui esclarecida que meu tempo em casa deveria ser muito ligeiro, e por isso

não nasci com os pulmões muito resistentes.

*

Acho, papai, que estive com o senhor e com mamãe para que um canteiro de

saudades fosse cultivado entre nós.

Por essas flores, parece que ficamos mais perto da caridade e vó Luíza me diz

sempre que a caridade é presença de Jesus.

Creio que vou compreender muita coisa que sinto e não sei interpretar.

*

Peço ao senhor e mamãe continuarem fortes e felizes.

Nossa Sandrinha e nossa Ana Luíza ficaram e precisamos espalhar alegria para

que todos os nossos estejam contentes.

Peço a Deus recompense minha vó Ana e meu avô Francisco pelas preces e

pensamentos de carinho que me enviam sempre.

Vejo muitos parentes nossos, mas eles falam e não me lembro muito dos

nomes deles.

*

Mas, vó Luíza me explica as coisas.

De um deles, não posso esquecer, o que diz ser meu avó Canzi, protetor de

mamãe.

Outros me ajudam, mas não tenho facilidade para reter tudo o que vejo aqui.

Vó Luíza, eu conheci porque foi ela quem me retirou do leito.

Acordei, pensando naquilo que eu via sem saber explicar, mas minha avó me

abraçou e me disse que descansasse.

Prometeu trazer minhas bonecas e falou que eu não estou assim tão longe...

*

É tanta coisa para contar que não vejo o jeito de seguir.

Estou, como disse,numa escola, mas a casa mesmo onde estou é o lar da

minha vó Luíza que me conta o tempo em que também trazia o senhor, em pequeno,

nos braços.

*

No princípio ela contou-me muitas coisas ara me ver tranqüila e acreditei em

tudo o que ela me disse, porque minha vó tem o carinho do senhor e o carinho de

mamãe nos braços quando me guarda.

Ela está comigo e pede ao senhor lembrar dela só nas horas de alegria e de paz

em que foi mãe feliz pelos filhos queridos que Deus lhe deu.

*

Papai; agora vou parar.

Estou com o senhor e mamãe nas tarefas de caridade.

Na casa em que o Tio Tullio e tia Nice trabalham, vou sempre em sua

companhia.

Quero dizer que estou aprendendo na escola não somente ler e escrever mas

também a tratar dos pequeninos que chegam aqui assustados e doentes.

*

Temos muitos amigos e muitas distrações, muitas preces e muitos cânticos,

mas não vi pequenino algum que chegasse diferente de mim, sem sentir falta dos pais

e dos irmãos.

*

Papai, eu queria dizer tantas coisas mais e não posso.

Agradeço ao senhor e à mãezinha tudo o que fazem para me ajudar.

Papai, o senhor e mamãe auxiliem as outras crianças – as outras, quando digo,

são aquelas que andam no mundo precisando de proteção.

*

Papai; estou bem, peço não chorarem mais.

Um beijo a Sandrinha e outro em Ana Luíza.

Muitas lembranças para vó Ana e o senhor com mamãe recebam todo o amor e

todo o carinho da filhinha do coração.

Flavinha.

(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do Grupo

Espírita da Prece, na noite de 19.09.1975, em Uberaba, Minas).

Esclarecimentos

Flávia Canzi Biondi

Desencarnou no dia 6 de julho de 1972

Pais:

Pedro Biondi

Margarida Canzi Biondi

Vó Luíza: Luíza Biondi, avó paterna, desencarnada em 21/2/1950. Carta

mediúnica de sua autoria integra o livro Vivendo Sempre, de Francisco Cândido Xavier

e Espíritos Diversos. (Ed. IDEAL, S. Paulo, 1ª. Ed. 1981).

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

Digitado por: Lúcia Aydir

LINEU DE PAULA LEÃO JÚNIOR

Querido pai Lineu e querida mãezinha Elza.

Aqui é só um bilhete, pedindo-lhes me perdoem se não posso escrever-lhes em

maiores dimensões.

Papai Lineu, o seu raciocínio está claro. A época que se vive hoje na Terra

reclama bastante prudência e paz de Espírito.

*

O querido vovô Augusto Barbosa, como me habituei a chamá-lo, agradece

muito suas lembranças.

É quem envia por meu intermédio muito carinho à querida vovó Joana.

Escreverei mais, muito breve.

Meus agradecimentos e lembranças ao Saturnino e a todos os corações

queridos da família.

*

Mãezinha Elza está muito melhor mas sei que o Papai Lineu, embora não fale

nisso, sente muitas saudades de sua presença na fazenda ou na cidade. Tudo, porém,

deve ser traçado pela Divina Providência.

*

Querido pai Lineu e querida mãezinha Elza, meu avó envia-lhe muito amor e eu

peço receberem, os dois, o imenso amor e a saudade constante do filho reconhecido.

Lineu de Paula Leão Júnior

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, no Grupo Espírita da

Prece, na noite de 4/4/92, em Uberaba, Minas).

Esclarecimentos

Lineu de Paula Leão Junior

Nasceu em Ituverava, SP, a 12/7/1958. Formou-se engenheiro civil em

Belo Horizonte, MG. Desencarnado em acidente de trânsito na cidade de Campo

Grande, MS, na manhã de 12/7/85, quando completava 27 anos de idade.

Pais:

Lineu de Paula Leão

Elza Telles Faleiros Leão

Rua Eduardo Santos Pereira, 934 – apto. 2401 – São Francisco

Cep. 79010-030 – Campo Grande – MS.

Augusto Barbosa – Coronel Augusto Sempliciano Barbosa, tataravô pela

linha materna, foi Intendente do Carmo da Franca, de 1891 a 1899.

Vovó Joana – Joana Faleiros Telles, avó materna – residente em

Ituverava,SP.

Saturnino – Dr. Saturnino Fernandes, cunhado de Júnior.

Nota da Editora:

Lineu de Paula Leão Júnior é o Autor Espiritual da obra Vida Além da Vida,

psicografado por Francisco C. Xavier. (Editora CÉU, S. Paulo, 1a. Ed. Em 1988).

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

Digitado por: Lúcia Aydir

LUIZ ORLANDO RODRIGUES CARDOSO

Meus amigos; estou com o coração extuante de alegria! A morte não existe!

Estou vivo! Digam à minha mãe e ao meu pai que estou vivo!

Como Deus é bom; que me permite, nesta hora, participar deste convívio entre

amigos que já conheço e outros, que estou conhecendo neste momento.

A todos quero dar minha palavra de amor fraterno, a todos quero deixar esta

alegria que invade minha alma, neste instante!

*

Por todos os bens materiais paga-se um bom preço, porém, comigo não foi

assim. A vida deu-me tudo – que dei em paga?

Não só por ter sido colhido de surpresa e também porque não conhecia a

amplitude do ambiente espiritual, fiquei confuso naquele momento, mas, logo a seguir,

compreendi a grandiosidade de Deus – é p que quero transmitir para estes corações

que me ouvem.

*

Como disse, a vida deu-me tudo. Reencarnei-me de uma união feliz. Duas

almas que se buscavam. Fui gerado com todo amor e carinho.

Nasci de um ninho de amor. A cada sinal de vida, quando, no ventre materno,

que podia transmitir, era recebido, pelos meus pais, com arroubos de carinho e afeto.

Assim, nasci dessa fusão, dessa troca de amor.

*

Há muitos filhos aí que são nascidos por acidente – comigo, tal não se deu.

Então, como já lhes disse, nasci dessa união onde encontrei todo desvelo e carinho de

meus pais.

Quando meu pai; com braço forte, procurava corrigir-me, ele o fazia com amor.

Muito devo a eles, por isso me considero muito feliz aqui, na Vida espiritual.

*

Não dava o devido valor, quando a vida tudo, quando a vida tudo me dava. Tive

uma cota grande de felicidade. Um lar digno e honesto. Agora, meus amigos, agora eu

lhes pergunto, qual foi o tributo que paguei, o que dei em troca de tudo isso? Por

egoísmo, talvez por não quebrar a disciplina rígida que recebi, deixei de ajudar a

muitos.

*

Hoje, de onde estou, onde meu campo visual alcança, descortino todo este

horizonte que, infelizmente, não pude alcançar, quando aí estava.

Meus amigos, não deixem que os dias passem, sem que dêem sinal de sua

presença, em relação ao próximo, até uma palavra basta para ajudar.

*

Portanto, em nome desses que me receberam como filho, permitam que eu

daqui, entre esses amigos que me cercam, possa, neste instante, busca-los, através

do pensamento, num abraço amigo e saudoso, por aquilo que em ensinaram e pela

forma como me conduziram.

A todos desejo, sinceramente, que as oportunidades que Jesus coloca ao nosso

alcance sejam para somar e não para dividir.

Aproveitem todas as oportunidades para servir e estarão plantando do lado de

cá.

*

Eu sou Luizinho, mãe querida, que te abraça neste momento de tanta

felicidade.

Meu Espírito está alegre e contente de deixar aqui o meu testemunho de viva

voz, deixar aqui para os meus velhinhos, a meu irmão também que, às vezes, é tão

impulsivo, para a minha companheira, para todos enfim.

*

A todos as minhas saudades.

A ti, Senhor, perdoe-me!

Meus queridos pais, que seus últimos anos sejam de paz, de alegria e de amor,

este amor tão difícil de se encontrar. Eu sou o fruto deste amor, nascido neste ninho

de carinho e afeto. Meus velhos queridos, estas lágrimas são lágrimas de saudade, de

seu filho querido.

Luizinho.

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião de

11/01/1973, em Uberaba, Minas).

Esclarecimentos

Dr. Luiz Orlando Rodrigues Cardoso (Luizinho)

Desencarnado em 08/06/1967, aos 39 anos de idade, no Rio de

Janeiro,RJ.

Foi advogado e Procurador do Estado.

Pais:

Orlando de Almeida Cardoso

Maria Luíza Rodrigues Cardoso

Esposa: Edna Pomar Rodrigues Cardoso

Irmão: Amaury Rodrigues Cardoso

A mensagem nos foi trazida pela bondade da irmã Neusa Timponi,

residente à Rua Raul Pompéia, 101 – apto.1001 – Copacabana – Cep. 22080-000 – Rio

de Janeiro – RJ.

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

Digitado por: Lúcia Aydir

LUIZ RICARDO MAFFEI

MENSAGENS: I – II – III – IV – V e VI

MENSAGEM I

Queridos pais, abençoem-me.

Não fazia idéia fosse tão cedo o momento que está nascendo para as nossas

alegrias do reencontro, através de notícias. Conservava a certeza de que tudo isso nos

seria possível, ante a fé que sempre nos inspirou em nossas conversações em casa, e

as nossas preces em conjunto. O reconforto de saber que a morte se reduz a uma

ilusão natural da vida!...Nossos diálogos, acerca de união e paz, com a necessidade de

trabalhar em benefício dos outros. A nossa comunhão de pensamentos no ambiente

amparado pela Irmã Francisca. Todos esses fatores determinaram aquele estado de

equilíbrio, à frente da desencarnação iminente.

Dias antes, compreendi, por intuição, que o meu tempo estava a esgotar-se.

Antes de abril, tive um sonho profético. Vi-me na despedida de casa, ausentando-me

para uma festa. A princípio tudo nebuloso, mas com clareza bastante para que eu

entendesse. Não me entristeci, mas, sentia-me instintivamente na obrigação de me

preparar como se estivesse intimado, no íntimo a fazer uma excursão com ausência de

tempo indeterminado. Amanheci com a certeza de que o assunto seria questão de

alguns dias. Pensei na querida noiva, e no Mário Sérgio, sem coragem de cientificá-los

do acontecido. Por dentro de mim, algo se desligara sem que me fosse possível

retornar à alegria de aguardar os acontecimentos futuros cuja realização acalentava...

Tive a idéia de que um decreto das Forças Divinas baixara sobre mim,

avisando-me quanto à necessidade de me voltar em prece para a Verdade que, no

mundo físico, não é tão fácil de aceitar. Recordo-me de que me entendi com o papai a

respeito. Ele me ouvia admirado, muito embora me respeitasse o modo de ser.

Estava eu, em outras ocasiões, sempre de antenas inclinadas para as paisagens

do Espírito. Atribuímos esse meu estado característico, à mediunidade por

desabrochar, no entanto, por mim próprio, conquanto amasse aos meus com extrema

devoção afetiva, trazia um selo vivo na memória, uma espécie de lembrete

permanente, obrigando-me a refletir na Vida Espiritual, acima de todos os interesses

da vida física. A noiva, namorada da alma, companheira dos sonhos falava do porvir,

em que nós ambos patrocinaríamos a formação de uma família feliz. Ouvia e

concordava, quase a me sentir na condição de um irmão que escuta a irmã nos planos

que a maioria dos jovens alimenta, quanto às relações do tempo que a gente

mentaliza como sendo a concretização de tudo o que mais se deseja.

Os dias se encarregaram de acentuar os meus vaticínios imanifestos.

Reconhecia-me forte num corpo sempre menos ágil, até que o 21 de abril, tão

marcado em nossa felicidade familiar, me desvendou com a realidade a tudo aquilo

que, em mim, não passava de impressão dominante.

Compreendi que o sono terminal era diferente dos outros. Uma espécie de

desmaio gradativo, no qual ma distanciara de tudo o que mantinha na conta de mim

mesmo. Uma estranha noção de dever cumprido, de tempo rematado, me possuía por

dentro e entregue-me àquela sensação de repouso total que me exonerava da

obrigação de continuar... Tudo isso, porém, ocorria espontaneamente, sem que a

minha vontade partilhasse dessa ou daquela decisão. Do que me sucedeu durante

aquele afastamento compulsório, nada guardei de memória; mantinha a certeza de

que seguiria para diante sem o corpo enfraquecido para não voltar, senão em Espírito,

e foi exatamente o que aconteceu.

Despertei num aposento varado de ar puro e respirei aliviado... Queria sorver

aquele oxigênio bendito, à maneira do sedento que aguardava água pura, durante

muitos dias. Estava calmo e confiante. Nossos entendimentos em torno dos

ensinamentos de Jesus me infundiam uma serenidade que eu próprio me admirava, a

convicção de que atravessara a grande barreira...

Condensei todas as minhas idéias na oração e pedi ao Eterno Amigo Jesus

Cristo não me permitisse qualquer perturbação em meio a paz que me rodeava.

Chorei. A saudade dos pais, da companheirinha que me esperava e do irmão amigo

que apareceu em meu coração, impelindo-me ao desejo de revê-los. Uma saudade

profunda, mas sem aflição, uma dor sem sofrimento localizável a constranger-me aos

meus dias mais íntimos, sem qualquer sombra de revolta.

Habituara-me à idéia de que regressaria mais cedo do que se supunha ao nosso

lar de origem, e, por isso, a fé me escorava as emoções. Fitava-me conversando, sem

frases articuladas. Através daquela telepatia de alma para alma, não tive qualquer

vacilação. Achava-me em casa, na outra casa que afinal acreditava sempre fosse a

nossa.

Emocionado, observei que não morrera. Estava de regresso ao Lar Verdadeiro.

Minha avó me aprovou com um gesto afirmativo e em seguida acrescentou:

-Luiz Ricardo, você tem saudade dos pais queridos, mas também nós sentimos

saudades de você. Não se entristeça por ter vindo. A sua tarefa foi executada com

amor. Seu pai e meu filho e a nossa querida Maria José ficaram reunidos num só

coração e Deus os abençoará hoje e sempre...

Aquelas expressões tão claras de minha avó como que me consolidaram as

lembranças mais vivas do pouso terrestre que havia deixado para trás...Eram aquelas

observações tão carregadas de amor que não assinalei qualquer inclinação à rebeldia

diante do inevitável. Agradeci à vovó mais com silêncio do que com palavras, porque

as lágrimas me subiam do coração para a face como que a me obstruírem a garganta.

Lágrimas benditas de alegria pela obrigação executada, de mistura com a

tristeza de me haver ausentado dos corações a que me via ligado para sempre. Desde

então, querido papai Lourival, estou mais encorajado ao vê-lo integrado com a

Mãezinha Maria José nos processos de vivência em comum e no trabalho espiritual que

lhe cabe.

Peço-lhe perdão por meus diálogos às vezes, demasiado fortes, para busca-lo

ao prosseguimento de suas tarefas. Compreendo que muitas vezes, eu lhe falava qual

se fosse o pai e não o filho que sempre lhe consagrou e consagra imenso amor; estou

ciente que a vovó Maria Maffei me empolgava os sentimentos com amplos raciocínios,

acerca do serviço espiritual em que estamos todos comprometidos. Sei, porém, que sai

sensibilidade paterna sempre me aceitou a argumentação de quase menino e sou grato

ao carinho com que sempre me recebeu as ponderações e lembranças...

Sou igualmente reconhecido à Mamãezinha que teria dado a própria vida para

que eu continuasse vivendo no Plano Físico. Agora, noto que a paz se faz para nós e

que não mais haverá motivo a qualquer desentendimento. Vinte e sete anos de amor

nos reconstruíram os alicerces da felicidade. E sem qualquer propósito de descanso

improdutivo ou desnecessário, venho recuperando as minhas próprias forças a fim de

lhes ser úteis e trabalhar de algum modo, no campo do bem, onde há serviço para

todos os corações de boa vontade que se vinculem à fé em Deus Nosso Senhor.

Espero que estejamos todos libertos da discórdia aparente que parecia separarnos

quando pelos laços dos corações estávamos sempre juntos e prometo-lhes a

minha própria melhora a fim de retornar às tarefas especialmente com vocês dois na

vanguarda de meus ideais.

Envio ao Mário Sérgio, e à companheira de minhas esperanças as minhas

vibrações mais puras de carinho fraternal, e terminando este relatório familiar, sem

esquecer-me da vovó Áurea que me oferta todo um jardim de bondade e ternura, peço

ao Papai e Mãezinha receba o carinho imenso emoldurado de saudades e preces pela

felicidade dos pais queridos e meus melhores amigos, do filho e companheiro de ideal

e serviço que insiste em continuar a pertencer-lhes com a bênção de Deus, com todo o

coração sempre mais agradecido.

Luiz Ricardo

Luiz Ricardo Maffei.

(Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, a 07.07.83, em Uberaba,

Minas).

Esclarecimentos

Luiz Ricardo Maffei, engenheiro eletrotécnico

Nascimento: 24/02/1957 – Sorocaba – SP.

Desencarnação: 21;4;1983, de lupus agudo.

Sua mensagem de 26/9/85 foi publicada no livro Esperança e Alegria, de

F.C. Xavier e Espíritos Diversos. (Ed. CÉU, S. Paulo, SP).

Pais:

Maria José Neves Maffei e Lourival Maffei

Rua Francisco Ferreira Leão, 268 – Fone 222497

Cep. 18040-330 – Sorocaba – SP.

Irmão: Mário Sérgio Maffei

Irmã Francisca – mentora do Centro Espírita do mesmo nome.

Vovó Áurea – Avó materna de Maria José.

21 de abril – data do desencarne de Luiz Ricardo., coincidindo com os

27 anos da união matrimonial de seus pais, 10 anos que ambos havia

se tornado espíritas...

MENSAGEM II

Querido Papai Lourival e querida Mãezinha Maria José, recebam os meus

melhores pensamentos de carinho e gratidão.

Continuo melhorando e renda graças a Jesus pelas tarefas espirituais que venho

abraçando sob a direção de nossa querida Mentora Irmã Francisca. Deste lado da vida,

noto que é mais fácil lidar com a mediunidade, muito embora o trabalho espiritual não

seja menor.

Agradeço-lhes quantos fazem a meu favor dedicando-me tantas vibrações de

paz e compreensão, com as quais vou entretecendo o agasalho de paz e esperança

que atualmente envergo por sinal de renovação.

Tenho todos em minha lembrança. O irmão querido e a nobre menina com

quem sonhei a construção de um lar estão em minha memória e peço aos

Mensageiros do Senhor os abençoem e façam com que sejam sempre mais felizes.

As preces da Vovó Áurea muito me auxiliam.

Queridos pais, guardem, como sempre o coração do filho de todos os dias.

Grato,

Luiz Ricardo Maffei

(Mensagem recebida pelo Médium Chico Xavier no Centro Espírita Eurípides

Barsanulfo, Petrópolis, Município de Uberaba, Minas Gerais, no dia 26.07.84).

MENSAGEM III

Querido Papai Lourival e querida Mãezinha Maria José. Aqui é a confirmação de

minha presença constante, tanto quanto possível, junto de minhas tarefas.

Comunico ao papai que a sua mediunidade está OK. Tudo certo! Estou mesmo

compartilhando das atividades culturais de meu grupo de estudiosos de grego e

aramaico, a fim de descobrirmos o sentido de muitas das palavras pronunciadas por

Jesus e que constam dos Evangelhos. – Convidando-nos à análise mais profunda dos

Textos para o proveito de nossos raciocínios, com vistas a estudiosos que se preparam

ante o regresso à Vida Física, na execução de trabalho esquematizado para o milênio

vindouro. Tenho encontrado um lenitivo ideal para o coração ainda saudoso do lar, do

mano Mário Sérgio, dos pais queridos e dos amigos fiéis que ficaram. Creiam os pais e

amigos que não estou num serviço árido porque a nossa abnegada Irmã Francisca nos

traça abençoado roteiro de ação nas obras de assistência, e desse modo, instruímonos

e trabalhamos.

Por aqui, as disciplinas são mais suaves porque não há constrangimento

externo para nos. As obediências às agendas de realização seguem de acordo com a

nossa própria vontade de conhecer e isso, numa equipe em que todos pensam na

mesma faixa de vibrações se constitui num encargo agradável e produtivo.

Agradeço a compreensão e a paciência com que os pais queridos me aceitaram

a mudança compulsória. A verdade é que ninguém morre, quanto a desaparecer.

Somos simplesmente remanejados, conforme as nossas tendências, para as obras que

sintonizam com a nossa vocação.

(...) Com as minhas maiores reservas de carinho aos meus que deixei no Plano

Físico, peço-lhes receber o abraço de muito amor e de muita gratidão do filho

reconhecido.

Luiz Ricardo

Luiz Ricardo Maffei

(Uberaba, 13 de dezembro de 1984).

MENSAGEM IV

Querido papai Lourival e querida mãezinha Maria José; peço-lhes, como

sempre, me abençoarem.

Estou presente, seguindo-lhes a emoção, com que se lembram o primeiro

aniversário do Lar Oficina que recorda um trabalho pouco registrado pelos cristãos de

hoje.

Através de perquirições que venho efetuando em companhia de amigos, fiquei

conhecendo a organização dos primeiros lares do Cristianismo Primitivo, que se

transformaram em celeiros de recursos para os remanescentes das últimas das

grandes perseguições. Durante quase trezentos anos os seguidores de Jesus

complementavam os seus cultos do Evangelho, com o trabalho manual na confecção

de agasalhos para as viúvas e para as crianças que ficavam, após o sacrifício em

massa dos companheiros do ensinamento do Cristo, sentenciados sem culpa por

haverem abraçado a nova fé.

Em verdade, hoje não temos feras nem espetáculos de arena, em que o sangue

dos mártires jorrava em profusão, mas temos as feras da necessidade e do

desequilíbrio gerando a violência e recordando os tempos de barbarismo em que os

perseguidores do Cristo incentivavam a separação e o sofrimento para quantos não

estivessem unidos ao poder.

Tenho visto quadros magníficos do passado, nos quais moradias pobres se

transfiguraram em refúgios para os familiares desvalidos de quantos tombavam nas

grandes exibições, pela força de éditos desumanos que decretavam a morte para

milhares de homens de bem. Essas demonstrações me enternecem e por isso creio

que todas as casas ligadas ao nome de Jesus deveriam possuir o seu próprio recanto

de trabalho para vestir os nus e alimentar os infelizes.

Nunca me detive com tanto amor e veneração sobre o trabalho dos primeiros

cristãos abandonados à própria sorte, e fitando o progresso de agora, medito no preço

de sangue e lágrimas que todos os serviços de beneficência devem ao heroísmo dos

pioneiros da prática do bem.

Mãezinha Maria José e papai Lourival, perdoem-me a digressão, mas na Vida

Espiritual faço as minhas confrontações e considero por bênção de Deus toda a tarefa

que procure socorrer os desajustados. Aliás, não se pode esquecer a palavra do Cristo

de Deus “a todo bem que fizerdes a algum desses pequeninos do mundo, é a mim que

fizestes”.

O estudo não me faz esquecido de meus deveres familiares e envio o meu

abraço ao mano Mário Sérgio, com lembranças à menina de coração iluminado de

quem estive tão próximo e que passou a viver em minhas melhores recordações.

Papai Lourival e mãezinha Maria José, recebam os melhores pensamentos,

marcados de muita saudade e muito amor do filho reconhecido de sempre.

Luiz Ricardo Maffei.

(Uberaba, 6 de junho de 1985).

Esclarecimentos

Lar Oficina Augusto Cèzar – Instituição espírita na cidade de São Paulo,

de caráter beneficente. Fundada em 05 de junho de 1984, por Dona Yolanda Cezar,

mãe de Augusto Cèzar, jovem desencarnado com 25 anos, em 27/02/1968, em São

Paulo.

MENSAGEM V

Querido Papai Lourival e querida Mãezinha Maria José, em pensamento coloco o

nosso Mário Sérgio na roda de nossas lembranças. Estou presente, agradecendo as

lembranças do aniversário.

Recebi todas as vibrações de amor que me foram endereçadas. Felicito a

Mãezinha Maria José e ao irmão Mário Sérgio pelas datas inesquecíveis (aniversários).

*

Correntemente, o coração daqueles que vivem no Plano Espiritual pode ir até

muito longe, mas não tanto que a saudade desapareça.

A saudade é uma fome da alma, buscando a companhia daqueles de cujos

fluídos vitais se nutre, a fim de seguir adiante com ao segurança possível.

*

Trago as minhas saudações à mãezinha e ao irmão e desejo para ambos o clima

da felicidade e da paz, que ambiciono para mim mesmo.

Dizendo isso, quererei esclarecer, talvez, que não tenho paz? Não é bem isso.

Tenho a tranqüilidade da consciência limpa, o que, por si, já representa um tesouro,

mas anseio a plenitude da comunhão com as forças da vida, comunhão da qual ainda

me sinto distante.

*

É por isso, meu pai, que a minha procura de conhecimento das estâncias

passadas é a procura de mim mesmo.

Sinto no cérebro aquela febre de saber que a Terra não tem notícias.

Um homem, por exemplo, se diploma em determinado setor da vida, e se acha,

ou está, pronto para o exercício da profissão que lhe diga respeito. Entretanto, para

muitos de nós aqui, na Vida Maior, a ansiedade de penetração no passado é um

trabalho árduo, a fim de conhecer-nos melhor, para o nosso próprio proveito.

*

Creio que devassar o pretérito será reencontrar-nos, tais quais éramos para

saber tais quais somos.

Muitos aqui estão satisfeitos naquilo que alcançaram e não almejam senão a

continuidade ou, mais propriamente, a estagnação nos marcos evolutivos que lhes

assinalam a parada.

Alguns porém, e entre esses alguns me incluo, em não se contentarem com o

que atingiram, querem saber por onde passaram, de modo a se complementarem com

o que atingiram, querem saber por onde passaram, de modo a se complementarem

como desejam.

*

Meu pai possui anseios iguais aos meus e é por isso que insisto em recordar,

para reaver a que seja possível de nós próprios que ficou na retaguarda, esperando a

nossa capacidade de consertar o errado e abastecemos do que é certo.

*

Meu pai Lourival, a estrada é esta mesma que nos foi concedida percorrer. A

maneira do viajante no automóvel que, procura as imagens que ficaram no retrovisor

da vida, por certo, também nós buscaremos quanto ao que nos bate em mudanças.

Em suma, temos sede aprimoramento e isso nos obriga a buscar-nos, onde estivermos

para situar-nos no lugar em que seremos, ou que desejamos ser.

Ainda agora, nos tempos que sentimos, fiz algumas incursões na Ilhas

Britânicas para observar o que teriam elas para nos doarem, no entanto, num sono

hipnótico provocado por mim mesmo, caí na corte de Henrique VIII.

Fui como que “atraído” por sua perversidade singular. Foram dias que me vi

com todas as características de todos os que nascem nas margens do Avon.

*

Conheci de perto o monarca. Não foi pouco tudo aquilo que presenciei.

Rememorar, sinto até medo em exprimir-me com referência a esses dias.

Acrescento até que desejaria não ter visto coisa alguma.

*

Porém necessário se fez e se faz, conforme já disse antes.

Com temor assisti a decapitação de Ana Bolena.

Fala-se hoje em violência, na defesa das esposas mortas. Porém tudo é muito

pouco em relação à realidade vivida no clima de intenso terror dessa época, e da qual

somos frutos.

E lá estando, senti-me possuído de um misto de sentimentos que não sei

definir. Só esmoreci, restituindo-me a tranqüilidade quando vi o exemplo da rainha

Maria Stuart.

*

Sim, vi o exemplo de Maria Stuart em sua moradia da Escócia, quando, a

soberana católica, por amor à união de seu povo que não devia se desagregar,

entregou a cabeça ao machado do carrasco que lhe arrasou o corpo e a vida.

*

Porque tudo isto aconteceu, ainda não sei. Penso que estaremos, alguns

membros de nossa família, e eu mesmo, ligados à existência da rainha sacrificada.

Desde essa hora terrível que a vi doando o próprio sangue sem reação, por

dedicação aos outros, o choque me fez acordar da hipnose a que confiara.

*

O que sei, meu pai, é que prosseguirei nas minhas investigações, mas sabendo

que os grandes vultos da história; com exceções, é claro, não escaparam à

criminalidade, à ambição, à guerra por injustiças, ao ódio de família e de raça, e aos

piores sentimentos que infelicitam a Humanidade.

*

Hoje, paro por aqui, mas voltarei. Quero estudar, perquirir, redescobrir e

informar-me. Já que falamos em aniversários, creio que somos suficientemente antigos

no tempo, porque observo que estamos todos ligados uns aos outros, nestes tempos

de crueldade e pavor.

*

Bem, já escrevi ou tentei escrever bastante. Agora é fazer pausa para refletir.

Pai Lourival, muito grato por ter o mesmo gosto pelas pesquisas da História,

Mãezinha Maria José, abençoe-me e abrace meu irmão por mim.

Papai Lourival, receba o grande abraço de seu filho, seu amigo de sempre.

Luiz Ricardo Maffei (Lu).

(Uberaba, Minas, 26/02/1986).

Notas de Lourival Maffei:

1 – Datas de aniversário: 24/2, de Luiz Ricardo; 22/1, de Maria José; e

7/2,de Mario Sérgio.

2 – Henrique VIII (1491-1547), o “barba azul”, mandou executar

esposas sob o pretexto de não lhe darem filhos.

3 – Avo – Histórico rio Inglês. Em suas margens, na cidade de Stratford,

nasceu o célebre Shakespeare (1546-1616).

4 – Ana Bolena – Esposa de Henrique VIII.

5 – Rainha Maria Stuart – Rainha da Escócia, acusada falsamente de

traição, foi executada em 1587, a mando de sua prima Rainha Elizabeth, da Inglaterra,

descendente de Henrique VIII.

MENSAGEM VI

Meu querido papai Lourival e querida mãezinha Maria José.

Com o pensamento em Jesus a rogar-lhe conceder à mãezinha amanhã um feliz

aniversário e abençoar com muita felicidade esta data feliz.

Papai, conquanto o meu apaixonado apego de pesquisas do passado, um

fenômeno se interpôs, há semanas, entre meu hobby e a realidade, impelindo-me a

uma pausa em minhas investigações.

*

Serei tão sucinto quanto possível, na exposição do caso.

O senhor sabe que, em toda parte, é possível fazer amigos e eu encontrei um

deles na pessoa do Joaquim Pereira da Silva, um cavalheiro de alta severidade com a

família que deixou no Rio, cujas idéias abertas e francas me faziam meditar.

Joaquim se queixava de obsessores no lar, conturbando a esposa e as filhas,

chegando a estabelecer um clima de antagonismos sistemáticos entre elas.

*

A companheira viúva e três filhas viviam em querelas por pequeninas razões

claramente evitáveis. E Joaquim, desencarnado, lhes agravava as relações alegando

que ele, desencarnado, estava muito longe de ser um anjo, e discutia com as

entidades infelizes que lhe povoavam a casa.

Muitas vezes, lembrando os nossos estudos de hoje, solicitava-lhe calma,

ponderação. O companheiro não me atendia e fustigava os obsessores de sua casa,

com palavras e até pragas das mais escabrosas, e sem a mínima condição de sequer

serem, de leve, mesmo, mencionadas.

*

Contudo, há pouco tempo, um diretor de serviço; notando-lhe as boas

qualidades que se misturavam de más, aconselhou-lhe um tratamento com análise de

fotografias correspondentes ao seu passado próximo.

Joaquim aceitou e submeteu-se a tal tratamento em um determinado aparelho.

*

Tratava-se de um aparelho complexo, que ainda, em determinado tempo,

deverá chegar à Terra para o conhecimento dos homens, e à conseqüente

comprovação mecânica da reencarnação.

Alguns amigos daqui, da Vida Espiritual, designam tal aparelho com o nome de

preterografia.

Tal aparelho tem o cunho de prestar observações do pretérito das pessoas pelas

imagens correspondentemente colhidas.

*

Durante dois dias Joaquim foi ao gabinete de preterografia, e, no exame final

das chapas colhidas, ficou ciente de que fora um chefe desumano do tempo de D. João

VI, no Brasil.

Exorbitava das funções de mordomo de uma das casas imperiais e mandava

açoitar fosse quem fosse, além de privar diversos subalternos de conforto e

alimentação conveniente. Estuprava jovens servidores da casa real sem compaixão e

para com as que engravidassem, à conta dele, as atirava em lugares ocultos do Rio

Paraíba...

Quando o amigo viu a extensão de suas faltas, chorou de remorso, e

reconheceu que os obsessores que lhe fustigavam a casa eram vingadores contra ele,

Espíritos infelizes ainda fixados no mal.

*

Ele, Joaquim, vem fazendo o possível para retificar a própria situação; no

entanto, admito que ele gastará tempo para modificar o ânimo dos inimigos que ele

próprio criou.

Tenho pensado tanto no assunto que voltarei de minhas digressões na História

com muito cuidado e com muito espírito de compreensão, que ainda preciso

consolidar.

*

Do que for acontecendo lhe trarei notícias. Porém, amanhã é o aniversário da

mamãe e não quero embarafustar-me em notícias inquietantes.

*

Jesus faça a mãezinha Maria José muito feliz, como sempre, ao seu lado.

Recebam os pais queridos, com meu irmão Mário Sérgio, um abraço muito

afetuoso no qual as saudades dominam, e queiram sempre bem ao filho que lhes

dedica imenso amor.

Luiz Ricardo Maffei.

(Uberaba, Minas 21/01/1987).

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

Digitado por: Lúcia Aydir

MARIA ALVEZ DOS SANTOS

Querido Frank, Deus abençoe a você, à nossa Elisabeth e a todos os nossos.

Estou muito reconhecida porque você, sendo meu neto e meu filho do coração, veio

até aqui, no desejo de obter as minhas notícias.

Não estou escrevendo sozinha, mas com o auxílio da Vó Marcelina que me levou

para lá a fim de me encorajar a escrever para você e Elisabeth estes meus

agradecimentos.

*

Meu filho, não chore com saudades da avó que não conseguiu ficar por mais

tempo no corpo enfermo.

Eu já não tinha corpo, tinha apenas um resto do que eu fora e a própria

Elisabeth pode me lembrar no tempo em que me achava forte e bem disposta.

*

Saiba que você terá sempre uma velha avó pedindo a Deus por mais saúde e

felicidade. Você diga à Maria José que estou melhor do que mereço, embora continue

ainda fraca e numa convalescença que me parece longa.

*

Lembro-me com carinho de todos os meus filhos, da Iza e dos meninos que

hoje são homens, no entanto quero dizer à Elisabeth que não consegui localizar

notícias do nosso querido Ubaldo, que foi filho tão dedicado e um tio tão amigo. Venho

até aqui somente para dizer-lhes que não há morte e que numa outra vida, vocês

possuem a velha Mãe e Avó que os amará sempre.

*

Querido Frank, não me esqueço de sua bondade para comigo e rogo a Deus só

em pensa-lo. Elisabeth, seja feliz, é o que mais desejo. Muito carinho e gratidão a

todos os meus filhos e a você; querido Frank, que cresceu junto a mim para a minha

felicidade.

Pedindo a Deus que nos proteja a todos, sou a avó e mãe muito amiga que traz

toda a nossa família na lembrança, pedindo a Jesus a todos nos ampare e nos

abençoe.

Maria Aves dos Santos.

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública

do Grupo Espírita da Prece, na noite de 14/02/1986, em Uberaba, Minas).

Esclarecimentos

Maria Alves dos Santos

Nascimento? 03/06/1907 – em Uberaba., Minas.

Desencarnada em: 06/09/1985 – em Uberaba, Minas.

Esposa de Arlindo Gomes dos Santos

Marcelina – Avó, desencarnada

Ubaldo – Filho, desencarnado

Filhos:

Maria José

Iza

Telmutes

Gildo

Netos:

Elisabeth

Heloisa

Frank.

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

Digitado por: Lúcia Aydir

MIGUEL ELISAS BARQUETE

MENSAGENS: I – II – III e IV.

MENSAGEM I

Querida Mãezinha Irene, reunindo-a com o papai em meu carinho, sinto-me

abençoado no coração de ambos, pela ternura com que me lembram.

Vou seguindo melhor, caminhando ao encontro de um novo Miguel, porque a

liberação do corpo físico, devidamente aceita, é meio caminho andado para a nossa

renovação.

Estou em companhia da Vovó Leopoldina e do Paulo, assistidos por outros

amigos.

*

Agradeço tudo o que a sua dedicação aliada ao carinho do Papai e do Maurício,

fazem por mim.

Desejo solicita ao seu coração querido, não se preocupar se outros por agora

não me aceitam as palavras.

A incredulidade de muitos companheiros dá para rir, se o assunto não fosse tão

sério.

Impossível que me perdesse na boa terra de Brodósqui e me transformasse

num punhado de cinzas.

Estou eu mesmo muito mais do que nos dias de camaradagem e estudo em

companhia das afeições queridas, que Deus nos permitiu colecionar.

*

E farei forças para que, muito breve, a companhia de todos irmãos pelo coração

se conscientize de que deixei a roupa estragada em ferragens e peças de um carro

para envergar outra vestimenta, em novas condições.

Imagine como são ilógicos os amigos, que não puderam me aceitar; se

pensassem que a Sabedoria da Vida concedeu à lagarta o poder de improvisar um

novo corpo a fim de até mesmo voar sobre a relva que lhe servia de residência,

entenderiam decerto, que estou vivo em outra forma.

*

Por isso, ainda que a nossa Bete não queira aceitar as minhas notícias, espero

que a nossa querida baixinha, pelo menos, conserve o benefício da dúvida correta.

Muitas lembranças para aquelas amizades todas, que prezamos tanto.

*

Ani, Noêmia, Dulce, Glauce e Iara, estão sempre em minha memória e pelos

cuidados da Ana Lúcia e da Lílian Denize, enviando-lhes flores no dia das mães. Estou

muito agradecido, mãezinha Irene, muito obrigado por tudo.

*

As mães podem desapreciar a morte e guardarem da morte muitas queixas,

mas nunca acreditam que ela tenha poder sobre a vida; e digo assim, porque as mães

sabem que os filhos lhes alcançaram os corações, através de caminhos invisíveis de

Deus e por isso não se resignam com a ilusão de um adeus impossível.

*

Agradeço ao querido irmão por todas as lembranças queridas, inclusive ao meu

pai. Deus recompense a todos, pelas alegrias que me proporcionaram. Agora, é preciso

que a parte final me venha do pensamento para as mãos; entretanto, onde a coragem

de falar em “até depois”?

*

Apesar disso, é necessário que permaneça ao seu lado de outro modo e, por

isso, beijando-lhe os cabelos, quero dizer ao seu carinho que continuo sendo a sua

criança, o seu menino, sempre necessitado de suas atenções, sempre o filho cada vez

mais reconhecido.

Miguel

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em Uberaba.

Minas, no dia 14/8/1981).

Esclarecimentos

Miguel Elias Barquete

Nasceu em São Paulo, Capital, a 03/10/1962.

Desencarnado de acidente de trânsito, em São Paulo, no dia

21/06/1980, quando cursava o 3o. Colegial do “São Paulo da Cruz” e o Colégio

Objetivo. Foi sepultado em Brodósqui, SO, pelas conversas mantidas com o pai em

vida.

Sua mensagem de 30/01/1981, foi publicada no livro Intercâmbio do

Bem, de Francisco C. Xavier, Autores Diversos, Ed. GEEM, S.Bernardo do Campo, SP.

Pais:

José Barqueti

Irene Iracema Barquete

Parque Domingos Luiz, 625 – Cep. 02043-080 – São Paulo-SP.

Vovó Leopoldina – Maria Leopoldina, bisavó materna, desencarnada em

São José da Boa Vista, em 1935.

Paulo – Paulo Francisco Ambrósio, colega de Miguel, desencarnado no

mesmo acidente.

Maurício – Irmão de Miguel.

Bete – Ex-namorada e vizinha.

Ani, Glauce e Iara – colegas e vizinhas.

Dulce – Amiga da família e do Miguel desde a sua tenra idade.

Noêmia – Tia materna residente em São João da Boa Vista, SP.

Ana Lúcia e Lílian Denize – Estas irmãs, grandes amigas de Miguel,

residente em São Paulo, deram grande apoio à Da. Irene.

MENSAGEM II

Querida mamãe Irene; peço-lhe que me abençoe.

Difícil descrever as mudanças que vou experimentando.

A princípio, incompreensão e lágrimas; no entanto, agora que os vejo a todos

firmes na fé em Deus, na Vida Espiritual a minha vida como que se renova.

*

Do acidente resta apenas aquela visão, que o tempo desfará um dia.

O Paulo Francisco também pensa comigo nas mesmas bases.

As transformações são muitas e estamos vivos e cativos a novos deveres.

*

Mãezinha Irene; peço-lhe dizer tudo isso ao papai a fim de que ele se robusteça

nas próprias energias e peço a você recondicionar a própria saúde física.

Não se permita adoecer, pois isso nos assustaria, de vez que precisamos te-la

sempre forte, inspirando-nos no caminho a seguir.

*

Creio que algum reconstituinte à sua escolha lhe fará bem, porquanto entendo

que a intensidade do seu trabalho lhe exige muitas perdas de forças.

*

Hoje desejo ampliar minha lista de agradecimentos. Não posse esquecer quanto

devo à bondade e à dedicação dos nossos amigos William e dona Ruth, com a Ré

sempre amiga. Afinal mãezinha Irene, a amizade é a irmã do amor e ambos não

morrem. Muito me dói observar o nosso Chico a parlamentar com o Carlinhos e com o

Maurício como se o fato pudesse ser afastado de nós.

Diga, mamãe, para o Chico, que não existem motoristas privilegiados e

ninguém está livre da indesejada, que não é aceita, mas vem mesmo assim, para cada

pessoa.

*

Se àquela hora de estalo era encomendada pelos poderes que nos governam,

para mim e para o Paulo Francisco, não havia como retirar o decreto de nós. Agora,

felizmente, tudo vai passando e desejo ao Maurício com todos os nossos amigos muita

felicidade e progresso; Graças a Deus vejo e compreendo tudo, acalmando-me ao

acalmar os outros e fico realmente reconfortado.

*

Querida mãezinha Irene; peço-lhe dizer à nossa Bete, a minha querida

baixinha, para que nada receie de nós. Ela afirma que não crê possamos estar vivos

em alguma parte, mas isso é só na conversa. No íntimo, ela sabe que escrevo com a

realidade no alicerce das palavras; ela pode estar ciente de que desejo a ela um futuro

feliz.

A Bete tudo faz por merecer essa Bênção de Deus; menina direita e nobre,

espero que ela encontre o braço amigo e forte que a entenda e a ilumine de alegrias

perenes.

*

E agradeço também à Ana Lúcia e à Lílian Denize pelo carinho habitual para

conosco. Sei que se estivesse aí fora a mesma, isto é, não quereria fixar o pensamento

em amigos supostamente mortos e, por isso, não estranho as afeições que vão nos

esquecendo, porque a verdade é que nós, os mortos, imaginamos continuarmos

lembrando e virá o dia do reencontro do pessoal do grupo todo...

*

Por agora, é assim mesmo, os companheiros da patota vão largando daí, um a

um ou, às vezes, dois a dois, como sucedeu comigo e o nosso Paulo Francisco.

Indo a São João da Boa Vista, peço no seu caminho abraçar por mim a tia

Noêmia.

*

Querida mamãe Irene; vou terminar porque já estamos naquelas horas

prolongadas da matina. Com um abraço ao papai e ao Maurício, e lembranças a todos,

rogo ao seu carinho permanecer com a esperança e com alegria temperada com

muitas saudades do seu filho, sempre mais seus.

Miguel

(Uberaba, 13/11/1981).

Esclarecimentos

William – Seu companheiro inseparável durante quase toda a sua existência.

Dona Ruth – Mãe do William.

Ré – Irmã do William. É o apelido de Regina, como o Miguel gostava de chamála.

Chico – Amigo, foi o motorista do Fiat sinistrado.

Carlinhos – Amigo do Miguel e primo do Chico, foi uma das vítimas que se

salvou do desastre.

MENSAGEM III

(...) Ainda assim, esforço-me a relatar-lhe o que me ocorre, porque você sabe

que eu não conseguiria esquecer os meus cupinchas com facilidade.

Surgem dias em que procuro a Denize para a conjunção de recordações, no

entanto, a vejo tão longe de mim que não me atreveria na demora importuna. Busco a

Cíntia para tatear-lhe a cabeça e observar se ainda consegue me lembrar, entretanto,

se tento um contato espiritual mais profundo, ela até que se põe a correr, receosa de

minha aproximação. O nosso amigo David, há dias estava pensativo num bar e abeireime

dele, na tentativa de me fazer lembrado por ele... Sentei-me numa cadeira vazia

ao lado do amigo e quando o primo notou que estava quase a me ver, um tanto

desorientado pediu ao garçom um Bauru gigante com um guaraná que lhe esquentasse

as idéias, de modo a sonegar-me atenção.

A tia Noêmia, em São João, me apresentou um quadro um tanto chato. Ela

fazia daqueles pastéis de que só ela sabe o segredo e quando pedi me desse um,

atrapalhou-se com a gordura quente e chegou a marcar um dedo com bolhas

espetaculares.

Fiquei com vergonha de ser um fantasma incômodo e retirei-me. Fui para a

nossa casa. Achei você rezando e quando a abracei pude reconhecer que o seu carinho

era o mesmo de sempre. Agora, é uma nova experiência. Peço-lhe dizer ao Maurício

que tentarei colaborar com ele e com o Tato, com a Maria Tereza e Vânia, mas o meu

negócio, presentemente, será de leve. Não sei porque tanta gente lembra os mortos.

Imaginamos com medo, quando lá, num belo dia, todas as pessoas cairão do jirau.

Enfim é a vida e vida depois da morte, que a maioria das pessoas na Terra acredita se

constitua de ilusão e moleza. Mas não há de ser nada. Estamos aí e venceremos com o

nosso amor qualquer dificuldade que apareça.

Querida mãezinha Irene; guarde o seu bom humor e diga ao papai que não o

esquecemos. Sei que a vida por aí, segundo ouço de muita gente, está difícil, mas,

com Deus, venceremos.(...).

Miguel

(Uberaba, 16/10/1982).

Esclarecimentos

David – Primo, residente em Goiânia, GO.

Maria Tereza, Vânia e Tato – Amigos da mãe de Miguel.

MENSAGEM IV

Querida mãezinha Irene; sei que o papai José não veio ao nosso encontro por

se observar menos disposto e quero o nosso Maurício prossegue sem dificuldades para

frente. Estamos aqui, nós dois com as nossas amigas, e quero dizer ao seu carinho

para acalmar-se, porque a paz por dentro de nós é saúde correta.

*

Tantos são os casos difíceis a bloquear-lhe a alegria de trabalhar e de viver, que

a vejo doente, reclamando as atenções de um médico amigo que nos auxilie a colocala

em harmonia consigo mesma.

Trate-se mamãe Irene, e não faça bobagem da sucata dos problemas e

aborrecimentos que a existência na Terra porventura lhe impunha.

*

Não passe recibo às ninharias envenenadas que de quando a quando lhe

atirem, porque isso acontece com toda a gente.

Onde estiver a cesta de lixo repleta de material inútil para qualquer de nós,

passe de longe. Hoje venho ao seu encontro especialmente para isso: comentar a sua

necessidade de paz a fim de que a vejamos forte de novo.

*

O Tio Miled e a Vovó Maria Leopoldina vieram em minha companhia e ambos

assinam o que digo. Não desejo hoje me deter em lembranças das brincadeiras que fiz

ao primo David, dos assuntos do Maurício, porque anseio restituir-lhe a segurança

íntima.

Peço-lhe não se opor aos desejos de meu pai e do Maurício no sentido de

montarem guarda às minhas roupas e pertences de rapaz que está marcado pela

escritura de um óbito em Brodósqui.

Não sei para que o pai e o mano querem aquelas bugigangas a título de me

demonstrar amor à memória. As traças e as baratas não conhecem as boas maneiras e

acabarão, pouco a pouco, destruindo aquelas supostas preciosidades que, talvez,

servissem a algum companheiro em dificuldade para se vestir convenientemente na

retaguarda.

*

Mas deixemos este caso novo para lá e o seu coração não se impressione. Deixe

ao papai e ao irmão o direito de agirem como quiserem.

Deus vestirá todos os que estejam mal vestidos e o tempo dirá que, felizmente,

uma discussão por essa bagatela não valeria a pena.

Retorne a sua alegria e aguardemos dias melhores. O tio Miled informa que vem

auxiliando a esposa Maria e os filhos Wagner e Amélia, e nos todos estamos contentes

ao saber que o seu carinho não fará conta do que vai acontecendo, mesmo porque nós

dois não estamos certos se o papai e o Maurício estão dispostos à formação de algum

museu. Que isso ocorra para eles e não para nós.

*

Mãezinha querida; muito grato por todo o seu auxílio para que eu me renove na

base da confiança em Deus e em mim próprio. As suas orações e lembranças

significam muito auxílio a meu favor e peço a Deus a recompense.

Muitas lembranças ao papai José e ao Maurício, apesar de estar pensando em

desacordo com eles, e receba todo o carinho e todo o reconhecimento do seu filho e

companheiro de sempre.

Miguel Elias Barquete

(Uberaba, 15/4/1983)

Esclarecimentos

Maria – Maria Luíza, tia, residente em São Paulo.

Wagner – Primo, residente em São Paulo.

Amélia – Prima, residente em São Paulo.

Miled – Tio, desencarnado em 24.8.1980.

Maria Leopoldina – Bisavó, desencarnada em São João da Boa Vista, SP,

em 1935.

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

Digitado por: Lúcia Aydir

RENATO LUCENA NÓBREGA

MENSAGENS: I – II e III.

MENSAGEM I

Querido papai Laerte e querida mamãe-ê; peço-lhes me abençoem com a vovó,

com o vó Humberto com a tia Lisle e com o Tio José Lúcio.

Mãezinha; estou bem. Não chore mais com tanta dor.

A lágrima é nossa, mas a aflição e o desespero não moram em nossos corações.

*

Estou na escola e procuro aprender com atenção.

Fico o dia inteiro nas atividades do educandário a que pertenço e à tarde volto

para casa onde estou residindo com as minhas aos ou bisavós Carolina e Maria Hylda

que me dizem estar na condição de minhas bisavós, mas são moças muito bonitas.

Creio que na Terra a pessoa envelhece e aqui, na Vida Espiritual, a criatura

retoma a mocidade.

*

Digo isso para que compreendam minhas notícias.

Querido papai Laerte e querido vó Humberto, o que me aconteceu não foi

provocado por pessoa alguma.

Eu estava com muita sede e vendo a piscina com tanta fartura de água, estireime

na beira, na esperança de conseguir beber água com a minha própria boca.

No esforço que fazia, o corpo pesou muito e caiu na água de ponta-cabeça.

Queria gritar, mas não consegui.

Debati-me até que me apanhassem; no entanto, não conhecia mais ninguém.

*

Uma senhora se aproximou de mim e falou-me em descanso.

Pensei que me achava em presença de gente nossa de casa e deixei-me

conduzir pela senhora que me seguiu até os exames, e depois me disse que eu me

molhara e precisava trocar de roupa.

*

Carregou-me com os cuidados semelhantes aos da vovó e conduziu-me à casa

diferente da nossa.

Ali me trocou de roupa, deu-me um remédio para aliviar o cansaço que eu

sentia e então, sem poder falar como desejava, dormi sono longo, cuja duração não

consigo explicar.

Quando acordei, ela me disse que poderia chamá-la por vovó Carolina e

apresentou—me a outra vó, cujo nome é Maria Hylda.

Mamãe-ê elas foram e continuam carinhosas e amigas para mim, embora não

possam substituí-las, a você e à vovó.

*

Conversaram comigo e me esclareceram que a morte não existe.

Existe mudança de corpo e de morada. Falavam com tanto amor que eu não

podia reclamar coisa alguma, e me auxiliaram a ir ver a querida família em Brasília.

Sinto muito a impossibilidade de ficar em nosso recanto feliz, mas a vovó

Carolina prometeu que eu poderia voltar mais vezes se aceitasse as Leis de Deus com

paciência e coragem.

Paciência para suportar a separação sem revolta e coragem para estudar e

decidir-me a crescer para o bem.

*

Estou escrevendo quase depressa porque a mão direita da vovó Carolina está

sobre a minha mão, auxiliando-me a enviar-lhe notícias minhas.

*

Mãezinha, perdoe-me, você e meu pai, se fui imprudente querendo absorver a

água da piscina de maneira inadequada.

Não pensei que ia cair. Aprendera a ser forte e confiante.

*

Agora minhas avós obtiveram matrícula num instituto para meninos de minha

idade.

Estou a esforçar-me para ganhar pontos que me habilitem a seguir para frente.

Ainda não sei se estou falando com vaidade, mas a vovó Carolina me afirma

que estou melhor no aproveitamento da sala do que o Raphael que conta seis anos.

Será que estou bem assim?

*

Brevemente espero saber.

Sinto muitas saudades de meus avós, de você, do papai Laerte e dos meus

irmãos.

E saudade é uma dor para a qual aqui não encontro remédio.

A vovó Carolina me diz que a Rayana está crescendo muito viva e muito bonita.

Essas notícias me alegram.

*

Mamãe-ê; conservo os meus cabelos no mesmo estilo a que você me habituou.

O corte do cabelo é todo franjado. Se você pudesse me ver, confirmaria o que digo.

*

Aqui temos tudo de bom para passear ou brincar com segurança, mas eu queria

estar em Brasília, Ao mesmo tempo, com o entusiasmo de minhas avós sobre os

estudos, tenho a esperança de me desenvolver a fim de ser-lhes útil.

O vovô Humberto que estimava tanto o nosso amor aos livros saberá me

compreender.

*

Queridos pais, não posso escrever mais.

A vovó Carolina me informa que já escrevi o necessário.

Soube que vou receber a visita de vários parentes nossos.

E espero dar-lhes, em breve, minhas novas noticias.

*

Um beijo para Rayana e um abraço para o Raphael, com muitas saudades de

todos, e ainda inseguro para escrever sem a mão protetora de minha avó.

Vou terminar com lembranças para todos os nossos parentes e ausente.

Papai Laerte e mamãe~ê recebam com os meus queridos avós as saudades e o

carinho invariável do filho que lhes será sempre agradecido.

Renato.

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do

Grupo Espírita da Prece; na noite de 17-12-1988, em Uberaba, Minas).

Esclarecimentos.

Renato Lucena Nóbrega

Nascido em Brasília, DF, a 09/04/1985.

Desencarnado em Brasília, aos 2 anos de idade.

Pais:

Laerte Nóbrega

Iraê Nóbrega

FGN 112 BLOCO C Apto. 103 – Cep. 70765-030-Brasília-DF.

Avô materno: Humberto Lucena

Tia: lisle Lucena

Amigo da família: José Lúcio

Tataravó materno: Carolina

Bisavó paterna: Maria Hylda

Irmão: Raphael Nóbrega

Irmã: Rayana Nóbrega

MENSAGEM II

Querido papai Laerte e querida mãezinha Iraê, com todos os nossos.

Dois anos marcarão a nossa ausência e estou muito agradecido ao carinho com

que a família me recorda.

Mamãe-ê; estou muito melhor, mas a vovó Carolina coloca a mão direita sobre

a minha mão para que consiga escrever com segurança.

Diz ela que estaria grafando palavras diante de público numeroso e precisava

de auxílio para dar notícias sem erros, tanto quanto possível.

*

Ela, a vovó Carolina, e a vovô Maria Hylda, com as quais tenho residência, me

explicam que tenho melhorado nos exercícios da escola e creio, mãezinha, que estou

quase na frente do Raphael, porque na idade, ele está na frente de mim.

Digo isso com alegria, porque o vovô Humberto sempre me dizia que

necessitava de mais dedicação ao abecedário.

*

Estou feliz porque não me esqueço de nossa família e vejo que não sou

esquecido por ela. Não sei porque, mas a gente gosta muito de ser lembrado por

aqueles que amamos e com isso, nosso amor a todos os nossos familiares é uma luz

aumentando no coração.

Quero dizer à tia Lisle que estou escrevendo com atenção. Há dias, na escola,

quando a professora mandou que fizéssemos uma frase por nós mesmos, escrevi

assim:

-Amo muito a mamãe, a vovó Ruth e a querida tia Lisle.

A professora leu as minhas palavras em voz alta e falou:

-Renato, você nesta frase colocou a sua preferência no papel.

-Por quê? Perguntei.

Ela explicou que eu havia escrito o vocábulo “querida” para a tia Lisle.

Achei graça, mas quero dizer a você e à vovó Ruth, que não tenho pouco amor

as duas e sim muito amor a todas três, como estou ligado pelo coração aos meus

irmãos Raphael e Rayana.

*

Aos meus avós e tios, todos estão reunidos em minhas lembranças.

Mamãe-ê; as saudades não terminam. No entanto, a minha fé em Deus tem

aumentado. Não sei se já lhe disse que minhas avós Carolina e Maria Hylda são

professoras e zelam muito por minha paz.

*

Penso que vou crescer muito depressa e se eu pudesse enviaria a você e ao

papai os meus retratos novos. Fico aflito por fazer isso, mas a vovó Carolina esclarecer

que terei o tempo e a oportunidade para realizar o meu desejo.

*

Aqui tudo é bonito demais para que eu saiba descrever alguma coisa.

Apesar disso, as saudades de vocês estão sempre comigo, de voe, do papai e

de meus irmãos.

*

A querida mãezinha se lembrará do meu desejo de levar todos os nossos nos

passeios que fazíamos, para ver o grande lago em Brasília.

Pois aqui, a beleza é maior.

Às vezes, quero exceder-me na demora, em certos lugares, mas sinto falta do

Raphael e da Rayana, e isso me faz desistir de muitas excursões.

*

Quando falo que a tia Lisle gostaria de ver as árvores balançando ao vento, a

vovó Carolina me avisa para não fazer saudades na tia, porque ela deve se demorar na

Terra e eu não devo ficar falando como quem está chamando por ela. A verdade,

mãezinha, é que as minhas avós têm razão porque tudo deve ter o momento de Deus

marcando as ocasiões.

*

Tenho visto muita gente que eu não conhecia e sou estimado por eles.

Muitos falam que eram meus amigos, antes que eu nascesse em nosso querido

lar, mas eu ainda não compreendo o que desejam dizer.

Quando isso acontece, a vovó Carolina me apressa em mudar de assunto e

creio que ela não me vê numa compreensão bastante clara das questões e das coisas.

Entendo que isso deve ser assim e aprendi a não ficar perguntando.

*

Agradeço ao papai Laerte a atenção que deu `s palavras que escrevi e digo a

ele que já me esqueci da piscina. Hoje, eu não mais me deitaria no chão para beber

água. As avós me ensinam muitas lições de vida que, às vezes, fico a refletir como não

pensava nesses ensinamentos.

*

Envio ao vovô Humberto e à vovó Ruth Maria, muitos agradecimentos e

saudades. O que a nossa família quiser fazer para enfeitar o meu segundo aniversário,

pode fazer porque o mais lindo em tudo o que se faz, vem do coração. Parece,

mãezinha, que a prece de uma pessoa é igual ao perfume da flor que exala o aroma da

fé e da bondade, quando pensa em Deus.

*

Muitas lembranças a todos. Diz à vovó Carolina, que no ano futuro escreverei

melhor do que agora. Um abraço ao Raphael e à Rayana.

Para você e para meu pai, com todos os nossos, um beijo muito respeitoso do

filho que lhes deve tanto amor.

Renato

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública no

Grupo Espírita da Prece; na noite de 26-08-89, em Uberaba. Minas).

Esclarecimento

Bisavó materna: Ruth Heusi.

MENSAGEM III

Minha querida mãezinha Iraê e meu querido papai Laerte.

Meus votos de paz e saúde, bom ânimo e alegria aos queridos pais, aos meus

irmãos Raphael e Rayana, e a todos os familiares. Venho trazer-lhes o meu coração e

peço permissão à mãezinha para pedir a bênção da tia Lisle, também presente.

*

Mãezinha, com papai, não se agastem, quando alguma dificuldade apareça. A

vovó Carolina, que coloca a mão dela sobre a minha mão para que eu lhes escreva

esta carta, diz que a dificuldade e as reações negativas, que tantas vezes surgem com

ela são estudos enviados a nós pelos mentores da vida superior, à feição de teses em

nosso benefício.

*

Muitas vezes elas são exercícios, igualmente nossos na vivência da Terra; não

são fracassos para nós e sim experiências de que necessitamos.

*

Existem notas na Vida Espiritual para as pessoas que estão no mundo físico e as

notas dessa natureza são sempre rigorosas. A criatura perde, sem saber que perdeu o

melhor para ela, na multidão das provas, que se fossem aceitas representaria o prêmio

espiritual que as faria felizes. O que digo vem das lições que minha avó Carolina me

faz saber, sobretudo mostrando-me que na paciÊncia e na humildade de nós para com

os outros, cria a compreensão que desejaríamos, em forma de felicidade e paz.

*

Para mim, aqui onde estou, são verdadeiros problemas, no entanto, minha avó

Carolina me faz crer que estou errado e que as notas que obtenho na escola são apoio

benigno para o futuro. Estou dizendo isso, querida mãezinha Iraê, para dizer-lhe

quanto devemos, nós os seus filhos, à sua bondade e tolerância, de vez que a sua

dedicação, da vovó Ruth e a Tia Lisle, aí no mundo sempre auxiliaram a fazer o melhor

ao nosso alcance; e aqui a vó Carolina e a vó Maria Hylda sempre nos ensinam aquilo

que devemos aprender com calma e carinho para que saibamos fazer o bem, no que

ambas já se fazem professoras.

*

Tenho acompanhado o Raphael nos estudos e a vovó Carolina afirma que estou

mais adiantado do que ele. Não acredito que minha vó fale isso somente para me

estimular, no entanto fico feliz ouvindo dela palavras tão animadoras, mas penso que

isso é também um teste para que eu aprenda humildade e desista de esperar que eu

esteja em melhores condições, reconhecendo que muitos colegas, considerados

anônimos, estão com vantagens e notas que ainda não mereço.

*

Nossa vida aqui transcorre em paz e vejo que isso acontece porque muitos de

meus companheiros aqui, em vão, fazem o possível para estarem tranqüilos; muitos

deles sofrem com a irritação e outras provas; vendo isso, a gente pode medir o que

fazem os meus entes queridos em nosso favor e compreendemos quanto nos cabe

fazer para auxilia-los na solução dos problemas de uns para com os outros.

*

Mãezinha Iraê e papai Laerte, posso afirmar que estou sempre muito alegre ao

vê-los contentes. Sabemos que a nossa felicidade é ver com saúde todos aqueles,

junto dos quais Deus nos colocou. Quero dizer que também gosto muito da tia Lisle,

junto daquele que chamarei de tio Itamar e que estarei feliz, se Jesus permitir, que

eles dois se unam em casamento. Já falei nisso até em meus exercícios da escola.

*

Mãezinha, desejo contar-lhe que a Carla veio novamente visitar-nos; falou-nos

ainda que a mãezinha dela continua aflita e que a irmãzinha dela ainda se acha no

tratamento especializado. Perguntei à vó Carolina porque acontecem acidentes, e ela

me explicou que acontecem por serem reajustes de nossos Espíritos perante as vidas

passadas, e acrescentou que mais tarde eu entenderei isso de maneira melhor.

*

Vó Carolina referiu-se à nossa Camila, que nos é tão querida, já que ela estava

conosco. A pedido de vó Carolina ela afirmou que em casa, na Terra, a família dela

está sofrendo muito com o filho que abandonou os próprios deveres e aceitou a

intimidades com amigos que o prejudicam e lhe furtam a paz.

*

Papai Laerte e mãezinha Iraê, perdoe-me se estou escrevendo sobre assuntos

caseiros, entretanto diz a minha vó Carolina que isso é permitido para que possamos

alertar os pais na Terra, de modo que os filhos pequeninos cedo recebam recursos de

educação, a fim de que não percam a boa consciência e a alegria de viver.

*

Diz ela que as companhias podem levar a grandes perigos contra nós mesmos.

Peço à mãezinha, ao papai Laerte e à tia Lisle me desculpem por haver

apresentado aqui tantos assuntos domésticos.

Mãezinha; envio muitas lembranças para o Raphael e Rayana, irmãos que não

me saem da memória.

Votos de paz e felicidade para toda nossa família, com um beijo nas mãos do

avô Lucena.

Realmente a saudade é uma dor muito grande, mas não podemos perder a

resignação e a esperança

Aos pais queridos e à querida tia Lisle, muito amor e gratidão do filho, neto e

sobrinho que não os esquece.

Renato

Renato Lucena Nóbrega.

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do

Grupo Espírita da Prece; na noite de 02.6.90, em Uberaba, Minas).

Esclarecimentos

Prima: Carla (desencarnada a 26/2/86 em acidente automobilístico).

Camila: Pessoa desencarnada, até então desconhecida pela família na

Terra.

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

Digitado por: Lúcia Aydir

WILK FERREIRA DE SOUZA

MENSAGENS: I e II.

MENSAGEM I

Querida Jú, antes de tudo os nossos votos a Jesus pela nossa paz com a paz de

todos.

Vendo você à minha espera, recordei um quadro de muito tempo atrás. Certa

jovem era vista por mim sempre nas segundas quinzenas de cada mês, sempre atenta

à distribuição de correspondências nos correios. Então, certo dia, intrigado com aquela

coincidência perguntei ao chefe em serviço se a moça era funcionária dos correios e

ele me informou: “Não, ela não e nossa funcionária, mas em todos os meses, na

segunda quinzena, ela vem até aqui esperar a carta de seu namorado”. Espero que

você faça um belo sorriso com a enunciação desta lembrança minha, no entanto, quero

valorizar e encarecer a sua fidelidade ao nosso noticiário.

*

Isso mesmo, se você não vier sinto falta. E precisamos sempre conversar

porque namorados ficam felizes com qualquer assunto que se entretenha, desde que

estejam juntos.

*

Querida Jú; estou seguindo as minudências e surpresas do nosso problema

defensivo, no qual nos propomos ambos a salvaguardar um patrimônio de serviço que

a Divina Providência nos confiou.

Você tem paciência para acionar multidões de pessoas irritadiças, no entanto,

peço-lhe a paciência especial no caso do processo em curso ou dos processos em

curso.

Muita calma e tolerância para que todas as implicações do assunto sejam

consideradas com serenidade pelas autoridades competentes.

*

Em qualquer emergência, estaremos mais juntos para superar os calhaus com

que alguém talvez nos forre o caminho. Esperança com trabalho é a ciência de chegar

à vitória, à vitória real sobre quaisquer argumentos tendenciosos com que sejamos

afrontados.

*

Esperamos que os dias nos sejam marcados para audiências ou entrevistas sem

que venhamos a reclama-las.

Estamos dentro dos resultados dos nossos melhores tempos de serviço e, por

isso a nossa confiança em Deus não pode esmorecer.

Deserto proposições diversas serão apresentadas ao seu discernimento, no

entanto, esteja você na certeza de que as melhores inspirações não lhe faltarão.

*

Estamos caminhando... passo firme sem precipitação e sem desânimo, com os

olhos abertos para todos os ângulos da estrada.

Confiemos em Deus fazendo a nossa parte de colaboração no trabalho em que

os nossos direitos são examinados.

Sei que os direitos na essência, em qualquer situação, pertencem a Deus, mas

Deus nos empresta a palavra “direitos”, em vista do suor que ambos vertemos para

conseguir pequena parte dos nossos melhores e mais belos ideais.

*

Querida, agradeço a você haver trazido a mãezinha Josefina para a nossa casa.

Desse modo ela e você estarão mais tranqüilas.

*

Desejando que você esteja usufruindo a saúde e a paz que tanto faz você por

merecer, deixo-lhe aqui nesta folha de papel o maior abraço do seu esposo e

companheiro, sempre o seu

Wilk

Wilk Ferreira de Souza

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, no Grupo Espírita da

Prece, em reunião pública do dia 21-09-85, em Uberaba, Minas).

MENSAGEM II

Querida Jú.

Deus nos abençoe e nos fortaleça.

Acompanho-a nestes dias de luta como em todos os outros dias, mas agora a

sigo com a vigilância que a situação está exigindo.

O homem é uma cabeça que pensa mas não adivinha; se eu soubesse a

quantos obstáculos você estaria exposta sem a minha presença ai, não teria tomado o

avião naquele dia que ficou marcado a vermelho em nosso calendário particular.

*

É muita complicação desnecessária que os meus próprios parentes criam para

você e para o desenvolvimento de nossos serviços, entretanto, cremos em Deus e de

Deus nos chegarão as providências justas.

Você me pergunta, na intimidade do coração, se estarei aprovando as suas

atitudes e afirmo-lhe que sim, como sempre.

*

Quem cortou as mãos e calejou-as trabalhando na obra em que ambos

sonhamos com a produção de benefícios para o próximo sofredor, sofrendo comigo os

óbices de dificuldades dos alicerces de tudo o que, nós dois, com a bênção de Deus,

chegamos a construir, não devia encontrar tantos empecilhos para manter a

continuidade do trabalho que nos fala assim tão alto aos corações.

*

Estou de pleno acordo com as medidas que você precisa movimentar e peço a

você dialogar com nosso advogado, dando a ele o meu próprio parecer. Não é possível

que alguém a desloque de sua posição e esperamos que a justiça nos observe o

esforço, de tantos anos, consolidado com tanto suor a benefício de todos.

*

Não tenho palavra de reclamação e sim de estranheza, diante daqueles que se

propõem espoliá0la e detenho-me em prece rogando a Deus a proteja e nos proteja a

fim de conseguirmos a paz de que carecemos para o prosseguimento das obras em

nossas mãos.

*

Querida Eliza, minha querida Jú, não permita que o desalento lha barre a

caminhada para diante e saibamos lutar, sem ofender aos que nos ofendem, e sim

colocando cada companheiro de trabalho na posição que se lhe faz justo.

*

Com Jesus, seguimos para frente, e que Deus nos abençoe.

Em meios dos conflitos sem razão a que nos atiram, receba um beijo na testa e

o coração reconhecido do esposo e companheiro de sempre que lhe consagra o

invariável amor de todos os dias.

Sempre afetuosamente.

Wilk

Wilk Ferreira de Souza.

(Mensagem recebida pelo médio Francisco Cândido Xavier, em reunia pública do Grupo

Espírita da Prece, em 25-10.85, em Uberaba, Minas).

Esclarecimentos

Wilk Ferreira de Souza

Desencarnado em 11-07.82, de acidente aéreo

Eliza (Jú) – Eliza de Faria Souza – esposa

Josefina – sogra

Agradecimento

Ao meu querido irmão, amigo e mestre Chico Xavier, a minha gratidão

eterna por tudo que recebo de suas abençoadas mãos.

Deus lhe pague.

Eliza.

Da obra: “Dádivas Espirituais” - Autores Diversos - Médium: Francisco Cândido Xavier

Digitado por: Lúcia Aydir